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26 de fevereiro de 2015

LOGÍSTICA, COMO MUDAR O LAYOUT DO ARMAZÉM?

Já se perguntou por que o arranjo físico de todo centro de distribuição é tão similar? O mesmo fizeram dois pesquisadores que observaram que todos os centros de distribuição tinham basicamente o mesmo layout: fileiras de corredores paralelos, com cruzamentos perpendiculares. Eles perguntaram: Por que os cruzamentos dos corredores precisam estar a 90 graus? “Isso nos levou à resposta óbvia – eles não precisam,” diz Kevin Gue, professor de engenharia da Universidade de Auburn.

Gue e seu colega, o pesquisador Russell Meller, professor de engenharia industrial e diretor do Centro de Engenharia Logística e Distribuição da Universidade de Arkansas, estudaram as configurações das distribuições de estruturas porta-paletes em armazéns e descobriram que apesar da demanda crescente pelo atendimento mais rápido e eficiente de produtos, os modelos tradicionais dos centros de distribuição não mudaram. E o que é pior, os modelos convencionais restringem a produtividade. Depois de explorar os modelos de corredores alternativos, eles desenvolveram duas configurações que segundo eles melhoram consideravelmente o tempo das separações de pedidos.

Corredores em forma de “Y”

O primeiro modelo que eles descobriram, usa dois cruzamentos na diagonal que se originam do mesmo ponto de separação e depósito. Vistos de cima, os cruzamentos formam um “Y”. Esta modificação simples dá uma “vantagem em linha reta” durante o percurso para alguns locais de separação. Meller e Gue descobriram que este modelo reduziu o tempo de trajeto por volta de 11% em comparação aos métodos tradicionais.

“Isso nos levou a perguntar: Quais outras ideias temos da estrutura dos armazéns? Descobrimos que existem muitas. A próxima que enfrentamos foi por que os corredores tem que estar na mesma orientação?” diz Gue.




Corredores em forma de “V”

Seguindo esta linha de perguntas, o segundo modelo alternativo de Meller e Gue manteve os cruzamentos dos corredores em “Y”, porém reorientou alguns corredores de separação. Vistos de cima, os corredores de separação verticais se estenderam do interior do formato em “Y”, enquanto que as fileiras horizontais dos corredores de separação ocupam as duas seções externas dos cruzamentos dos corredores.

Chamamos isto de corredores em “V” e as vantagens são quase duas vezes mais que o modelo de cruzamento em “Y”. Meller conta que os testes mostraram que o tempo de trajeto para uma separação em um armazém em “V” é 20,4% menor que em um armazém tradicional equivalente com o mesmo comprimento total de corredores de separação.

“Os corredores de separação em “V” permitem que os separadores percorram quase em linha reta até o ponto de retirada e depósito,” explica Gue.

Para provar isso, Meller e Gue calcularam o tempo de retirada esperado em um armazém onde os funcionários poderiam teoricamente percorrer em linha reta em cada localização de palete. Eles descobriram que o armazém proporcionaria uma redução de tempo de trajeto de 23,5% em comparação ao modelo de centro de distribuição tradicional.

“Estamos tranquilos em dizer que embora o modelo “V” não seja o melhor modelo possível, ele acumula quase todas as melhorias possíveis,” diz Meller.



Vantagens

Uma pergunta é se estes benefícios se traduzem ou não para os centros de distribuição de todos os tamanhos. Essa dúvida faz parte da pesquisa contínua de Meller e Gue. Para instalações pequenas e extremamente grandes, parece não haver muita vantagem com estes modelos alternativos de corredores. Mas para as instalações intermediárias, existe “uma vantagem considerável,” diz Meller.

“A parte interessante é que os níveis maiores de vantagem são realmente para os armazéns mais comuns em nossa observação,” ele conta. “O ideal é armazéns com 10 a 40 corredores.”

Desvantagens

A redução do tempo de trajeto em cerca de 20% pode parecer excelente, porém antes de se apressar para a reorganização do centro de distribuição, existem alguns alertas dos quais você deverá estar ciente:

Os modelos e resultados são baseados nas instalações com cargas unitizadas e não em um ambiente de separação de pedidos fracionados;

Estes modelos exigem mais espaço do que os métodos tradicionais para se conseguir o mesmo volume de estocagem;

Reorganizar o armazém no corredor em “V” consumirá tempo e esforço. Entretanto, para uma instalação totalmente nova, isto não será necessariamente um problema.

Também existem outras desvantagens em potencial. Por exemplo, com os modelos em “V”, não existe essencialmente nenhum acesso na área de separação (frontal) exceto no vértice dos cruzamentos dos corredores. Tanto no modelo tradicional quanto no modelo em “Y”, os funcionários tem mais facilidade de acesso frontal.

O ponto de acesso único poderia levar a congestionamentos, embora Meller diz que uma solução simples seria fazer os cruzamentos maiores próximos deste ponto.

Também existem algumas preocupações com a desorientação dos funcionários. “A melhor forma de ir de um ponto a outro pode não ser intuitiva,” diz Gue, “por isso o esquema de visualização dos códigos dos locais será muito importante”. “O uso de um sistema de gerenciamento de armazéns para direcionar os roteiros também pode ajudar,” acrescenta Meller.

“Uma das coisas que me preocupa um pouco,” conclui Gue, “é que as pessoas olhariam para estes modelos e os interpretariam como sendo a solução para todos os armazéns com cargas unitizadas. Este não é o caso. Entretanto, o que estes modelos devem sugerir é que existem formas diferentes, criativas, e totalmente inovadoras para se pensar na organização do layout de um armazém.” E finaliza: “Eu detestaria ver estas ideias descartadas pelo fato destes dois modelos não funcionarem em sua aplicação.”

