8 de novembro de 2015

A HORA CERTA DE TERCEIRIZAR SUA LOGÍSTICA

Já não sabe mais onde cortar os custos de Logística? Então pode estar no momento de terceirizar sua Logística.
Mas antes de iniciar esta discussão internamente em sua Empresa é preciso pensar no modelo de sua terceirização. Um dos principais erros nesta fase é confundir terceirizar com entregar a gestão totalmente ao Operador Logístico. Afinal, perante seus clientes, as mudanças que ocorrerem devem ser para melhor. 
Se você fizer uma rápida enquete com os principais gestores de sua Empresa vai ver que cada um tem uma expectativa diferente. Portanto, para evitar frustrações é importante que haja um consenso mínimo sobre o modelo de terceirização a ser adotado.
Avalie se a logística deve ser mantida nas atuais instalações ou transferir os estoques para um armazém do Operador logístico, que pode ser dedicado ou compartilhado, dependendo do porte e características do seu negócio.
Esta decisão está vinculada a um melhor aproveitamento das suas instalações para expandir ou diversificar o seu negócio ou se o espaço já não comporta armazenar os produtos se houver qualquer crescimento das vendas.
Caso a opção seja manter a atual estrutura física de armazenagem, a equipe e serviços podem ser terceirizados. Neste caso, discuta com o futuro Operador os atuais fluxos e veja formas de aumentar a eficiência com novos equipamentos e sistemas de TI. Se o Operador trouxer seus sistemas, a integração com os demais sistemas corporativos de sua Empresa deve ser avaliada, tanto do ponto de vista de recursos quanto do tempo necessário. Um cronograma formal deve ser negociado para evitar frustrações e atraso no Projeto de Terceirização.
No início deste artigo, mencionei a necessidade de levantar as expectativas de todas as áreas ANTES de iniciar o processo de terceirização. Após sua avaliação, elas devem resultar em um SLA (da sigla em inglês, Service Level Agreement) ou acordo de nível de serviço.
O SLA servirá de base para a contratação do Operador Logístico. Bem detalhado, o SLA servirá para dimensionar os recursos e propostas das Empresas interessadas na terceirização e, por outro lado, facilitar a análise comparativa das propostas comerciais e garantir que tudo que a sua Empresa necessita em termos de logística estarão contempladas na propostas comerciais dos Operadores.
Não se esqueça de incluir itens que reflitam os valores de sua Empresa, em especial no que se refere a Sustentabilidade. Dependendo da atividade de sua Empresa, o controle de resíduos sólidos é obrigatório e possui regulamentação legal específica. 
Outros pontos que devem ser estabelecidos são os indicadores de desempenho e os instrumentos de controle do Contrato. Devem ser designados os interlocutores do Contrato de ambos lados, para evitar que haja interferências indesejadas de parte a parte.
Se o projeto tiver muitos níveis de relacionamento ou unidades distantes geograficamente é recomendável elaborar uma matriz de responsabilidades detalhando local, atividade e quem são os responsáveis de cada uma das atividades.
Fonte de dor de cabeça, a Logística Reversa deve ser claramente definida desde o começo. Tanto no que se refere a recusa de materiais oriunda de seus fornecedores na entrada do seu Armazém quanto na volta de mercadorias recusadas pelos seus Clientes. E se o transporte for contratado em separado, este ponto deve ser negociado com os dois prestadores de serviço (Operador e Transportador).
Concluídos os passos anteriormente descritos, o processo de terceirizar sua logística está suficientemente amadurecido para que sua Empresa contrate um Operador Logístico competente para atender as necessidades dela.
Neste momento você terá a certeza que chegou a Hora Certa de Terceirizar sua Logística.


Por Rogerio Barrionuevo 

25 de outubro de 2015

QUAL A SUA GRANDE “SACADA” PARA TRIUNFAR NO MERCADO DE LOGÍSTICA E TRANSPORTES, MESMO DIANTE DESSA CRISE?

A esta altura do campeonato você já percebeu que não dá para “fazer mais do mesmo”. Você acredita que sobreviverá a um ambiente com vendas em queda vertiginosa, margens muito baixas e até mesmo negativas, pressão incessante por melhores resultados, clientes impacientes, mal-humorados e muitas vezes insatisfeitos, etc.?

Então, pergunto-lhe, esteja você do lado dos Embarcadores ou do lado dos Prestadores de Serviços: qual a sua grande “sacada” para “surfar” nesse tsunami? Quem sabe este momento não seja o ideal para colocar em prática algo novo, realmente diferente daquilo que o mercado ou que seus pares oferecem? Ou você prefere continuar insistindo em fazer aquilo que todo mundo faz?

Veja este exemplo, que interessante. Até alguns anos atrás, empresas como Prosegur, Protege e Brinks apenas transportavam valores. Porém, diante da necessidade de expandir negócios, aplicando seu know-how em lidar com cargas de alto valor agregado, decidiram ampliar sua atuação para segmentos como farmacêutico, telecomunicações, jóias, eletroeletrônicos, metaloquímico, etc.

Uma outra transportadora, insatisfeita em atuar no segmento de carga geral, tanto lotação como fracionado, decidiu transformar-se em uma empresa dedicada à logística ambiental. Enquanto muitos “torciam o nariz” para os resíduos sólidos e líquidos, ela enxergou ali uma excepcional oportunidade para ganhar dinheiro. E está ganhando! O lixo está se transformando em algo tão valioso, que daqui a pouco precisará de escolta para o seu transporte!

Outra empresa se transformou em um dos mais especializados operadores em logística florestal. Além do tradicional serviço de transporte de toras e de madeira serrada/beneficiada, a empresa também atua na operação de destoca (extração dos tocos de eucalipto e o seu aproveitamento de biomassa para energia), preparo do solo e plantio de pinus e eucalipto, aplicação de herbicida, adubação, combate a pragas e até na logística reversa de embalagens de mudas, de adubos e de defensivos agrícolas.

