22 de abril de 2017

O BRASIL AINDA NÃO DESCOBRIU O POTENCIAL DOS ACIMA DE 50 ANOS

Você sabia que a revista mais vendida no mundo (excluindo as de cunho religiosos) tem como principal assunto o estilo de vida do homem americano de meia-idade com uma tiragem bimensal de 22,5 milhões de exemplares? Desde 1980, AARP The Magazine tem sido a maior revista que circulou pelos Estados Unidos. No entanto, até 2002, era conhecido como o Modern Maturity. Publicado pela primeira vez em 1958, é uma revista de propriedade de uma organização não-governamental, a Associação Americana de Aposentados (AARP). No Brasil desde 2016 a Revista Veja não vende mais de 1 milhão de cópias. Das 10 revistas mais vendidas no país, 7 falam da "vida alheia e folhetim noveleiro", ou seja, somadas passam a tiragem da Veja. É incrível como os costumes da maioria dos leitores de revistas brasileiras é influenciado por uma emissora de TV.

Diferente do Brasil, o mercado americano explora não só no consumo como na mão de obra deste perfil (não em larga escala como os mais jovens). Lá até 2020 os trabalhadores com 55 anos ou mais serão responsáveis por 25% da força de trabalho, em comparação aos 13% do ano 2000, segundo o Centro de Estudos sobre Longevidade de Stanford. De acordo com uma publicação da Easy Life Cover, muitos negócios de sucesso nos Estados Unidos foram iniciados por pessoas que já tinham mais de 50 anos. E os exemplos são bastante surpreendentes. Na lista de empresários, temos gente do calibre de Colonel Sanders, do KFC (Kentucky Fried Chicken), Raymond Croc, fundador da rede de fast food mais famosa do mundo, o McDonald's, e John Pemberton, fundador da Coca Cola, que, junto com o McDonald's, está no top 5 das marcas mais valiosas do mundo. Eles possuíam 65 anos, 52 anos e 55 anos, respectivamente.

Celebridades que obtiveram sucesso acima dos 50 anos de idade
Por que os "cinquentões" norte-americanos estão se tornando tão produtivos no trabalho? Pelo fato de estarem mais saudáveis e, principalmente, terem uma escolaridade cada vez maior. Um dado curioso é que as profissões estão se tornando menos "braçais" devido a automação e recursos tecnológicos, por isso a capacidade intelectual desses, ainda fazem a diferença em diversos segmentos de trabalho. Outro fator determinante ainda é a inteligência emocional. A maioria das profissões demanda, além do conhecimento técnico, um grau razoável de inteligência emocional. Essa combinação deixou de ser um diferencial competitivo e, hoje, é um pré-requisito, sempre bem avaliada em processos seletivos ou de promoções. Uma pesquisa na Universidade de Berkeley mostra que o pico da nossa inteligência emocional é quando entramos na casa dos 60 anos.

Em pesquisa feita em 31 países pela empresa americana de recursos humanos Manpower, 30 mil empregadores foram entrevistados. Desse total, 13% planejavam contratar trabalhadores mais experientes, enquanto 20% pretendiam mantê-los após a idade de aposentadoria. Esse número parece crescer, mas ainda está longe da realidade vivida no Japão. Lá, estima-se que até 83% das empresas invistam em estratégias para retenção dos profissionais em idade de aposentadoria que, diferentemente daqui, se dá somente após os 61 anos.

Além da área profissional, o consumo desse público é mais seletivo, na qual o interesse é valorizar detalhes do produto a ser comprado e do atendimento prestado. Acredita-se que em 2025 serão 35 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil e em 2050, um em cada três habitantes. Com maior longevidade, autonomia, qualidade de vida e independência financeira, a terceira idade está se tornando a grande força do mercado de consumo, revertendo a velha noção de que o Brasil é um país de jovens. O grupo demográfico que mais cresce no Brasil e no mundo parece sofrer menos diretamente com a crise econômica e representa uma mina de oportunidades à espera daquelas empresas que souberem analisar, compreender e satisfazer as necessidades e os desejos específicos desse segmento.

