De acordo com
dados levantados em uma
Pesquisa realizada pela CNT – Confederação Nacional do
Transporte de Rodovias 2011,
a qualidade das estradas não evoluiu muito no último ano
e os problemas que elas apresentam são graves, pois coloca em risco a segurança
dos usuários, aumentam os custos logísticos e comprometem de maneira
significativa o desenvolvimento do País.
O objetivo da
pesquisa, que já está em sua 15ª edição, é oferecer um panorama atual da malha
rodoviária brasileira, essencial ao planejamento das atividades logísticas de
distribuição e transporte. O estudo avalia pavimentação, sinalização e
geometria de todas as rodovias federais pavimentadas, além de trechos das
rodovias estaduais mais significativos sob responsabilidade de concessionárias.
Ao todo, foram
analisados 92.747 km
de estradas. O resultado indica que mais da metade da extensão analisada, ou
seja, 57,4% (que representa 53.226
km ) apresentam algum tipo de ineficiência. E 26,9% (224.899 km ) dos trechos
se encontram em situação crítica, sendo classificados como péssimos ou ruins.
Esse percentual
elevado de rodovias com algum tipo de deficiência gera impactos econômicos e
sociais, já que além dos números de acidentes e mortes, que não param de
crescer, as condições ruins causam perda de competitividade.
O quadro 1 abaixo
apresenta a situação das 10 melhores estradas do Brasil, segundo pesquisa da
COPPEAD - Instituto de pós-graduação e pesquisa em Administração da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, das quais oito encontram-se no estado
de São Paulo:
Quadro 1 - Ranking das 10 melhores estradas do Brasil. Fonte: COPPEAD |
Por outro lado, o quadro 2, apresenta as 10 piores estradas do Brasil contemplando as características de cada uma delas:
Quadro 2 - Ranking das 10 piores estradas do Brasil. Fonte: COPPEAD |
Dados do levantamento realizado na pesquisa CNT
Pavimentação: 47,9% ou 44.479 km de estradas
foram classificados como deficientes sendo: regular, ruim ou péssimo. Isso
significa que eles necessitam de algum tipo de melhoria, seja a restauração ou
total reconstrução.
Sinalização: 56,9% ou 52.738 km de estradas,
têm problemas: 28,7% foram classificadas como: Regular; 14,3% como Ruim e 13,9%
como Péssimo. Esse resultado, portanto, demonstra que, de maneira geral, a
sinalização das rodovias brasileiras não está transmitindo de maneira eficiente
e correta as informações ou advertências necessárias aos motoristas.
Geometria da
via: 4,2% da
extensão foi avaliada como “ótima” e outros 19% ganharam a classificação “bom”.
Por outro lado, 71.192 km
ou 76,8% necessitam intervenções para se alcançar níveis aceitáveis de
segurança. Além disso, a pesquisa indica que 49,5% das rodovias têm
dimensionamento geométrico abaixo do padrão de utilização. Logo, melhorias do
tipo duplicação, implantação ou melhoria da faixa adicional de subida,
sinalização e proteção das curvas e pontes precisam ser urgentemente
empregadas. O resultado mostra a condição das rodovias no País, com projetos
antigos que adotavam rodovias de pista simples de mão dupla como padrão.
A Pesquisa CNT
mostrou, também, que aumentaram os pontos críticos das estradas. Dos 92.747 km avaliados,
foram observados 219 pontos críticos, uma média de um para cada 423,5 km de vias
pesquisadas. Vale ressaltar que em 2010 foram identificados 109. O ponto
crítico mais recorrente foi de erosão na pista, seguido por buraco grande.
Foram identificadas sete pontes caídas e 33 quedas de barreira. As pontes
caídas podem causar desvios no tráfego e prejuízo na capacidade operacional. As
quedas de barreira e as erosões na pista, por outro lado, interditam parcial ou
totalmente uma pista de rolagem, o que obriga o motorista a desviar e a invadir
a pista adjacente, o que prejudica a capacidade e a segurança das rodovias.
Investimentos
Em 2010, o
governo federal investiu 9,8 bilhões em infraestrutura rodoviária. Porém, de
acordo com a pesquisa, esse volume está muito aquém das necessidades e não faz
frente aos concorrentes diretos do Brasil no mercado internacional (demais
membros do BRIC).
A China
investiu cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura de
transporte. A Índia, 8%, e a Rússia, 7%. O Brasil, por sua vez, investiu apenas
0,36%. Segundo estimativas da CNT, em termos de projetos prioritários em
rodovias, o País precisa investir R$ 200 bilhões.
Fonte: CNT –
Confederação Nacional do Transporte, COPPEAD - Instituto de pós-graduação e pesquisa
em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Folha Vitória.
Prof.
Geraldo Cesar Meneghello
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