Sob o ponto de vista de quem contrata o frete, avalie, o que pode ser feito diferente. Seu modelo (ou malha) logístico não poderia ser reavaliado? A forma de contratação dos serviços de transporte e o modelo tarifário, são os ideais para o atual momento? O processo de consolidação de cargas não pode ser melhorado? O drop size e o transit-time, não podem ser revistos? E os indicadores que você utiliza em seu dia a dia, realmente lhe proporcionam informações para uma eficaz tomada de decisão? Não existem oportunidades para o transporte colaborativo com outras empresas semelhantes ou complementares?

Volto a lhe perguntar: qual a sua grande sacada para lidar com essa crise? Nenhum insight tem “martelado” a sua cabeça? Vai ficar parado?

Na logística e no transporte, precisamos correr muito para permanecer no mesmo lugar. Lembre-se sempre disso! Bom trabalho!


Por Marco Antonio Oliveira Neves

12 de agosto de 2015

QUAL É O ESQUELETO DE UMA ESTRATÉGIA DIGITAL EFICIENTE?

Com o crescimento da internet, a rede passou a ser o meio de comunicação mais acessado e com maior consumo de tempo no Brasil. A média é de quase cinco horas por dia, contra quatro horas e meia de televisão, sendo que nosso país já representa a sétima maior população online do mundo. Esse cenário representa uma mudança no comportamento do consumidor, algo que deve ser levado em conta por todas as companhias ao estruturarem suas campanhas publicitárias.
O marketing digital é o segmento responsável pelo posicionamento das empresas nas redes sociais e páginas da internet. Se comparado com outros meios, a internet oferece vantagens quanto à abrangência, formas de comunicação e custo-benefício, mas é preciso estruturar as ações para que todas as vantagens do marketing digital sejam exploradas ao máximo. A construção de boas estratégias começa com o planejamento das campanhas, a execução bem-feita e o monitoramento de resultados.

Quer saber mais sobre o e-marketing e aprender a estruturar suas campanhas com sucesso? Então confira a seguir:
Planejamento
Uma empresa precisa estar presente onde seus clientes se encontram. Todas as classes sociais, gêneros e faixas etárias usam a internet e, por isso, não há mais espaço para quem ignora a internet. Por isso, é preciso haver um planejamento adequado, que tenha em mente o público-alvo, os formatos mais adequados para cada segmentação e os locais de anúncio.
Não basta apenas estar presente nas redes, seja através de um perfil no Facebook, Instagram, ou Twiter ou ter um website oficial, é preciso entender o que cada tipo de usuário faz com mais frequência na web. Quem pretende atingir um público sênior, por exemplo, formado basicamente por migrantes digitais, que ainda possui restrições quanto ao uso pleno da rede, deve planejar ações de fácil acesso, sem ações muito complexas — como preenchimento de formulário ou interações com outras plataformas. Por outro lado, quem pretende anunciar um produto para jovens pode explorar um pouco mais os
fatores multimídia da internet.

Um bom planejamento também deve abranger quais serão as ações em cada "local" da rede, seja em um site de relacionamento ou em um portal de notícias. Pesquise o quanto as pessoas estão interessadas no seu produto, se o interesse cresceu nos últimos tempos (isso pode ser interpretado como um segmento em expansão), onde estão localizados os clientes mais interessados em seu produto e quais são seus concorrentes. Ter em mente essas informações facilita o planejamento e auxilia na conquista de bons resultados.

Execução

No momento de pensar no marketing digital é preciso quebrar com alguns paradigmas antigos, relacionados ao conceito de marketing. Atualmente, estratégias que têm o objetivo de "empurrar" um produto para o cliente já não são mais utilizadas. Essa forma é conhecida como Outbound Marketing, ou seja, o velho marketing.
Diante da insatisfação com as antigas maneiras de se comunicar com os consumidores, surgiu o Inbound marketing, que foca na atração do público através de conteúdos de qualidade e de uma boa comunicação. O Inbound Marketing custa 62% menos que o Outbound, as empresas conseguem 97% mais acesso em suas páginas e o retorno sobre o investimento (ROI) é 275% maior.
Existem algumas ações que devem ser praticadas por equipes de marketing de todas as empresas que se enveredam na internet. São elas:
Marketing de Conteúdo

Através da publicação de conteúdos relevantes localizados em seu site, é possível aumentar o engajamento das audiências e, também, melhorar o posicionamento em ferramentas de busca. Quem está buscando algum assunto relacionado ao produto que sua empresa vende, pode chegar ao blog da sua marca e transformar esse acesso em vendas! Um conteúdo bem-feito pode gerar interesse de outros blogs e páginas, gerando ainda mais visibilidade para seu produto.

Marketing de mídias sociais

As redes sociais e seu poder de diálogo direto e o compartilhamento de conteúdos deve ser explorado com o objetivo de ampliar o relacionamento entre uma marca e seus consumidores, através de posts orgânicos, publicitários ou pesquisas de opinião. Empresas com uma boa postura nas redes têm mais chance de obter sucesso e conquistar mais seguidores.

E-mail marketing

Amplamente utilizado e, às vezes, até mesmo um pouco contestado, o e-mail marketing ainda é muito eficiente quando feito da maneira certa. Ele segue a tendência do Inbound marketing, ou seja, tem o objetivo de agregar informações para os consumidores. Para isso, ofereça o serviço de assinatura de newsletters e campanhas, e não se esqueça de entregar ao público peças de e-mail que façam valer a pena o ato de abrir e ler o material. Caso contrário, as chances de sinalização desses e-mails como spam crescem.

Marketing viral

Ao trabalhar com ações que abordem as emoções e motivações do seu público, há uma grande chance de que a publicidade cative sua audiência. A grande vantagem do viral é que ele tem o poder se multiplicar pelas mais diversas redes e plataformas.

Publicidade e pesquisa online

Banners, links patrocinados, videoAds e pop-ups são alguns dos recursos para posicionar a publicidade em websites e expandir sua visibilidade para fora do site oficial e das redes sociais. Para auxiliar a publicidade, existem pesquisas que permitem conhecer mais profundamente o mercado, os concorrentes e o comportamento do seu público neste ambiente virtual.