Um dado interessante vem do Rio Grande do Sul na qual aumenta o número de mulheres acima dos 50 anos que tiram a primeira habilitação no RS:

Ano Habilitadas pela primeira vez a partir dos 50
> 2010: 295.225 
> 2014: 388.860 
> 2015: 415.246

Essas jovens senhoras estão cada vez mais descobrindo a sua "independência" através de poder se locomover com mais rapidez e conforto. Estão aproveitando algo que devido o papel de dona de casa e/ou "dependência" de seu companheiro não fizeram a sua carteira de habilitação.

Experiência e força emocional estão ao lado destes cinquentões, por isso não ignore a contratação ou a atenção deste público, pois além de seletivos são influenciadores agora e serão ainda mais em um futuro breve.


Por Edinei Cunha

9 de abril de 2017

FECHAMENTO CONTÁBIL-FINANCEIRO – TODOS OS COLABORADORES SÃO RESPONSÁVEIS

Já passei por diversos ciclos mensais de Fechamento Contábil-Financeiro em muitas empresas e, posso afirmar que independentemente do tamanho e faturamento de cada uma delas, as dificuldades e problemas encontrados nesse período são praticamente os mesmos.

Noites mal dormidas, caixas de e-mail cheias de questionamentos sobre os resultados do negócio, internet e sistemas perdendo conexão, entre outros... Estas são algumas das mais diversas adversidades que “coincidentemente” ocorrem com bastante frequência nesse período.

Nesse tema, as pequenas e médias empresas apresentam controles e procedimentos bastante flexíveis, tornando-os até certo ponto, “afrouxados” se comparados às grandes corporações. Vejo esse comportamento muito em virtude de alguns vícios das empresas, como por exemplo:

- pequeno engajamento dos colaboradores fora das áreas Contábil e Financeira;

- mau uso das ferramentas dos Sistemas de Informação, tornando-os complexos e ineficientes;

- excesso de informes gerenciais com informações pouco relevantes;

- procrastinação de atividades (deixar para a última hora);

Nas grandes corporações, principalmente após a aprovação da Lei Sarbanes-Oxley (SOX), aumentou-se a preocupação com a veracidade das informações e, devido a essa necessidade de transparência e a velocidade da internet, os prazos de fechamento estão cada vez mais apertados. 

Os acionistas estão cada vez mais sedentos por informações precisas e alinhadas às suas expectativas. Hoje não dá mais para esperar um fechamento contábil-financeiro mensal superior a três dias úteis, bem como que a publicação de resultados globais equivocados das grandes corporações afeta as decisões dos seus acionistas em um mercado financeiro totalmente globalizado.

Nessas empresas multinacionais existem setores de Consolidação bastante preparados e focados nesse tipo de informação. Nas pequenas e médias o Gerente Financeiro/Contábil acaba desempenhando, muitas vezes sozinho, esse importante papel.

Mas então o que fazer para suprir tais demandas e minimizar os ruídos de comunicação nesse período?

Acredito que a definição do papel de cada gestor na transmissão das informações através de regras claras do que cada um precisa para “construir” um fechamento mensal de um negócio seria o primeiro passo.

Os gestores devem destacar a importância de cada uma das áreas da empresa neste processo, para que estes colaboradores entendam que as informações geradas por eles sejam utilizadas para crescimento do negócio e não para ser apenas um comparativo porcentual de um mês para o outro.

Esse “medo de informar” precisa ser expurgado da cultura das empresas e esta sinergia entre as áreas precisa ser trabalhada diariamente e efetivamente colocada em prática.  Treinamentos técnicos e comportamentais podem ajudar muito! Além disso as empresas devem incentivar e treinar os gestores a darem feedbacks assertivos e adequados.

Penso ser possível e viável colocar em prática em muitas pequenas e médias empresas este conceito de Fechamento Mensal utilizado nas grandes corporações, adaptando-o à realidade de recursos humanos e tecnológicos das empresas brasileiras.

Nessas empresas de sucesso todos os colaboradores são tratados como Accountable (um mix de responsabilidade e ética), ou seja, cada informação gerada por eles é importante para o negócio e todos (sem exceção) são responsáveis por elas, desde o primeiro dia até o final do mês.

Por Gustavo Rodrigues, Consultor Sênior na CROB Consultores.