26 de agosto de 2011

DONALD J. BOWERSOX - A LOGÍSTICA PERDE UM DE SEUS MAIORES GURUS

DONALD J. BOWERSOX
A logística perdeu no dia 06 de julho de 2011, nos Estados Unidos, Donald Bowersox, um dos mais importantes e respeitados nomes da logística mundial. Professor emérito da cadeira de Supply Chain da Michigan State University (EUA), onde encerrou sua carreira de mais de 40 anos como professor, consultor e palestrante. Autor de mais de 250 artigos e 14 livros sobre Marketing, Logística e Supply Chain Management – entre eles o best seller “Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística”, em co-autoria com David Closs e M. Bixby Cooper. Bowersox era co-fundador da CSCMP – Council of Supply Chain Management Professionals. Presente várias vezes no Brasil para palestras e entusiasta do atual desenvolvimento do país, foi diversas vezes entrevistado pelas mais conceituadas revistas especializadas.

“O professor Bowersox foi um profissional de idéias claras e objetivas, uma grande perda para a logística” define Geraldo Cesar Meneghello profissional de logística a 30 anos, gerente de PPCP na Dori Alimentos e professor do curso de Engenharia de Produção da UNIVEM – Universidade Eurípedes de Marília interior de São Paulo. “Tive a oportunidade de assistir uma de suas palestras no fórum internacional de Logística (FutureLog 2009) promovido pelo instituto ILOS, na cidade de São Paulo. Conversar pessoalmente com este professor foi uma emoção muito grande, pois ele pode ser considerado um dos maiores gurus da Logística na atualidade” conclui Geraldo.

A seguir, palestra proferida pelo professor Bowersox no FutureLog 2009.

Responsiveness - The 21st Century
Supply Chain Opportunity
FUTURE.LOG
Dr. Donald J. Bowersox
Distinguished University Professor and Dean Emeritus
Michigan State University

ECONOMIC REALITY
Back to Basics or Unprecedented Opportunity
        Each recession presents substantial pressure to revert to traditional best  ractice as well an opportunity for significant change.

        Renewed focus on lean and functional cost reduction. “TLS” (Theory of Constraints, Lean, and Six Sigma)

        The problem is traditional best practice may have lost relevance.

        Emerging information technology presents unprecedented opportunity to implement new best practices

LIVING IN THE INFORMATION AGE
        Peta-Cloud Computing
        Social Media Networking Society Basic

Disruptive Network Technology (DNT)
– Being commercialized at unprecedented rate
Living in the Information Age
        Big names such as IBM and HP
        Numerous specialized software companies

Ubiquitous information
        Existing everywhere for everyone throughout the supply chain all at the same time
        Disruptive Network Technology (DNT)

Exciting Potential
        Networking within and between supply chains
  Simultaneous information sharing by all participating in a collaborative supply chain
        Disruptive Network Technology (DNT)
        Ubiquitous information

100 YEARS OF GREAT IDEAS














THE RESPONSIVE SUPPLY CHAIN BUSINESS MODEL

The time has come for the Supply Chain Transformation!

© 2009 Bowersox, Donald J.

18 de agosto de 2011

O MODAL RODOVIÁRIO

O modo rodoviário é o mais expressivo transporte de cargas no Brasil, e atinge praticamente todos os pontos do território nacional. Os veículos rodoviários mais utilizados pelas empresas são: caminhões (pequenos, médios e grandes), carretas, bi trens e treminhões.

Com a implantação da indústria automobilística na década de 50, e com a pavimentação das principais rodovias, o modo rodoviário se expandiu de tal forma que hoje domina amplamente o transporte de mercadorias no país.

Apesar da limitação quanto ao espaço de carga individual, sendo o menor de todos os modais, apresenta um grande espaço na totalidade dos veículos e, principalmente, na sua capacidade de agilidade e simplicidade, o que o transforma num modal de transporte bastante respeitado. Embora seja um modal de grande importância, principalmente em nosso país, apresenta a tendência irreversível de redução de sua importância percentual, através da divisão de cargas com os demais modais.

