A esta altura do campeonato
você já percebeu que não dá para “fazer mais do mesmo”. Você acredita que
sobreviverá a um ambiente com vendas em queda vertiginosa, margens muito baixas
e até mesmo negativas, pressão incessante por melhores resultados, clientes
impacientes, mal-humorados e muitas vezes insatisfeitos, etc.?
Então, pergunto-lhe, esteja
você do lado dos Embarcadores ou do lado dos Prestadores de Serviços: qual a
sua grande “sacada” para “surfar” nesse tsunami? Quem sabe este momento não
seja o ideal para colocar em prática algo novo, realmente diferente daquilo que
o mercado ou que seus pares oferecem? Ou você prefere continuar insistindo em
fazer aquilo que todo mundo faz?
Veja este exemplo, que
interessante. Até alguns anos atrás, empresas como Prosegur, Protege e Brinks
apenas transportavam valores. Porém, diante da necessidade de expandir
negócios, aplicando seu know-how em lidar com cargas de alto valor agregado,
decidiram ampliar sua atuação para segmentos como farmacêutico,
telecomunicações, jóias, eletroeletrônicos, metaloquímico, etc.
Uma outra transportadora,
insatisfeita em atuar no segmento de carga geral, tanto lotação como
fracionado, decidiu transformar-se em uma empresa dedicada à logística
ambiental. Enquanto muitos “torciam o nariz” para os resíduos sólidos e
líquidos, ela enxergou ali uma excepcional oportunidade para ganhar dinheiro. E
está ganhando! O lixo está se transformando em algo tão valioso, que daqui a
pouco precisará de escolta para o seu transporte!
Outra empresa se transformou
em um dos mais especializados operadores em logística florestal. Além do
tradicional serviço de transporte de toras e de madeira serrada/beneficiada, a
empresa também atua na operação de destoca (extração dos tocos de eucalipto e o
seu aproveitamento de biomassa para energia), preparo do solo e plantio de
pinus e eucalipto, aplicação de herbicida, adubação, combate a pragas e até na
logística reversa de embalagens de mudas, de adubos e de defensivos agrícolas.
Sob o ponto de vista de quem
contrata o frete, avalie, o que pode ser feito diferente. Seu modelo (ou malha)
logístico não poderia ser reavaliado? A forma de contratação dos serviços de
transporte e o modelo tarifário, são os ideais para o atual momento? O processo
de consolidação de cargas não pode ser melhorado? O drop size e o transit-time,
não podem ser revistos? E os indicadores que você utiliza em seu dia a dia, realmente
lhe proporcionam informações para uma eficaz tomada de decisão? Não existem
oportunidades para o transporte colaborativo com outras empresas semelhantes ou
complementares?
Volto a lhe perguntar: qual
a sua grande sacada para lidar com essa crise? Nenhum insight tem “martelado” a
sua cabeça? Vai ficar parado?
Na logística e no
transporte, precisamos correr muito para permanecer no mesmo lugar. Lembre-se
sempre disso! Bom trabalho!
Por Marco Antonio Oliveira
Neves