O texto escrito pelo Diretor da Tirelog Marco Antônio de Oliveira neves, induz os profissionais do PPCP - Planejamento, Programação e Controle da Produção a uma reflexão interessante sobre o futuro da área.
É comum em empresas de todos os segmentos e portes que o Planejamento não seja tratado com a importância que merece. Mas porque isso acontece? Acredito que seja pela sua complexidade, desconhecimento das técnicas utilizadas ou insegurança da média e alta direção que preferem utilizar seu feeling ou experiência profissional para projetar o futuro da empresa.
Planejar não é uma tarefa fácil, exige muito conhecimento, esforço, dedicação e preparo dos profissionais envolvidos. Neste contexto, é comum aparecer os "especialistas" que com uma boa conversa e persuasão apresentam soluções e idéias revolucionárias, convencem os tomadores de decisão e impõe a empresa a um laboratório de pesquisas, tentativas e erro.
É comum em empresas de todos os segmentos e portes que o Planejamento não seja tratado com a importância que merece. Mas porque isso acontece? Acredito que seja pela sua complexidade, desconhecimento das técnicas utilizadas ou insegurança da média e alta direção que preferem utilizar seu feeling ou experiência profissional para projetar o futuro da empresa.
Planejar não é uma tarefa fácil, exige muito conhecimento, esforço, dedicação e preparo dos profissionais envolvidos. Neste contexto, é comum aparecer os "especialistas" que com uma boa conversa e persuasão apresentam soluções e idéias revolucionárias, convencem os tomadores de decisão e impõe a empresa a um laboratório de pesquisas, tentativas e erro.
Saliento aqui que remendar uma estratégia errada é pior do que fazer certo da primeira vez! Reflexão de uma frase dita por William Edwards Deming o papa da qualidade.
Boa Leitura!
Prof. Geraldo Cesar Meneghello
A área de PPCP - Planejamento, Programação e
Controle da Produção tem desempenhado, desde sempre, um importante papel dentro
do processo produtivo.
Mesmo em empresas onde a área é
posicionada como uma "secretaria industrial", o setor de
PPCP exerce uma atividade crucial para o bom desempenho da fábrica. Através
dela, é possível otimizar a capacidade fabril e garantir o atendimento do
volume de vendas estimado.
A área de PPCP evoluiu timidamente ao longo
dos últimos 40 anos, tendo vivenciado um pequeno salto há duas décadas com o
uso intensivo das soluções integradas de gestão, conhecidas como ERP, que
dentre as suas funcionalidades, disponibilizam o MRP (Materials Requirements Planning) e o
MRP II (Manufacturing Resources Planning). Mais recentemente, soluções
integrando previsão de vendas, capacidade produtiva e estoques, tentaram e
continuam tentando dar um novo impulso à atividade de PPCP. O uso desses softwares de otimização ainda são restritos e em
muitos casos, as empresas têm apresentado dificuldades em explorá-los devido à
má qualidade dos inputs de vendas.
Em meio à hesitação de automatizar esse
processo integrado, em função dos altos investimentos, e à possibilidade de
substituir as atividades rotineiras do homem pelas máquinas, qual o futuro do
PPCP?
Muitas empresas, dada a sua baixa
complexidade em termos operacionais, continuarão fomentando o PPCP
"coadjuvante", aquele que funciona muito mais como um mero suporte à
fábrica, basicamente monitorando volumes previstos versus realizados, executando
outras atividades também de cunho operacional, como a alocação das ordens de
produção em seus respectivos centros de serviço, ou o cálculo do nível de
rendimento de um determinado equipamento. Transformaremos os assistente e
analistas de PPCP em exímios operadores de planihas Excel. Isso é pouco, muito
pouco para quem deveria ter um P, de Planejamento. Mas, infelizmente, deverá
ser a realidade de muitas empresas.
Outras, a princípio poucas, buscarão total
automação das rotinas de programação e controle da produção, cabendo ao PPCP
(agora sim com um P valorizado), um papel mais tático e estratégico. Por
exemplo, caberá ao PPCP o planejamento da capacidade de longo prazo (5 ou mais
anos adiante), a definição do número e localização de instalações fabris, a
análise de questões fiscais e tributárias relacionadas a possíveis locais de
instalação das fábricas, racionalização do layout fabril, etc. Em algumas empresas
presenciaremos até o surgimento de Controllers da área de Materiais e Produção,
engajados na preservação da estrutura do produto (bill of materials), no
controle dos consumos, na redução do número de SKUs, no monitoramento do
desempenho de seus Fornecedores de insumos produtivos, na redução dos estoques
máximos e mínimos, na melhoria da qualidade da previsão de vendas, etc.
Outras empresas, em uma quantidade razoável,
tentarão alavancar a área de PPCP, atribuindo-lhes papéis adicionais, mas
falharão em não disponibilizar ferramentas adequadas e um ambiente favorável
para a tomada de decisão, principalmente em função das sucessivas
interferências da área de Vendas sobre o planejamento e a programação
realizados.
Portanto, podemos esperar que nos próximos
anos não teremos grandes novidades na área de PPCP para a grande maioria das
empresas. Elas continuarão "empurrando seus problemas com a barriga",
adiando para um dia qualquer a solução da causa raiz.
Continuaremos a desperdiçar horas e mais
horas de nossos talentosos profissionais
de PPCP, com controles e mais controles, de coisas que programamos, desprogramamos
e reprogramamos.
Por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e
Treinamento em Logística Ltda