Monitoramento

Sem sombra de dúvidas, a maior vantagem do marketing digital com relação aos outros formatos é a oportunidade de acompanhar os resultados de suas campanhas em tempo real. O monitoramento das campanhas é parte essencial do trabalho da equipe de marketing para que seja possível interpretar quais são as melhores formas de comunicação e divulgação na internet, a satisfação dos clientes e a adesão às estratégias de interação. Tudo gira em torno dos resultados e, por isso, não faltam ferramentas que auxiliam na mensuração dos números obtidos pelas mais diversas campanhas. Portanto, fique de olho nos resultados para estruturar as próximas ações nas redes e, também, para identificar como o consumidor interage com sua empresa.
O marketing digital requer um planejamento consciente, uma execução em sintonia com o público e com o objetivo, além de um olho clínico sobre os resultados. Esses elementos fazem parte de um ciclo e, por isso, é bom pensar nesses aspectos como algo que precisa ser observado a cada nova ação de marketing nas redes.
Se você está interessado em turbinar a visibilidade de sua empresa na web, é preciso contar com profissionais competentes, que estejam em constante atualização e dominem as mais diversas ferramentas.

Por André Vieira Cintra - CEO Post Digital

22 de julho de 2015

O EXÉRCITO DE NAPOLEÃO E SEU EXEMPLO PARA AS EMPRESAS MODERNAS

O sucesso ou o fracasso de um exército pode ser creditado ao seu general que é o responsável por compor seu quadro de oficiais como também pelas estratégias de guerra. No mundo corporativo, a exemplo do que ocorre nos quartéis, o capital humano é o principal recurso para se atingir os objetivos esperados pela empresa e que a leva a conquistar espaço em um mercado cada vez mais competitivo.

O texto a seguir, escrito pelo Prof. Marins, retrata de uma forma simples e direta os perfis dos profissionais encontrados nas empresas. Saber identificá-los e colocá-los em seus devidos lugares é o grande desafio para os gestores que querem formar equipes robustas de trabalho.

Leiam e reflitam sobre o texto, lembrando que qualquer semelhança é mera coincidência.
Boa leitura!

Prof. Geraldo C. Meneghello


Dizem que Napoleão Bonaparte classificava seus soldados em quatro tipos:

1. Os inteligentes com iniciativa;
2. Os inteligentes sem iniciativa;
3. Os ignorantes sem iniciativa;
4. Os ignorantes com iniciativa.

Aos inteligentes com iniciativa, Napoleão dava as funções de comandantes gerais, estrategistas. Os inteligentes sem iniciativa ficavam como oficiais que recebiam ordens superiores e as cumpriam com diligência. Os ignorantes sem iniciativa eram colocados à frente da batalha - buchas de canhão, como dizemos.  Os ignorantes com iniciativa, Napoleão odiava e não queria em seus exércitos.

Essa grande sabedoria de Napoleão serve também para a nossa empresa. Será que também não temos em nosso "exército napoleônico", que é a empresa de hoje, esses três tipos de "soldados"? E não serão todos necessários?

Pense bem. Um exército só de generais estrategistas por certo não vencerá batalha alguma. Alguém tem que estar no front. Obedientes oficiais (diretores, gerentes) sem estratégia também não vencem uma guerra. Soldados (funcionários) dedicados, sem comando, sem chefia, sem direcionamento, também não trazem sucesso à batalha. Portanto, precisamos dos três tipos de soldados para vencer uma batalha, assim como dos três tipos de colaboradores para que possamos vencer os desafios do mercado competitivo em que vivemos.

Mas, assim como Napoleão, devemos nos livrar, o mais rapidamente possível, dos ignorantes com iniciativa. Um ignorante com iniciativa é capaz de fazer besteiras enormes. Um ignorante com iniciativa faz o que não deve, fala o que não deve e até ouve o que não deve. Um ignorante com iniciativa nos faz perder bons clientes, bons fornecedores. São os ignorantes com iniciativa que fazem produtos sem qualidade porque resolvem alterar processos definidos. Um ignorante com iniciativa é, portanto, um grande risco. Não precisamos dele. Nem Napoleão os queria.

E sua empresa? Você identifica em sua empresa os quatro tipos de soldados de Napoleão? E o que faz com cada tipo? Você tem sabido se livrar dos ignorantes com iniciativa?


Autor: Prof. Luiz Marins

1 de maio de 2015

QUAL O FUTURO DO PPCP?

O texto escrito pelo Diretor da Tirelog Marco Antônio de Oliveira neves, induz os profissionais do PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção a uma reflexão interessante sobre o futuro da área. 

É comum em empresas de todos os segmentos e portes que o Planejamento não seja tratado com a importância que merece. Mas porque isso acontece? Acredito que seja pela sua complexidade, desconhecimento das técnicas utilizadas ou insegurança da média e alta direção que preferem utilizar seu feeling ou experiência profissional para projetar o futuro da empresa.

Planejar não é uma tarefa fácil, exige muito conhecimento, esforço, dedicação e preparo dos profissionais envolvidos. Neste contexto, é comum aparecer os "especialistas" que com uma boa conversa e persuasão apresentam soluções e idéias revolucionárias, convencem os tomadores de decisão e impõe a empresa a um laboratório de pesquisas, tentativas e erro.


Saliento aqui que remendar uma estratégia errada é pior do que fazer certo da primeira vez! Reflexão de uma frase dita por William Edwards Deming o papa da qualidade. 

Boa Leitura!

Prof. Geraldo Cesar Meneghello


A área de PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção tem desempenhado, desde sempre, um importante papel dentro do processo produtivo.

Mesmo em empresas onde a área é posicionada  como uma "secretaria industrial", o  setor de PPCP exerce uma atividade crucial para o bom desempenho da fábrica. Através dela, é possível otimizar a capacidade fabril e garantir o atendimento do volume de vendas estimado.