A sua importância futura será dada mais em termos de qualidade do transporte, fazendo parte da cadeia logística como o mais importante elo de transporte, já que é o único modal que pode unir os demais, bem como os pontos de origem e entrega da carga. Este tipo de modalidade de transporte é utilizado para cargas pequenas e médias, para curtas e médias distâncias, como coleta e entrega ponto a ponto. O transporte rodoviário oferece uma ampla cobertura, podendo ser caracterizado como flexível e versátil, sendo mais compatível com as necessidades de serviço ao cliente do que outros modos de transporte.

Pesquisa rodoviária realizada em 2009 pela confederação nacional dos transportes (CNT), apresentou a seguinte situação:
Ø      Até 2008, 69% das estradas pavimentadas no Brasil eram classificadas como ruins, péssimas ou regulares;
Ø      Apenas 12% das estradas brasileiras têm pavimentação.
Ø      A má qualidade das estradas provoca aumento médio de 28% no custo do transporte rodoviário de carga.

Situação do sistema de transporte rodoviário: No Brasil, cerca de 40.000 pessoas morrem no trânsito anualmente. A má condição das estradas e ruas é responsável por boa parte das vítimas. O custo das péssimas condições das estradas brasileiras é repassado ao preço final das mercadorias transportadas, devido a precariedade das rodovias que reduz a vida útil das peças dos caminhões, aumentando o tempo de viagem e encarecendo o frete.

Concessões Rodoviárias: as mudanças na oferta de infra-estrutura rodoviária tiveram como motivação imediata a recuperação das condições da malha do setor e a busca do autofinanciamento das principais rodovias do país. A principal forma de ação do Governo Federal tem sido a concessão de rodovias existentes da União a empresas privadas, que se comprometem a fazer a restauração, a manutenção e a expansão dessas rodovias em troca de pedágio.

Concessionária do transporte é a empresa que tem permissão para cobrar pedágio e as receitas auferidas por meio da cobrança, sejam aplicadas na própria rodovia pedagiada ou em trechos que lhe dão acesso.

Bibliografia
Ø      Logística de Transporte Internacional – Ed. Aduaneiras - Autor: Samir Keedi, 2001;
Ø      Logística Aplicada Suprimento e Distribuição Física – Ed. Pioneira – Autor: Antônio Galvão N. Novaes 1994.
Ø      CNT - Confederação Nacional dos Transportes

Prof. Geraldo Cesar Meneghello

15 de agosto de 2011

ESTRATÉGIAS DE SUPRIMENTOS - 2/2

Lote Econômico
É a quantidade a ser comprada de um determinado item, procurando-se minimizar o custo ou maximizar a rentabilidade do capital.

Custos: Como a reposição do estoque implica em custos, há necessidade de se revisar periodicamente os parâmetros que envolvem o cálculo do lote econômico.

Custos de reposição: São os custos associados diretamente às quantidades adquiridas:
Ø      Custo de execução de pedidos de compras;
Ø      Custo de recebimento e inspeção;
Ø      Custo de contabilização e pagamentos.

Custos de manter estoque (posse): São os custos associados diretamente às quantidades armazenadas:
Ø      Juros sobre o capital imobilizado;
Ø      Seguro da mercadoria armazenada;
Ø      Aluguel ou conservação do espaço ocupado;
Ø      Despesas de conservação, manuseio e registros.

Custo Total (CT): É a soma dos custos de posse (CP) e dos custos de reposição (CR). Portanto: CT = CP + CR

Obs. Estes custos devem ser revistos e atualizados periodicamente.

Cálculo do lote econômico
Q = Quantidade a ser comprada ou produzida;
D = Consumo anual previsto;
CR = Custo de reposição;
Pu = Preço unitário;
t = Custo de manter estoques (sem juros);
PV = Preço de venda;
QE = Quantidade econômica.