Fonte: Originally posted 2010-04-04 21:11:44. Republished by Blog Post Promoter

Pode ser visto em: www.guiaempresario.com/

25 de fevereiro de 2015

GREVE DOS CAMINHONEIROS 2015

A manifestação dos caminhoneiros entrou nesta quarta-feira (25.02.2015) em seu sétimo dia de protesto contra o aumento do diesel e o preço do frete, considerado baixo pela categoria. Até a noite de terça, pelo menos 13 estados haviam tido registro de atos, com interdição de rodovias e acessos a portos.
Os caminhoneiros não tem uma pauta unificada de reivindicações. Os manifestantes reclamam, principalmente, da alta do preço do diesel, da redução do preço do frete e do valor dos pedágios.

Segundo a Federação dos Transportadores Rodoviários Autônomos do Estado de São Paulo (Fecamsp), a alta do diesel – que ficou mais caro depois que o governo elevou as alíquotas do PIS/ Confins e da Cide, em janeiro, e resultou em uma alta de R$ 0,15 por litro do combustível – serviu como “gatilho” para os protestos.

Ainda segundo a Fecamsp, o preço do frete teve uma queda de 37% em todo o país nos últimos cinco meses. A federação alega que, ao mesmo tempo em que aconteceu essa diminuição, houve alta nos custos de manutenção dos caminhões e das safras de produtos agrícolas, resultando em “mais carga a transportar”, com “o mesmo número de caminhões”.

A Abcam explica que a queda de 37% acontece porque a remuneração paga aos caminhoneiros não acompanhou esse aumento de custos, reduzindo o valor final que "resta na mão do motorista".

As entidades do setor apontam a existência de um “cartel informal” do preço do frete, pedindo o estabelecimento de uma planilha nacional de referência.

Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) o preço do frete é livre, negociado entre contratante e contratado. O que se regulamenta é apenas a forma de pagamento, para fins fiscais.

De acordo com o diretor de projetos e comunicação da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) Haroldo Christensen, o valor do frete, hoje, é definido por uma tabela de referência feita pelas transportadoras. "Nós entendemos como ilegal, porque pode gerar uma cartelização do frete", diz.

"O frete deveria ser o maior motivo da paralisação. Porque a variação do diesel, dos insumos, devia estar ligada a isso. O que não existe é uma planilha nacional de custos, em que fossem colocados todos os insumos assumidos, como combustível, pneu, manutenção, e junto com isso o valor das commodities. E sairia um valor de tonelada/km rodado, que seria variável conforme esses elementos", defende Christensen.

Outro motivo apontado para os protestos é o preço do pedágio nas rodovias, além de casos em que o valor é embutido no frete. “Desde 2001, pela lei 10.209, foi estabelecido o Vale-Pedágio Obrigatório, o qual determina que o valor do pedágio tem que ser pago, integralmente, pelo embarcador, e não pelo caminhoneiro”, argumenta a federação, que pede maior rigor na fiscalização pela ANTT.

O ministro da Secretaria Geral, Miguel Rossetto, disse nesta terça que o governo passou a analisar o pedido dos caminhoneiros para prorrogar o prazo de carência das dívidas contraídas por meio do programa Pró-caminhoneiro, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O programa prevê, entre outros pontos, o financiamento para a aquisição de itens como caminhões, chassis, reboques, carretas e cavalos-mecânicos.

A manifestação não é centralizada. Os primeiros protestos começaram em 13 de fevereiro, no Paraná, em um ato que incluía os professores do estado reclamando de medidas de corte de gastos e do que classificam de "abandono" da educação. Nos dias seguintes, a manifestação se espalhou por outros estados.

"Estamos acompanhando, não estamos participando", diz Christensen, da Abcam. "É um movimento que tem acontecido e não tem comando central. Não existe uma direção. Em cada lugar estão agindo de uma maneira diferente", explica.

Em meio à paralisação, o ministro da Secretaria Geral, Miguel Rossetto, afirmou nesta terça que não faz parte da pauta do governo reduzir preço do litro do óleo diesel “Não está na pauta do governo a redução do preço do diesel neste momento”, disse. A definição dos preços dos combustíveis no Brasil parte da Petrobras. Porém, a variação do preço nas bombas para o consumidor depende de decisão dos postos de gasolina.

A Advocacia Geral da União protocolou ações na Justiça Federal dos estados onde houve o bloqueio de rodovias. A AGU pediu que a Justiça conceda liminar (decisão provisória) para que as estradas sejam desbloqueadas e para que seja imposta uma multa de R$ 100 mil por cada hora em que a decisão for descumprida.

O governo vai receber, nesta quarta-feira, representantes dos caminhoneiros para um encontro em Brasília. Segundo o dirigente da Abcam, foram convidadas algumas lideranças locais. "Nós, como associação, fomos convidados como ouvintes. Nós entendemos que não é o correto. Mas vamos como ouvintes e lá reivindicamos", afirmou Christensen.

Segundo a ANTT, são 1 milhão de registros de transportadores, com 2,2 milhões de veículos. A maioria dos registros (857 mil) de para autônomos, 1 milhão de veículos. Já os registros de empresas são 171 mil, com 1,2 milhões de veículos. Os registros para cooperativas são 410, com 17 mil veículos.

Fonte:G1 - São Paulo e Brasília.