A área de PPCP evoluiu timidamente ao longo dos últimos 40 anos, tendo vivenciado um pequeno salto há duas décadas com o uso intensivo das soluções integradas de gestão, conhecidas como ERP, que dentre as suas funcionalidades, disponibilizam o MRP (Materials Requirements Planning) e o MRP II (Manufacturing Resources Planning). Mais recentemente, soluções integrando previsão de vendas, capacidade produtiva e estoques, tentaram e continuam tentando dar um novo impulso à atividade de PPCP. O uso desses softwares de otimização ainda são restritos e em muitos casos, as empresas têm apresentado dificuldades em explorá-los devido à má qualidade dos inputs de vendas.

Em meio à hesitação de automatizar esse processo integrado, em função dos altos investimentos, e à possibilidade de substituir as atividades rotineiras do homem pelas máquinas, qual o futuro do PPCP?

Muitas empresas, dada a sua baixa complexidade em termos operacionais, continuarão fomentando o PPCP "coadjuvante", aquele que funciona muito mais como um mero suporte à fábrica, basicamente monitorando volumes previstos versus realizados, executando outras atividades também de cunho operacional, como a alocação das ordens de produção em seus respectivos centros de serviço, ou o cálculo do nível de rendimento de um determinado equipamento. Transformaremos os assistente e analistas de PPCP em exímios operadores de planihas Excel. Isso é pouco, muito pouco para quem deveria ter um P, de Planejamento. Mas, infelizmente, deverá ser a realidade de muitas empresas.

Outras, a princípio poucas, buscarão total automação das rotinas de programação e controle da produção, cabendo ao PPCP (agora sim com um P valorizado), um papel mais tático e estratégico. Por exemplo, caberá ao PPCP o planejamento da capacidade de longo prazo (5 ou mais anos adiante), a definição do número e localização de instalações fabris, a análise de questões fiscais e tributárias relacionadas a possíveis locais de instalação das fábricas, racionalização do layout fabril, etc. Em algumas empresas presenciaremos até o surgimento de Controllers da área de Materiais e Produção, engajados na preservação da estrutura do produto (bill of materials), no controle dos consumos, na redução do número de SKUs, no monitoramento do desempenho de seus Fornecedores de insumos produtivos, na redução dos estoques máximos e mínimos, na melhoria da qualidade da previsão de vendas, etc.

Outras empresas, em uma quantidade razoável, tentarão alavancar a área de PPCP, atribuindo-lhes papéis adicionais, mas falharão em não disponibilizar ferramentas adequadas e um ambiente favorável para a tomada de decisão, principalmente em função das sucessivas interferências da área de Vendas sobre o planejamento e a programação realizados.

Portanto, podemos esperar que nos próximos anos não teremos grandes novidades na área de PPCP para a grande maioria das empresas. Elas continuarão "empurrando seus problemas com a barriga", adiando para um dia qualquer a solução da causa raiz.

Continuaremos a desperdiçar horas e mais horas de nossos talentosos  profissionais de PPCP, com controles e mais controles, de coisas que programamos, desprogramamos e reprogramamos.


Por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

22 de março de 2015

APÓS 7 ANOS, PORTO DO AÇU FICA PRONTO EM ABRIL/ 2015

Sonho de Eike Batista, projeto desenvolvido pela EX-LLX e que custou mais de R$ 3,9 bi será inaugurado - mas só 10% da área está ocupada.

Considerado por muitos um sonho megalomaníaco do empresário Eike Batista, o Porto do Açu é um projeto que impressiona. Sete anos e R$ 3,9 bilhões depois do início da obra pela antiga LLX, hoje Prumo Logística, a infraestrutura portuária básica do porto em São João da Barra, norte fluminense, recebe os últimos reparos até abril. Os dois terminais foram inaugurados no fim de 2014, com o primeiro embarque de minério e a primeira operação comercial.

Apesar do avanço, transformar a área de 90 quilômetros quadrados - maior que a ilha de Manhattan, em Nova York - em complexo industrial ainda é um desafio. Há duas semanas, quando o jornal O Estado de S. Paulo visitou o local, caminhões faziam fila para transportar pedras usadas no revestimento do canal do porto. Os últimos blocos gigantes de concreto feitos pelas espanholas Acciona e FCC - de um total de 89 - estavam sendo assentados no fundo do mar.

A americana Edison Chouest, do segmento marítimo, cravava as primeiras estacas para a construção de sua base de apoio no Terminal 2, que abriga empresas da cadeia de óleo e gás. A área molhada do Terminal Multicargas está pronta. A Prumo busca contratos para movimentar ali contêineres e cargas de bauxita e coque a partir do terceiro trimestre. Seis mil pessoas, segundo a Prumo, trabalham nas obras do Porto ou de algumas das nove empresas instaladas no local. Juntas, considerando o aporte da própria Prumo, elas já investiram R$ 6,2 bilhões no complexo.

E ainda há muito o que fazer, porque só 10% do Açu estão ocupados. Atrair investimentos tornou-se uma missão ainda mais difícil com a economia em marcha lenta, a crise do petróleo e da Petrobrás. O cenário pode dificultar os planos da EIG Global Energy Partners, dona do Açu desde 2013, para o projeto. Em entrevista ao jornal O Estado, depois de comprar o ativo de Eike Batista, o presidente da companhia americana, Blair Thomas, disse que o porto era a joia da coroa do grupo X, graças à localização privilegiada: "O Açu será o 'hub' logístico para o desenvolvimento do pré-sal".

A perspectiva se mantém, mas o prazo de desenvolvimento do pré-sal pode ser mais lento que o desejável, atrasando os planos da Prumo de ter um fluxo de caixa positivo em dois anos. "O estágio final do porto não está sob risco, mas (a conjuntura) impacta a velocidade para chegar lá. Temos dois anos duros pela frente", diz o presidente da Prumo, Eduardo Parente, contratado há um ano para tirar o empreendimento do papel.