Lote econômico com mínimo custo
Fórmula:

QE =   2 . D . CR
                    Pu . t

Lote econômico com máxima rentabilidade do capital:
Fórmula:

QR =   2 . CR
         (Pv – Pu)

Este cálculo é uma opção para as empresas que não dispõe de muito capital, mas precisam maximizar a rentabilidade.

Obs. Fatores que podem afetar o lote econômico em ambos os casos:
Ø      Aquisição difícil do material ou mercadoria;
Ø      Descontos nas compras;
Ø      Lote mínimo de produção ou venda;
Ø      Produtos feitos sob encomenda;
Ø      Incertezas de suprimento.

Após calcular o lote econômico, deve-se calcular também o estoque mínimo, para que saiba o momento da reposição.

Sistema de Estoque Mínimo
É um sistema para dimensionar os estoques, de fácil, aplicação devido à sua simplicidade. Para se utilizar este sistema, é necessário que os itens tenham um consumo regular ou que este seja previsto.

Estoque de Reserva ou de Segurança (ER): É a quantidade que garantirá o consumo ou as vendas, em caso de atrasos de fornecedores, aumento do consumo ou das vendas etc., sendo obtida pela fixação de uma margem de segurança, ditada pelo bom senso, em dias, semanas, quinzenas, meses e etc., vezes o consumo médio diário, semanal, quinzenal, mensal etc. Assim temos a fórmula: ER = CM . Ms

Onde: Ms = Margem de segurança
          CM = Consumo médio

Estoque Mínimo ou Ponto de Pedido (EM): É a quantidade em estoque que, quando atingida, dá início ao processo de reposição.

Fórmula: EM = TR . CM + ER
Onde: TR = Tempo de reposição
           CM = Consumo médio
           ER = Estoque de reserva ou de segurança

O tempo de reposição (TR) é o tempo que conta desde a emissão da Requisição de Compra até o momento do recebimento do material ou mercadoria no estoque.

O consumo médio é a quantidade consumida ou vendida, em média, e pode ser representado por um consumo médio diário, semanal, quinzenal, mensal etc.

Lote de Reposição (LR): É a quantidade a ser comprada ou produzida de cada vez, quando o Estoque Mínimo for atingido.
Se o item for classe “C” (cujo índice de investimento não é significativo, vide artigo sobre a curva ABC), podemos nos valer da expressão a seguir:

LR = CM . TC
Onde:
LR = Lote de reposição
CM = Consumo médio
TC = Tempo de consumo (ou venda), previsto para o lote a ser adquirido.

Estoque Máximo (EM): É o resultado da soma da quantidade adquirida (QE, QR ou LR) com o estoque reserva.
Portanto:
EM = QE + ER   ou   EM = QR + ER   ou   EM = LR + ER

Importante ressaltar que o raciocínio do Lote Econômico e do sistema de estoque mínimo poderá ser utilizado para os produtos a serem produzidos.

Bibliografia
Ø      Administração de materiais e recursos patrimoniais, ALT, Paulo Renato Campos; MARTINS, Petrônio Garcia – 2009.

Prof. Geraldo Cesar Meneghello


12 de agosto de 2011

ESTRATÉGIAS DE SUPRIMENTOS - 1/2

Introdução: A gestão da aquisição – a conhecida função de compras – assume papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos financeiros envolvidos.

O valor total gasto nas compras de insumos para a produção (produtos ou serviços) varia de 50 a 80% do total de receitas brutas.

Compras/ Suprimentos é um excelente sistema de redução de custos de uma empresa, por meio de negociações de preços, na busca de materiais alternativos e do desenvolvimento de novos fornecedores.


No processo de compras existem as seguintes atividades centrais:
Ø      Assegurar descrição completa das necessidades;
Ø      Selecionar fontes de suprimento;
Ø      Conseguir informações de preço;
Ø      Colocar os pedidos;
Ø      Acompanhar os pedidos;
Ø      Verificar notas fiscais;
Ø      Manter registros e arquivos;
Ø      Manter relacionamento com vendedores.

