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28 de setembro de 2014

ZF ANUNCIA ACORDO DE COMPRA DA TRW POR US$ 12,4 BILHÕES

TRW será uma nova divisão da ZF, que passa a ter receita acima de € 30 bi.

A ZF concluiu no dia 15/9/2014 o acordo definitivo para a compra da TRW, com quem negociava já havia dois meses. A transação está avaliada em US$ 12,4 bilhões, conforme comunicado divulgado pela ZF na terça-feira (16). Desde julho, quando confirmou seu interesse pela fabricante de sistemas de direção e segurança veicular (airbags, sistemas de freios, ABS e cintos de segurança, entre outros), sediada nos Estados Unidos e considerada uma das maiores do mundo, analistas avaliaram que a oferta da ZF pelo negócio era baixa.

A confirmação da fusão entre ZF e TRW acontece um dia depois de a Bosch anunciar que vai comprar da ZF o controle total da ZF Lenksysteme, fabricante de sistemas de direção mantida em sociedade meio-a-meio pelas duas empresas alemãs. Como TRW e Lenksysteme concorrem diretamente, a Bosch teria um sócio concorrente e assim prefere seguir sozinha com o negócio. Vale lembrar que o domínio dos sistemas elétricos de direção são peça-chave para o desenvolvimento de carros autônomos, por isso nenhuma das duas quer ficar sem essa especialidade em seu portfólio.

Em nota, a ZF afirma que o compra da TRW aumenta sua atuação global, tornando-a líder global no fornecimento de produtos para a indústria automotiva e que passará a ter um faturamento próximo de € 30 bilhões, equivalente a US$ 41 bilhões por ano. A ZF, que já atua no setor como fabricante e fornecedora de sistemas de direção, embreagens, eixos e transmissões, recebeu a confirmação do Citigroup e do Deutsche Bank para financiar o negócio. De acordo com os termos do acordo, aprovado pelos conselhos de administração de ambas, cada acionista da TRW receberá US$ 105,6 por ação.

Por sua vez, a TRW será integrada à ZF como uma nova divisão de negócios. O comunicado ressalta que ainda não foi definida nenhuma decisão sobre as responsabilidades de gestão, como diretorias e gerências, mas que as companhias pretendem criar equipes de integração composta igualmente por representantes das duas partes, com foco no crescimento das operações, enquanto as sinergias de custos deverão ser derivadas de um maior poder de compras e compartilhadas nas melhores práticas. Juntas, ZF e TRW concentrarão uma força de trabalho de 138 mil pessoas em todo o mundo.

A aquisição ainda está sujeita a análise por órgãos reguladores da concorrência e apuração de investimentos estrangeiros pelos Estados Unidos, bem como a aprovação dos acionistas da TRW, que representam mais de 50% das ações em circulação. A ZF espera que a transação seja concluída no primeiro semestre de 2015, só então a TRW será retirada da Bolsa de Valores de Nova York.

Forças combinadas

Com a integração da TRW nos negócios da ZF, os investimentos globais combinados em pesquisa e desenvolvimento subirão para algo como € 1,5 bilhão ou US$ 2,1 bilhões, elevando a ZF para o patamar de líder global em P&D no setor.

“A aquisição da TRW encaixa-se perfeitamente em nossa estratégia de longo prazo. A transação combina duas empresas bem sucedidas que têm notáveis registros de inovação e crescimento, bem como posições financeiras sólidas. Estamos fortalecendo nossas perspectivas para o futuro e ampliando nosso portfólio de produtos com tecnologias reconhecidas nos segmentos mais atrativos”, disse o CEO da ZF, Stefan Sommer. O executivo acrescentou que permanecerá o ‘espírito da parceria’: “Estamos ansiosos para receber os colaboradores da TRW em nossa empresa e estamos comprometidos em trabalhar juntos para reconhecer o potencial desta empolgante combinação. A área metropolitana de Detroit continuará a ser um importante centro de negócios para a TRW e esperamos que os funcionários de ambas (ZF e TRW) beneficiem-se das melhores oportunidades de carreira em uma empresa maior e mais diversificada”.

Por sua vez, John C. Plant, chairman e CEO da TRW ressaltou os benefícios que a aquisição trará para o escopo da companhia: “Temos muito respeito pela ZF, e a enxergamos como uma empresa muito bem-sucedida em nossa indústria, com valores semelhantes aos da TRW e foco em inovação. Essa transação proporciona benefícios significativos para nossos acionistas, que receberão o valor real de suas ações, bem como para os nossos colaboradores, clientes e comunidades. Todos nós colheremos os benefícios de fazer parte de uma organização global, maior e mais diversificada. Nossos colaboradores sempre demonstraram uma dedicação admirável e crescente e isto tornou a TRW a empresa formidável que é hoje”.