Estratégico

O executivo evita mostrar apreensão com o futuro do porto que, em suas palavras, é parte da solução da crise da Petrobrás. O Açu fica a 128 km da Bacia de Campos, mais perto que Macaé (190 km) e Niterói (230 km). Com uma base ali, a estatal pode reduzir custos com diesel e barcos de apoio.

Parente admite, porém, a importância de atrair novas empresas o quanto antes. Uma vez por semana ele leva potenciais investidores ao Açu. Ter mais contratos facilitaria a negociação para alongar a dívida com o BNDES. São R$ 2,8 bilhões aprovados, dos quais a Prumo ainda pode receber R$ 500 milhões. 

Apesar do cenário, a ordem é terminar até abril a dragagem e a construção do quebra-mar dos terminais 1 e 2. No primeiro, funciona o mineroduto da Anglo e cinco navios já atracaram. No segundo, operam as fornecedoras do setor de petróleo Technip, NOV e Intermoor. Além delas, a finlandesa Wärtsila e a Edison Chouest pretendem iniciar operações neste semestre. Marca Ambiental e Vallourec também já alugaram áreas no local.

A ideia original de transformar o Açu em um complexo industrial diversificado está mantida, mas é projeto para 20 anos. Na entrada do porto, placas da antiga LLX indicam onde ficaria o polo metalomecânico. No projeto de Eike, o Açu teria as siderúrgicas Wisco e Ternium, que não vingaram. A térmica da Eneva (ex-MPX) ficou para trás com as dificuldades financeiras da empresa. A chinesa JAC Motors acabou indo para a Bahia, mas atrair uma montadora continua no radar.

A Prumo conversa com elétricas que entrarão no leilão A-5 este ano e com incorporadoras. O objetivo é construir um condomínio no entorno do porto, com shopping, hotel e um prédio comercial.

Entre os nós que a Prumo precisa desatar está ainda a melhora do acesso logístico ao porto, hoje restrito a caminhões que chegam pela BR-101 e outras três rodovias. A empresa tem um terminal multicargas prestes a entrar em operação e negocia criar um terminal destinado ao embarque de soja. O acesso ferroviário ao Açu daria maior eficiência e rentabilidade aos terminais.


Por Época Negócios, com informações do jornal O Estado de S. Paulo.

26 de fevereiro de 2015

LOGÍSTICA, COMO MUDAR O LAYOUT DO ARMAZÉM?

Já se perguntou por que o arranjo físico de todo centro de distribuição é tão similar? O mesmo fizeram dois pesquisadores que observaram que todos os centros de distribuição tinham basicamente o mesmo layout: fileiras de corredores paralelos, com cruzamentos perpendiculares. Eles perguntaram: Por que os cruzamentos dos corredores precisam estar a 90 graus? “Isso nos levou à resposta óbvia – eles não precisam,” diz Kevin Gue, professor de engenharia da Universidade de Auburn.

Gue e seu colega, o pesquisador Russell Meller, professor de engenharia industrial e diretor do Centro de Engenharia Logística e Distribuição da Universidade de Arkansas, estudaram as configurações das distribuições de estruturas porta-paletes em armazéns e descobriram que apesar da demanda crescente pelo atendimento mais rápido e eficiente de produtos, os modelos tradicionais dos centros de distribuição não mudaram. E o que é pior, os modelos convencionais restringem a produtividade. Depois de explorar os modelos de corredores alternativos, eles desenvolveram duas configurações que segundo eles melhoram consideravelmente o tempo das separações de pedidos.

Corredores em forma de “Y”

O primeiro modelo que eles descobriram, usa dois cruzamentos na diagonal que se originam do mesmo ponto de separação e depósito. Vistos de cima, os cruzamentos formam um “Y”. Esta modificação simples dá uma “vantagem em linha reta” durante o percurso para alguns locais de separação. Meller e Gue descobriram que este modelo reduziu o tempo de trajeto por volta de 11% em comparação aos métodos tradicionais.

“Isso nos levou a perguntar: Quais outras ideias temos da estrutura dos armazéns? Descobrimos que existem muitas. A próxima que enfrentamos foi por que os corredores tem que estar na mesma orientação?” diz Gue.




Corredores em forma de “V”

Seguindo esta linha de perguntas, o segundo modelo alternativo de Meller e Gue manteve os cruzamentos dos corredores em “Y”, porém reorientou alguns corredores de separação. Vistos de cima, os corredores de separação verticais se estenderam do interior do formato em “Y”, enquanto que as fileiras horizontais dos corredores de separação ocupam as duas seções externas dos cruzamentos dos corredores.

Chamamos isto de corredores em “V” e as vantagens são quase duas vezes mais que o modelo de cruzamento em “Y”. Meller conta que os testes mostraram que o tempo de trajeto para uma separação em um armazém em “V” é 20,4% menor que em um armazém tradicional equivalente com o mesmo comprimento total de corredores de separação.

“Os corredores de separação em “V” permitem que os separadores percorram quase em linha reta até o ponto de retirada e depósito,” explica Gue.

Para provar isso, Meller e Gue calcularam o tempo de retirada esperado em um armazém onde os funcionários poderiam teoricamente percorrer em linha reta em cada localização de palete. Eles descobriram que o armazém proporcionaria uma redução de tempo de trajeto de 23,5% em comparação ao modelo de centro de distribuição tradicional.

“Estamos tranquilos em dizer que embora o modelo “V” não seja o melhor modelo possível, ele acumula quase todas as melhorias possíveis,” diz Meller.



Vantagens

Uma pergunta é se estes benefícios se traduzem ou não para os centros de distribuição de todos os tamanhos. Essa dúvida faz parte da pesquisa contínua de Meller e Gue. Para instalações pequenas e extremamente grandes, parece não haver muita vantagem com estes modelos alternativos de corredores. Mas para as instalações intermediárias, existe “uma vantagem considerável,” diz Meller.

“A parte interessante é que os níveis maiores de vantagem são realmente para os armazéns mais comuns em nossa observação,” ele conta. “O ideal é armazéns com 10 a 40 corredores.”