Seleção dos fornecedores
Ø      Preço;
Ø      Qualidade;
Ø      Continuidade de fornecimento;
Ø      Localização.

Ordem de compra
Especifica as quantidades e possivelmente as instruções de entrega. É o documento primordial para iniciar o fluxo de produtos no canal de fornecimento. O processo de compras e as ordens resultantes estabelecem o volume de produtos a serem movidos e estocados no sistema logístico em dado instante.

A ordem de compra indicará ao fornecedor:
Ø      O produto que deverá ser entregue;
Ø      A quantidade que deverá ser entregue;
Ø      Quando deverá ser entregue e;
Ø      Onde deverá ser entregue.

Portanto a principal responsabilidade de compras é: ter a capacidade de comprar materiais e produtos na qualidade certa, na quantidade exata, no tempo certo, no preço correto e na fonte adequada.

Objetivos de compras
Ø      Permitir continuidade de suprimentos para o perfeito fluxo de produção;
Ø      Coordenar os fluxos com o mínimo de investimentos em estoques e adequado cumprimento dos programas;
Ø      Comprar materiais e produtos aos mais baixos custos, dentro das especificações predeterminadas em qualidade, prazos e preços;
Ø      Evitar desperdícios e obsolescência de materiais por meio de avaliação e percepção do mercado;
Ø      Permitir à empresa uma posição competitiva, mediante negociações justas e credibilidade;
Ø      Manter parceria com os fornecedores para crescer junto com a empresa.

Atividades da área de suprimentos

 Informações básicas
Ø       Controle e registro de fornecedores;
Ø       Controle e registro de compras;
Ø       Controle e registro de preço;
Ø       Controle e registro de especificações;
Ø       Controle e registro de estoques;
Ø       Controle e registro de consumo;
Ø       Controle e registro de catálogos.

Pesquisa de suprimentos
Ø      Estudo de mercado;
Ø      Especificação de materiais;
Ø      Análise de custos;
Ø      Análise financeira;
Ø      Desenvolvimento e qualificação de novos fornecedores;
Ø      Desenvolvimento de novos materiais.

Administração de materiais
Ø       Garantir atendimento das requisições;
Ø       Manutenção de estoques;
Ø       Evitar excesso de estoques;
Ø       Melhorar giro de estoques;
Ø       Garantir transferência de materiais;
Ø       Padronizar embalagens;
Ø       Elaborar relatórios.

Sistema de aquisição
Ø      Negociar contratos;
Ø      Efetivar as compras;
Ø      Analisar cotações;
Ø      Analisar requisições;
Ø      Analisar condições dos contratos;
Ø      Verificar recebimento dos materiais;
Ø      Conferir fatura de compra;
Ø      Contatar vendedores;
Ø      Negociar redução de preços;
Ø      Relacionamento interdepartamental.

 Ações diversas
Ø       Dispor dos materiais obsoletos;
Ø       Projeções de custos;
Ø       Comparações de materiais;
Ø       Manter relações comerciais de confiabilidade.

Bibliografia
Administração de materiais e recursos patrimoniais, ALT, Paulo Renato Campos; MARTINS, Petrônio Garcia – 2009.