A ZF prevê mais do que dobrar suas vendas nos dois dos principais mercados automotivos do mundo: China e Estados Unidos. Com relação ao mercado norte-americano, a ZF, que mantém negócios no país desde 1979 com 12 fábricas instaladas durante este período, espera aumentar seu volume de vendas locais de € 2,8 bilhões (US$ 3,9 bilhões) para € 6,5 bilhões (US$ 9 bilhões).

Já na região da Ásia-Pacífico, onde a China é responsável por dois terços das vendas regionais da empresa, de € 3 bilhões, a ZF estima alcançar volume de vendas de até € 4 bilhões a partir da compra da TRW, com aumento de € 5,4 bilhões para € 7,5 bilhões do faturamento em toda a região oriental.

Com a aquisição, a empresa terá cerca de metade das suas vendas na Europa e a outra concentrada nas demais regiões, especialmente na América do Norte e Ásia-Pacífico. A transação também contará com uma carteira diferenciada de clientes, tanto dos segmentos premium quanto nos de maior volume.

“A aquisição faz sentido para todos os nossos públicos: clientes de ambas as empresas terão uma oferta mais ampla de produtos sob o mesmo teto, e os funcionários da ZF e TRW poderão desfrutar das melhorias que resultam da combinação das duas organizações. Os acionistas da TRW receberão uma avaliação atraente, e nossos acionistas (as fundações Zeppelin e Ulderup) também irão se beneficiar das perspectivas futuras de melhorias e diversificação”, acrescentou o CEO Sommer.


Por Automotive Business

O TRANSPORTE INTERMODAL E MULTIMODAL

Historicamente, o significado do transporte intermodal foi simplesmente a transferência de mercadorias entre diversos modais. Hoje, o conceito implica toda uma visão de sistema relativo à Cadeia de Suprimento (Supply Chain), de maneira a reduzir e se possível eliminar, as interrupções no movimento contínuo de cargas e equipamentos de transporte desde o ponto de origem ao local de destino. Num mundo sem fronteiras, ligado pela web e viciado em velocidade, entregar o produto certo na hora certa com o menor custo é vital para a competitividade.

Gerenciar o imprevisível e garantir que a carga chegue no destino, em total segurança e na hora certa, fazem parte do dia-a-dia das empresas que operam o transporte. Afinal, os custos de transporte podem ser representados por uma equação bem simples: a velocidade encarece; a redução das interrupções barateia.

O intermodalismo, portanto, é uma forma integradora do canal de distribuição, destinada a fazer com que o custo básico seja menor que a soma dos custos de cada serviço em separado. À medida que cresce o valor das mercadorias no mercado, mais relevante é o papel da Cadeia de Suprimento. A sua gestão logística, tem chamado a atenção das grandes empresas pela sua complexidade e abrangência. A cada dia, mais o meio empresarial busca conhecer melhor a dinâmica desse processo.

Toda a cadeia trabalha integrada e em parceria, analisando as preferências do consumidor e atuando de forma a atender integralmente suas necessidades. O empresário pode definir a melhor estratégia de distribuição visando ao mesmo tempo, redução de custos e satisfação do cliente. A grande oportunidade para se conseguir isso é trabalhar de forma integrada na Cadeia de Suprimento. Isso porque as grandes possibilidades de redução de custos estão nas interfaces dos sistemas, operados por empresas diversas. Deve-se procurar atacar os problemas nas interfaces, bem como internamente, deve-se analisar e avaliar as operações logísticas das empresas envolvidas na cadeia. Tudo isso, visando eliminar atividades que não agregue valor ao consumidor final. Parte desse resultado financeiro é aplicado nas inovações tecnológicas que, por sua vez levam a reduções adicionais de custo e outra parte possibilita reduções no preço final ao consumidor.

Aqui é interessante fazer uma distinção entre o transporte intermodal e o transporte multimodal. O transporte intermodal trata da utilização conjunta de mais de um modal, onde são usados documentos fiscais individuais para cada tipo de modal. O transporte multimodal é um conceito institucional que implica a emissão de um único documento de embarque por um operador de transporte multimodal que assume a responsabilidade como titular, não como agente de toda a operação de transporte, de origem ao destino.

A integração intermodal pressupõe novos limites de mercado para as empresas de navegação, aéreo e terrestres permitindo aos exportadores penetrar em mercados não-tradicionais, e aos importadores recorrer a novas fontes de suprimento. Mas para isso é necessário não apenas aprimorar cada modal, mas principalmente proceder à otimização do sistema global.


Por: Marcilio Cunha