Desvantagens

A redução do tempo de trajeto em cerca de 20% pode parecer excelente, porém antes de se apressar para a reorganização do centro de distribuição, existem alguns alertas dos quais você deverá estar ciente:

Os modelos e resultados são baseados nas instalações com cargas unitizadas e não em um ambiente de separação de pedidos fracionados;

Estes modelos exigem mais espaço do que os métodos tradicionais para se conseguir o mesmo volume de estocagem;

Reorganizar o armazém no corredor em “V” consumirá tempo e esforço. Entretanto, para uma instalação totalmente nova, isto não será necessariamente um problema.

Também existem outras desvantagens em potencial. Por exemplo, com os modelos em “V”, não existe essencialmente nenhum acesso na área de separação (frontal) exceto no vértice dos cruzamentos dos corredores. Tanto no modelo tradicional quanto no modelo em “Y”, os funcionários tem mais facilidade de acesso frontal.

O ponto de acesso único poderia levar a congestionamentos, embora Meller diz que uma solução simples seria fazer os cruzamentos maiores próximos deste ponto.

Também existem algumas preocupações com a desorientação dos funcionários. “A melhor forma de ir de um ponto a outro pode não ser intuitiva,” diz Gue, “por isso o esquema de visualização dos códigos dos locais será muito importante”. “O uso de um sistema de gerenciamento de armazéns para direcionar os roteiros também pode ajudar,” acrescenta Meller.

“Uma das coisas que me preocupa um pouco,” conclui Gue, “é que as pessoas olhariam para estes modelos e os interpretariam como sendo a solução para todos os armazéns com cargas unitizadas. Este não é o caso. Entretanto, o que estes modelos devem sugerir é que existem formas diferentes, criativas, e totalmente inovadoras para se pensar na organização do layout de um armazém.” E finaliza: “Eu detestaria ver estas ideias descartadas pelo fato destes dois modelos não funcionarem em sua aplicação.”

Fonte: Originally posted 2010-04-04 21:11:44. Republished by Blog Post Promoter

Pode ser visto em: www.guiaempresario.com/

25 de fevereiro de 2015

GREVE DOS CAMINHONEIROS 2015

A manifestação dos caminhoneiros entrou nesta quarta-feira (25.02.2015) em seu sétimo dia de protesto contra o aumento do diesel e o preço do frete, considerado baixo pela categoria. Até a noite de terça, pelo menos 13 estados haviam tido registro de atos, com interdição de rodovias e acessos a portos.
Os caminhoneiros não tem uma pauta unificada de reivindicações. Os manifestantes reclamam, principalmente, da alta do preço do diesel, da redução do preço do frete e do valor dos pedágios.

Segundo a Federação dos Transportadores Rodoviários Autônomos do Estado de São Paulo (Fecamsp), a alta do diesel – que ficou mais caro depois que o governo elevou as alíquotas do PIS/ Confins e da Cide, em janeiro, e resultou em uma alta de R$ 0,15 por litro do combustível – serviu como “gatilho” para os protestos.

Ainda segundo a Fecamsp, o preço do frete teve uma queda de 37% em todo o país nos últimos cinco meses. A federação alega que, ao mesmo tempo em que aconteceu essa diminuição, houve alta nos custos de manutenção dos caminhões e das safras de produtos agrícolas, resultando em “mais carga a transportar”, com “o mesmo número de caminhões”.

A Abcam explica que a queda de 37% acontece porque a remuneração paga aos caminhoneiros não acompanhou esse aumento de custos, reduzindo o valor final que "resta na mão do motorista".

As entidades do setor apontam a existência de um “cartel informal” do preço do frete, pedindo o estabelecimento de uma planilha nacional de referência.

Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o preço do frete é livre, negociado entre contratante e contratado. O que se regulamenta é apenas a forma de pagamento, para fins fiscais.

De acordo com o diretor de projetos e comunicação da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) Haroldo Christensen, o valor do frete, hoje, é definido por uma tabela de referência feita pelas transportadoras. "Nós entendemos como ilegal, porque pode gerar uma cartelização do frete", diz.

"O frete deveria ser o maior motivo da paralisação. Porque a variação do diesel, dos insumos, devia estar ligada a isso. O que não existe é uma planilha nacional de custos, em que fossem colocados todos os insumos assumidos, como combustível, pneu, manutenção, e junto com isso o valor das commodities. E sairia um valor de tonelada/km rodado, que seria variável conforme esses elementos", defende Christensen.

Outro motivo apontado para os protestos é o preço do pedágio nas rodovias, além de casos em que o valor é embutido no frete. “Desde 2001, pela lei 10.209, foi estabelecido o Vale-Pedágio Obrigatório, o qual determina que o valor do pedágio tem que ser pago, integralmente, pelo embarcador, e não pelo caminhoneiro”, argumenta a federação, que pede maior rigor na fiscalização pela ANTT.

O ministro da Secretaria Geral, Miguel Rossetto, disse nesta terça que o governo passou a analisar o pedido dos caminhoneiros para prorrogar o prazo de carência das dívidas contraídas por meio do programa Pró-caminhoneiro, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O programa prevê, entre outros pontos, o financiamento para a aquisição de itens como caminhões, chassis, reboques, carretas e cavalos-mecânicos.

A manifestação não é centralizada. Os primeiros protestos começaram em 13 de fevereiro, no Paraná, em um ato que incluía os professores do estado reclamando de medidas de corte de gastos e do que classificam de "abandono" da educação. Nos dias seguintes, a manifestação se espalhou por outros estados.

"Estamos acompanhando, não estamos participando", diz Christensen, da Abcam. "É um movimento que tem acontecido e não tem comando central. Não existe uma direção. Em cada lugar estão agindo de uma maneira diferente", explica.