Reinaldo Moura, Editora IMAM

Prof. Geraldo Cesar Meneghello

9 de agosto de 2011

ROTEIRIZAÇÃO DE VEÍCULOS

Um problema real de roteirização é definido por três fatores fundamentais:
 Decisões – Dizem respeito a alocação de um grupo de clientes, que devem ser visitados, a um conjunto de veículos e respectivos motoristas, envolvendo também a programação e o sequenciamento das visitas.
 Objetivos principais – O processo de roteirização visa propiciar um serviço de alto nível aos clientes, mas ao mesmo tempo mantendo os custos operacionais e de capital tão baixo quanto possível.
 Restrições – Em primeiro lugar, deve completar as rotas com os recursos disponíveis, mas cumprindo totalmente os compromissos assumidos com os clientes. Em segundo lugar, deve respeitar os limites de tempo imposto pela jornada de trabalho dos motoristas e ajudantes.
Finalmente, devem ser respeitadas as restrições de trânsito, no que se refere às velocidades máximas, horários de carga e descarga, tamanho máximo dos veículos nas vias públicas etc.
Na prática, problemas de roteirização ocorrem com bastante freqüência na distribuição de produtos e de serviços.
Alguns exemplos são listados a seguir:
Ø      entrega, em domicílio, de produtos comprados nas lojas de varejo ou pela internet;
Ø      distribuição de produtos dos CDs para lojas e varejo;
Ø      distribuição de bebidas em bares e restaurantes;
Ø      distribuição de dinheiro para caixas eletrônicos de bancos;
Ø      distribuição de combustíveis para postos de gasolina;
Ø      distribuição de artigos de toalete (toalhas, roupa de cama etc.) para hotéis, restaurantes e hospitais;
Ø      coleta de lixo urbano;
Ø      entrega domiciliar de correspondências etc.
Roteirização sem Restrições – Quando a separação dos clientes, pelos diversos roteiros, já foi realizada previamente, a questão de restrição de tempo e de capacidade está resolvida. Nesses casos, o problema que resta a ser resolvido é o de encontrar a seqüência de visitas que torne mínimo o percurso dentro do bolsão.
Exemplo:
Bolsão de Distribuição
Num caso simples, como o apresentado na figura, em que há poucos clientes a serem visitados no roteiro, o problema pode ser resolvido facilmente por inspeção. Quando o número de clientes aumenta ou quando a distribuição dos pontos de visita assume esquemas mais complexos, a resolução do problema passa a exigir métodos mais sofisticados, tratados no computador (software específico).
 PVC – Problema do Caixeiro Viajante: Analogia ao caixeiro-viajante que tem que visitar um determinado número de cidades localizadas numa região, devendo achar a seqüência que minimize o percurso total.
 De modo geral os métodos de roteirização podem ser agrupados em duas categorias:
Ø      Método de construção do roteiro;
Ø      Método de melhoria do roteiro.
Métodos de construção do roteiro – A sistemática mais simples é ir ligando cada ponto ao seu vizinho mais próximo. Elege-se um deles como ponto inicial e se procura, dentre os demais pontos, aquele que estiver mais perto do primeiro. Toma-se o segundo ponto e faz-se o mesmo procedimento, tomando o cuidado de excluir todos aqueles que já fazem parte do roteiro. Esse método não é dos mais eficazes, mas é mais rápido e fornece uma solução, que pode ser adotada como configuração inicial para aplicação dos métodos de melhoria.
 Selecionando um software de roteirização – Para escolher um software adequado às condições reais da empresa, o ideal é definir uma ou mais situações para testar os sistemas disponíveis no mercado.
Muitas vezes, a empresa constata a inadequação do software após tê-lo adquirido, com prejuízos apreciáveis.
 Sugestões para ajudar no processo de seleção do software para roteirização:
 Praticamente todos os softwares de roteirização não são sistemas que podem ser instalados pelo usuário e utilizados imediatamente, sem apoio técnico. Normalmente requerem a participação de consultores, com o objetivo de adaptar o mesmo as necessidades da empresa e treinar o pessoal que irá utilizá-lo.
 Alguns softwares exigem simplificações para resolver certos tipos de problema e, em alguns casos, essas situações não ficam muito claras na hora da aquisição. A pergunta que se deve fazer, nesses casos, é qual o efeito que tais simplificações podem ter na precisão final dos resultados.
 Como todos os roteirizadores operam sobre uma representação digital da rede viária (ruas, no ambiente urbano e rodovias, nas ligações interurbanas) a base de dados deverá ser confiável e estar atualizada.
Em algumas aplicações, os clientes não são fixos, mas variam diariamente. Exemplo: Lojas de departamentos que fazem a entrega a seus clientes e vendas pela internet.
Bibliografia
Gestão Logística do Transporte de Cargas – Ed.Atlas – Autores: José Vicente Caixeta-Filho e Ricardo Silveira Martins;
 Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição – Ed.Campus – Autor: Antonio Galvão Novaes;
 Gestão de Custos Logísticos – Ed. Atlas – Autores: Ana Cristina de Faria e Maria de Fátima Gameiro da Costa.

