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29 de janeiro de 2012

RODOVIAS BRASILEIRAS CONTINUAM EM SITUAÇÃO PRECÁRIA


De acordo com dados levantados em uma Pesquisa realizada pela CNT – Confederação Nacional do Transporte de Rodovias 2011, a qualidade das estradas não evoluiu muito no último ano e os problemas que elas apresentam são graves, pois coloca em risco a segurança dos usuários, aumentam os custos logísticos e comprometem de maneira significativa o desenvolvimento do País.
O objetivo da pesquisa, que já está em sua 15ª edição, é oferecer um panorama atual da malha rodoviária brasileira, essencial ao planejamento das atividades logísticas de distribuição e transporte. O estudo avalia pavimentação, sinalização e geometria de todas as rodovias federais pavimentadas, além de trechos das rodovias estaduais mais significativos sob responsabilidade de concessionárias.
Ao todo, foram analisados 92.747 km de estradas. O resultado indica que mais da metade da extensão analisada, ou seja, 57,4% (que representa 53.226 km) apresentam algum tipo de ineficiência. E 26,9% (224.899 km) dos trechos se encontram em situação crítica, sendo classificados como péssimos ou ruins.
Esse percentual elevado de rodovias com algum tipo de deficiência gera impactos econômicos e sociais, já que além dos números de acidentes e mortes, que não param de crescer, as condições ruins causam perda de competitividade.
O quadro 1 abaixo apresenta a situação das 10 melhores estradas do Brasil, segundo pesquisa da COPPEAD - Instituto de pós-graduação e pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, das quais oito encontram-se no estado de São Paulo:
Quadro 1 - Ranking das 10 melhores estradas do Brasil. Fonte: COPPEAD


Por outro lado, o quadro 2, apresenta as 10 piores estradas do Brasil contemplando as características de cada uma delas:
Quadro 2 - Ranking das 10 piores estradas do Brasil. Fonte: COPPEAD


Dados do levantamento realizado na pesquisa CNT
Pavimentação: 47,9% ou 44.479 km de estradas foram classificados como deficientes sendo: regular, ruim ou péssimo. Isso significa que eles necessitam de algum tipo de melhoria, seja a restauração ou total reconstrução.
Sinalização: 56,9% ou 52.738 km de estradas, têm problemas: 28,7% foram classificadas como: Regular; 14,3% como Ruim e 13,9% como Péssimo. Esse resultado, portanto, demonstra que, de maneira geral, a sinalização das rodovias brasileiras não está transmitindo de maneira eficiente e correta as informações ou advertências necessárias aos motoristas.
Geometria da via: 4,2% da extensão foi avaliada como “ótima” e outros 19% ganharam a classificação “bom”. Por outro lado, 71.192 km ou 76,8% necessitam intervenções para se alcançar níveis aceitáveis de segurança. Além disso, a pesquisa indica que 49,5% das rodovias têm dimensionamento geométrico abaixo do padrão de utilização. Logo, melhorias do tipo duplicação, implantação ou melhoria da faixa adicional de subida, sinalização e proteção das curvas e pontes precisam ser urgentemente empregadas. O resultado mostra a condição das rodovias no País, com projetos antigos que adotavam rodovias de pista simples de mão dupla como padrão.
A Pesquisa CNT mostrou, também, que aumentaram os pontos críticos das estradas. Dos 92.747 km avaliados, foram observados 219 pontos críticos, uma média de um para cada 423,5 km de vias pesquisadas. Vale ressaltar que em 2010 foram identificados 109. O ponto crítico mais recorrente foi de erosão na pista, seguido por buraco grande. Foram identificadas sete pontes caídas e 33 quedas de barreira. As pontes caídas podem causar desvios no tráfego e prejuízo na capacidade operacional. As quedas de barreira e as erosões na pista, por outro lado, interditam parcial ou totalmente uma pista de rolagem, o que obriga o motorista a desviar e a invadir a pista adjacente, o que prejudica a capacidade e a segurança das rodovias.
Investimentos
Em 2010, o governo federal investiu 9,8 bilhões em infraestrutura rodoviária. Porém, de acordo com a pesquisa, esse volume está muito aquém das necessidades e não faz frente aos concorrentes diretos do Brasil no mercado internacional (demais membros do BRIC).
A China investiu cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura de transporte. A Índia, 8%, e a Rússia, 7%. O Brasil, por sua vez, investiu apenas 0,36%. Segundo estimativas da CNT, em termos de projetos prioritários em rodovias, o País precisa investir R$ 200 bilhões.
Fonte: CNT – Confederação Nacional do Transporte, COPPEAD - Instituto de pós-graduação e pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Folha Vitória.
Prof. Geraldo Cesar Meneghello


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