Em meio à paralisação, o ministro da Secretaria Geral, Miguel Rossetto, afirmou nesta terça que não faz parte da pauta do governo reduzir preço do litro do óleo diesel “Não está na pauta do governo a redução do preço do diesel neste momento”, disse. A definição dos preços dos combustíveis no Brasil parte da Petrobras. Porém, a variação do preço nas bombas para o consumidor depende de decisão dos postos de gasolina.

A Advocacia Geral da União protocolou ações na Justiça Federal dos estados onde houve o bloqueio de rodovias. A AGU pediu que a Justiça conceda liminar (decisão provisória) para que as estradas sejam desbloqueadas e para que seja imposta uma multa de R$ 100 mil por cada hora em que a decisão for descumprida.

O governo vai receber, nesta quarta-feira, representantes dos caminhoneiros para um encontro em Brasília. Segundo o dirigente da Abcam, foram convidadas algumas lideranças locais. "Nós, como associação, fomos convidados como ouvintes. Nós entendemos que não é o correto. Mas vamos como ouvintes e lá reivindicamos", afirmou Christensen.

Segundo a ANTT, são 1 milhão de registros de transportadores, com 2,2 milhões de veículos. A maioria dos registros (857 mil) de para autônomos, 1 milhão de veículos. Já os registros de empresas são 171 mil, com 1,2 milhões de veículos. Os registros para cooperativas são 410, com 17 mil veículos.

Fonte:G1 - São Paulo e Brasília.

14 de janeiro de 2015

ÉTICA: VALORES ESSENCIAIS A UM GERENTE DE PROJETOS

O conflito de interesses é um caso interessante de análise em gestão de projetos. Os profissionais que participam da equipe formada para este fim, têm acesso a uma série de informações privilegiadas que podem ser usada para influenciar outras decisões ou pessoas da própria empresa ou até mesmo fora dela. 

Os gestores de projeto devem ter absoluto controle sobre esse ponto, uma vez que trabalham para outras áreas da empresa, colocar interesses pessoais a frente de sua obrigação é sem dúvida uma questão ética e que, infelizmente, tem se tornado comum no dia a dia das empresas.

No seu próximo projeto inclua a gestão de ética no portfólio de gestão de projetos, pense nisso!

Boa Leitura

Prof. Geraldo Cesar Meneghello


ÉTICA: VALORES ESSENCIAIS A UM GERENTE DE PROJETOS

Vivemos um período de eleições. Notícias e escândalos sempre vem à tona em uma época em que, na minha visão pessoal, o mais importante seria exaltar as qualidades e valores de cada candidato, assim como seu plano de governo. O Brasil não é um país onde a ética seja seguida ou discutida com exatidão, pois há barreiras culturais enraizadas tão profundamente que fica difícil identificar as atitudes não éticas. Tendo isso em vista, faço duas perguntas:

Como Gerente de Projetos, quais são os seus valores?

Você é um Gerente de Projetos ético?

O dicionário Michaelis define “Ética” como um “Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão”. O PMP - Project Management Professional, talvez a instituição de maior prestígio atualmente em gerenciamento de projetos, define os principais valores em seu Código de Ética e Conduta Profissional: Responsabilidade, Respeito, Equidade e Honestidade.


Responsabilidade é ter ciência e responder por suas decisões. Saber do que somos capazes e sermos idôneos quanto às nossas habilidades. Um Gerente de Projetos deve ter habilidades suficientes para gerir qualquer tipo de projeto, mas um Gerente de Projetos de TI saberia atuar num projeto de pesquisa de medicamentos? Talvez. Cabe ao profissional saber suas limitações e ser idôneo quanto a elas. Proteger informações sigilosas, cumprir compromissos que foram assumidos, não participar de ações ou procedimentos ilegais também fazem parte da nossa responsabilidade.

Respeito é o nosso dever de demonstrar uma elevada consideração por nós mesmos, por outras pessoas e pelos recursos confiados a nós, sendo esses recursos: humanos, financeiros ou de qualquer outro tipo. Agir de forma profissional com todos, entender o ponto de vista dos stakeholders e resolver conflitos diretamente com as partes envolvidas neles, também são questões de respeito. Agir em desacordo com a cultura dos envolvidos em um projeto também pode ser considerado desrespeito, mesmo que em outras culturas essa ação não seja vista como tal. Chamar um Indiano Hindu para uma churrascaria para comemorar o sucesso de uma entrega, por exemplo, não seria de bom tom.

Equidade é o nosso dever de tomar decisões e agir de forma imparcial e objetiva. Equidade é manter a nossa neutralidade nas questões, sempre mantendo um senso de justiça, agindo sem favoritismos, nepotismo ou discriminação. É também tomar decisões levando em conta os interesses de todas as partes interessadas, sabendo dosar com imparcialidade e objetividade e chegar a um denominador comum. Evitar conflitos de interesses, fiscalizar para que não ocorram e, caso existam, ser proativo e ajudar a resolvê-los também são questões éticas. Prover de forma clara e objetiva as informações sobre o projeto a todos que tem autorização para essas informações, inclusive durante contratações, não favorecendo nenhum dos concorrentes durante um processo de licitação também são regidas por esse princípio.

Honestidade é o nosso dever com verdade e com agir de maneira verdadeira tanto em nossas comunicações como em nossa conduta. Informar as partes interessadas sobre os detalhes do projeto de maneira clara e objetiva, com números reais e métricas confiáveis. Aos olhos de muitos, dizer que um projeto está atrasado poderia ser um “tiro no pé”, mas o nosso dever quanto à ética é o de informar as partes interessadas sobre o atraso, assim como as ações corretivas que serão tomadas, junto com um novo prazo correto e coerente, dando insumos suficientes para as decisões que necessitam da aprovação do conjunto. Qualquer comportamento, declaração ou informação (falsa, incorreta ou incompleta) que tenha como objetivo enganar outras pessoas está em desacordo com a honestidade.

Em muitos aspectos esses valores se confundem e em muitas questões não saberemos a quais deles estaremos nos sujeitando, mas o que importa é que temos uma base a seguir, na qual podemos confiar e formar nosso caráter como profissionais e pessoas. Não se deixe levar pelo chamado “jeitinho brasileiro” ou “mas todo mundo faz assim”. É possível participar de projetos bem sucedidos sem artifícios ou maquiagem, de maneira ética e correta.