Prof. Geraldo Cesar Meneghello



5 de agosto de 2011

LOGÍSTICA REVERSA

Que hoje em dia a logística é imprescindível para organizações, ninguém duvida! Com o aumento da competitividade, os empresários descobriram ao longo das últimas três décadas a importância da área no campo estratégico, tático e operacional. O aumento das exigências no ambiente interno e externo da companhia, a maior conscientização empresarial de suas possibilidades competitivas, a preocupação com os custos de estoques e transportes, a exigência de velocidade de resposta, a necessidade de melhorar a matriz de transporte nacional e a exigência de formação de especialistas evidenciam a logística empresarial no país.

O crescente volume de bens produzidos trouxe junto uma preocupação com o meio ambiente e tem despertado a consciência ecológica da população. A distribuição de produtos desenvolveu-se de forma rápida e eficaz, porém a preocupação por parte das organizações, quanto ao reaproveitamento desses produtos após o seu descarte não acompanhou esse desenvolvimento. Existem algumas raras exceções, como é o caso da reciclagem de embalagens de alumínio e sucatas de automóveis, que são praticadas algum tempo.
O aumento no uso de embalagens e descartáveis demonstra a despreocupação com processos de reciclagem, grande parte dos produtos que são consumidos e depois descartados, podem passar pelo processo de reciclagem. Eles podem ser reaproveitados por meio da reintegração ao processo produtivo. Dentro desse contexto surge a LOGÍSTICA REVERSA. De forma geral a logística reversa trata do retorno de produtos consumidos e/ou não utilizados, por meio de canais de distribuição. Assim como nos processos produtivos diretos, a logística reversa faz o planejamento, implementa e controla o fluxo inverso ao fluxo produtivo direto, procurando agregar valor a esses produtos, reintegrando-os ao processo produtivo e de negócios.
A organização que implementar o processo reverso em sua cadeia produtiva, agregará valor à sua imagem frente à sociedade, beneficiando o meio ambiente, estabelecendo inclusive novas oportunidades de negócios, trazendo também outros benefícios tais como a geração de postos de trabalho, revertendo assim em benefícios ao meio no qual está inserida.
A logística é responsável por planejar, implementar e gerenciar, de forma eficaz, o fluxo de matérias-prima, produtos e informações ao longo da cadeia. Ao contrário da logística direta, a logística reversa por enquanto não conta com uma estrutura suficiente para fazer fluir, de forma eficiente, todos os resíduos, embalagens, produtos, entre outros, gerados pela cadeia de distribuição direta.
A logística reversa é responsável por tornar possível o retorno de materiais e produtos, após sua venda e consumo, aos centros produtivos e de negócios, por meio dos canais reversos de distribuição agregando valor aos mesmos. A rapidez com que um produto é lançado no mercado, o rápido avanço da tecnologia, juntamente com um grande fluxo de informações; a alta competitividade das empresas e o crescimento da consciência ecológica quanto às conseqüências provocadas pelos produtos e seus descartes no meio ambiente, estão contribuindo para a adoção de novos comportamentos por parte das organizações e da sociedade de um modo geral, sinalizando assim para uma valorização maior dos processos de retorno de produtos e materiais descartados no meio ambiente.
Os canais reversos de alguns materiais tradicionais são bem conhecidos há alguns anos, como, por exemplo, o dos metais em geral, e eles representam importantes nichos de atividade econômica. Outro exemplo de canal de distribuição reverso é o processo de reciclagem de papel e de embalagens descartáveis, que constituem fonte de renda para muitos indivíduos e oportunidade de marketing social para muitas empresas através da rotulação “ecologicamente correta”. Os canais de distribuição reversos podem ser classificados em duas categorias, ou seja, pode ser de pós-consumo ou de pós-venda.
