É hora de repensarmos as devoluções no Brasil! A Logística Reversa é uma excelente e estratégica fonte para agregar valor às vendas e pode ser definida como a maximização do valor dos ativos que estão sendo subtraídos do fluxo tradicional. Especialistas estimam que os custos com logística reversa no Brasil atinjam algo ao redor de R$ 15 a R$ 20 bilhões a cada ano e que esses custos deverão aumentar de forma significativa no futuro.
As pressões econômicas por melhores resultados estão forçando Indústrias, Atacadistas, Varejistas e Distribuidores no detalhamento e na revisão dos processos de logística reversa.
Paralelo a isso, a logística verde (ou green logistics) e as leis ambientais pressionam as empresas a adotarem políticas de sustentabilidade. Veja o reflexo das normas WEEE, RoHS e ISO14000 na Europa e também nos Estados Unidos.
Também o Marketing Verde ou Ecomarketing colabora indiretamente para o desenvolvimento da logística reversa. Diversas empresas do segmento de eletro-eletrônico, telecomunicações, varejo e cosméticos estão adotando iniciativas nesse sentido, lançando produtos constituídos de materiais com um maior percentual de reciclagem.
Seguramente, a logística reversa é uma das poucas oportunidades ainda restantes para os executivos e demais profissionais da área de Logística criar diferenciais de competitividade em relação aos seus principais concorrentes.
Muitos Embarcadores adotaram como estratégia a terceirização da logística reversa. A gigantesca maioria das empresas no Brasil utiliza lentos, ineficientes e caros processos para gerenciar o retorno de materiais. Não existem processos diferenciados da logística convencional e tampouco sistemas especializados. Estão na fase que classificamos como “Inocência” onde desconhecem o conceito e os benefícios da eficaz gestão da logística reversa. Consideráveis valores são perdidos, quando a importância devida não é dada aos retornos, ou quando os processos são tratados de forma incorreta.
Segmentos de alta tecnologia, empresas de vendas por catálogo e sites de e-commerce já enfrentam devoluções que alcançam de 10% a 20% do total vendido. Imagine o custo disso tudo! Ele não se resume apenas a gastos com créditos concedidos a Clientes, ou garantias e reparos. Pense nos problemas gerados com o controle dos estoques, perdas por obsolescência, furtos (o momento da devolução é um dos mais vulneráveis ao furto), perda de espaço nos armazéns, baixa produtividade da mão-de-obra, erros operacionais, custos com fretes de re-entregas, etc.
Muitos Operadores Logísticos e Transportadores evitam “desbravar” os meandros da logística reversa dada a sua complexidade. Além das dificuldades operacionais, é difícil (muito difícil) integrar os diversos departamentos internos de uma empresa (Vendas, Marketing, Produção, Logística, Pesquisa e Desenvolvimento, Financeiro) na correta gestão da logística reversa. Daí a excepcional oportunidade que existe para essas empresas aumentarem suas vendas. Um sólido entendimento das necessidades de seus Clientes e do processamento das devoluções permitirá aos provedores logísticos ascender rapidamente a uma destacada posição no mercado brasileiro.
Veja o caso da GENCO LOGISTICS (WWW.genco.com), nos Estados Unidos, segundo maior operador logístico norte-americano e que faturou US$ 2,3 bilhões em 2010, e que conta com mais de 6.500 funcionários e 115 armazéns em operação. É a empresa líder mundial em logística reversa, com clientes como Dell, Sears, Best Buy, Unilever, Hersheys, Whirlpool, etc., prestando uma ampla gama de serviços que sequer imaginamos que uma empresa de logística possa oferecer no Brasil:
Ø Recebimento, triagem e armazenagem de produtos ou componentes devolvidos
Ø Coleta de produtos em Clientes
Ø Expedição e transporte
Ø Reparos e recuperação de materiais
Ø Re-certificação
Ø Testes e garantias
Ø Destinação final
Ø Administração de processos de recall de produtos
Ø Liquidação de produtos
Ø Gestão da informação
Ø Gestão do tempo de ciclo de logística reversa
Para você, embarcador, antes de terceirizar, responda às seguintes perguntas:
Ø A logística reversa é considerada uma competência estratégica para a sua empresa?
Ø Seus custos e volumes são realmente representativos?
Ø Isoladamente, você terá condições de buscar a melhor solução em termos de custos e nível de serviço?
Ø Você terá condições de oferecer um rápido retorno ao mercado primário ou secundário para um bem de pós-venda?
E para você Operador Logístico ou Transportador, não pense duas vezes em se “aventurar” na Logística Reversa. Ou você irá querer ficar de fora de um mercado que deverá atingir R$ 15 a R$ 20 bilhões nos próximos anos?
Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística
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