Por Emmanuel Carvalho


13 de janeiro de 2015

PSICOPATAS DE GRAVATA

Cuidado, um deles pode estar trabalhando com você!

Estima-se que existam 69 milhões de psicopatas no mundo. Nem todos eles estão nos seriados de TV, em instituições de saúde ou escondidos em suas casas. Alguns podem estar no seu escritório, dando ordens, ouvindo suas histórias pessoais ou espalhando boatos para os colegas durante a happy hour da firma. No trabalho, psicopatas são atraídos por dinheiro e poder, manipulam pessoas, causam medo, perseguem e prejudicam quem está ao seu redor.

Segundo o psicólogo nova-iorquino Paul Babiak, coautor do livro Snakes in Suits: When Psychopaths Go to Work (em português, "Cobras de terno: quando psicopatas vão ao trabalho"), inédito no Brasil, é quatro vezes mais comum encontrar psicopatas em ambientes corporativos do que na população em geral. Embora Hollywood associe o psicopata ao assassino, o comportamento das pessoas com esse distúrbio vai muito além de perfis dispostos à matança.

Com charme maquiavélico, eles manipulam os subordinados, os levam a cometer atos antiéticos e são capazes de chantagear sem culpa. "Quando você conhece um, quase gosta dele", diz Paul. "O psicopata consegue criar uma persona que reflete exatamente as coisas nas quais você acredita." Muitas vezes confundidos com líderes natos por aparentar motivação, capacidade de assumir riscos e esconder habilidosamente suas fraquezas, os psicopatas são hábeis em galgar aos mais altos cargos. "No fundo, tudo o que querem é obter poder e dinheiro à custa da empresa, não se importando realmente com o avanço dela nem com seus colegas", diz Paul.

Segundo John, o psicopata acha as posições executivas atraentes, pois elas lhe permitem exercer um elevado nível de poder sobre outras pessoas. Suas vítimas alegam sentir o controle de suas vidas, ter ataques de pânico, depressão, raiva, impotência, vergonha, entre outros sintomas que culminam na falta de confiança nelas mesmas, nos colegas e na própria empresa. Confira a seguir as dicas dos especialistas para identificar e aprender a se esquivar o quanto antes da mira desse tipo de manipulador.

O que faz um psicopata no trabalho?

A primeira característica do psicopata é a falta de consciência, o que o leva a cometer uma série de atos, como:

Ø  humilhar uma pessoa em público ou ser agressivo com ela;
Ø  implicar com a pessoa, ridicularizar o trabalho dela, ou qualquer tipo de tortura psicológica;
Ø  espalhar mentiras maliciosamente a respeito de um profissional para prejudicar sua reputação ou incentivar pessoas a fazer o mesmo;
Ø  mudar rapidamente de comportamento para manipular as pessoas ou causar elevados níveis de medo;
Ø  encorajar colegas de trabalho a atormentar, perseguir, molestar e humilhar uma vítima;
Ø  tratar pessoas de forma desigual, prejudicando subordinados e bajulando chefes e superiores;
Ø  pedir o cumprimento de tarefas inatingíveis a alguém ou invadir a privacidade dos outros, lendo seus e-mails, arquivos e correspondências para utilizar as informações no futuro como chantagem.

O que fazer se o meu chefe é um psicopata?

"É importante garantir que a direção da empresa o conheça", diz John. Anote todas as atitudes ruins que ele cometer e jamais o acuse de psicopata diretamente, pois você não tem qualificação para tanto. Documente tarefas e faça-o comprometer-se por escrito (respondendo para o seu e-mail). Para não perder a credibilidade, "nunca entre em uma competição de gritos, nunca o chame de psicopata e não tente espalhar rumores sobre ele", diz o australiano.

Como evitar se tornar uma vítima?

A melhor arma para se proteger é conhecer como ele pensa e age. Um psicopata costuma fingir que tem as mesmas fragilidades que a vítima para criar vínculos com ela. "Não importa se você é gerente, colega ou funcionário de um psicopata, você pode minimizar o risco de ser vítima ao desenvolver maior consciência das suas fragilidades e vulnerabilidades", diz John. O psicopata também tenta isolar a vítima dos outros colegas.

O que fazer se o seu colega for um psicopata?

Nunca encubra ou termine um trabalho para ele, pois isso o tornará uma vítima fácil de manipular, orienta John em seu livro. Além disso, mantenha uma boa rede de relacionamento com outras pessoas da empresa que saibam o valor de seu trabalho. Jamais confie nessa pessoa, anote sucintamente tudo o que ela fizer com você e, quando possível, entregue um relatório para os profissionais de RH da companhia.

Como romper com um assédio?

A melhor opção é fugir do psicopata. Se você tem algo que ele quer, ele irá atrás de você. Mas, se você já está na mira, não dê o que ele deseja. Se você já faz as coisas que o psicopata pede, atendendo a questões ilegais e pedidos estranhos, é melhor solicitar a mudança de departamento e escrever um relatório, mantendo sempre seus registros e informando a situação aos superiores.

Comunique o fato a outras pessoas da companhia, como os profissionais de recursos humanos. "Recomendo escrever uma carta anônima (há empresas no Brasil que possuem linhas 0800 para isso), curta e sem emoções, e enviá-la ao gerente de RH. Informe fatos, tais como ele mentiu em tal relatório, mentiu para encobrir tal coisa etc. Você tem de dar evidências", diz Paul. E, se outras pessoas têm os mesmos problemas, sugira que elas escrevam também.

Se você trabalha com alguém que tenha essas características, não entre no seu jogo, faça a sua parte e deixe que ele se afunde sozinho.

Gente deste tipo pode até alcançar cargos elevados durante um tempo, mas não duram mais do que nossos próprios méritos e valores.

Por Delmar Tavares