Bens de pós-consumo – são os produtos ou materiais constituintes cujo prazo de vida útil chegou ao fim, sendo assim considerados impróprios para o consumo primário, ou seja, não podem ser comercializados em canais tradicionais de vendas.
No entanto, não quer dizer que não possam ser reaproveitados. Isso é possível graças à adoção da logística reversa e de seus canais de distribuição reversos (CDRs). CDRs são as etapas envolvidas no retorno de produtos considerados bens de pós-consumo.
Bens de pós-venda – têm características que os diferem destes primeiros. São produtos que geralmente apresentam pouco uso, ou muitas vezes nem foram utilizados. Os bens de pós-consumo são produtos que já tiveram sua vida útil esgotada, ou então, já não têm mais serventia para o consumidor que fez a primeira aquisição. Esses produtos retornam por vários motivos, sejam eles comerciais, por erro no momento da emissão do pedido, garantia, defeitos de fabricação, de funcionamento ou até por danos causados no transporte.
Preocupação ambiental – A logística reversa está relacionada com a destinação de produtos e materiais já descartados pelo consumidor final, contribuindo portanto para a preservação do meio ambiente. Essa contribuição se dá pelo retorno de bens de pós-consumo ao ciclo produtivo, o que diminui o acúmulo de lixo industrial na natureza. Assim sendo, pode-se relacionar a logística reversa como uma importante ferramenta para a preservação ambiental. Essa prática deve-se em grande parte ao aumento de consciência ecológica do consumidor, que passa a dar preferência a produtos de empresas que demonstram preocupação com a preservação ecológica.
Objetivos econômicos – O gerenciamento do retorno dos bens e materiais dentro da cadeia é fator decisivo para a otimização do ganho financeiro sobre esses produtos. Haja vista ser esse um dos benefícios proporcionados pela logística reversa. Ganhos financeiros e logísticos são apenas um dos benefícios que a logística reversa é capaz de proporcionar. Some-se também os ganhos à imagem institucional da companhia por adotar uma postura ecologicamente correta, atraindo a atenção e preferência não só de clientes mas dos consumidores finais;
Diferencial competitivo – A utilização da logística reversa como forma de diferencial é importante para a empresa. A obtenção de vantagem competitiva é um dos principais fatores que levam as organizações a implementarem o processo reverso de distribuição.
Mudanças no comportamento de consumo das pessoas também têm contribuído para a incorporação da logística reversa por parte da empresas: Além do aumento da eficiência e da competitividade das empresas, a mudança na cultura de consumo por parte dos clientes também tem incentivado a logística reversa. Os consumidores estão exigindo um nível de serviço mais elevado das empresas e estas, como forma de diferenciação e fidelização dos clientes, estão investindo em logística reversa. Empresas que possuem um processo de logística reversa, bem gerido, tendem a se sobressair no mercado, uma vez que estas podem atender seus clientes de forma melhor e diferenciada de seus concorrentes.
Organizações que se anteciparem quanto à implementação da logística reversa em seus processos irá se destacar no mercado. Passará para a sociedade uma imagem de empresa corretamente ecológica, inovará na revalorização de seus produtos e irá explorar produtos e materiais de pós-venda e pós-consumo, agregando valor a estes.
Bibliografia:
BALLOU, Ronald H. LOGÍSTICA EMPRESARIAL: Transportes, administração e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993;
BARBOSA, Adriana; BENEDUZZI, Bruno; ZORZIN, Gislaine; MENQUIQUE, João e LOUREIRO, Maurício C. Logística reversa: o reverso da logística.
Prof. Geraldo Cesar Meneghello