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21 de abril de 2013

GESTÃO E QUALIDADE EM LOGÍSTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS


No atual cenário globalizado, a área de suprimentos deixa de ter um perfil estritamente operacional para ocupar uma posição estratégica nos negócios.

 Muitas pessoas acostumadas a utilizar a internet para facilitar várias atividades cotidianas acabaram por optar em poupar tempo e, em muitos casos, dinheiro fazendo as compras do dia a dia, de presentes, remédios e outros produtos ou serviços em lojas virtuais na web. Tudo muito fácil e rápido. Mas as coisas começam a mudar quando, eventualmente, as empresas de varejo ou de produtos de consumo atrasam a entrega. O que deveria ser um facilitador acaba trazendo preocupações, estresse e obrigado à adoção de soluções mirabolantes, como um plano B, C ou D, para garantir a entrega dos produtos.

Essa é apenas uma face que fica mais visível aos consumidores de um problema que afeta as companhias que ainda não perceberam a importância de uma boa gestão logística e da cadeia de suprimentos, conhecida também como supply chain.

No atual cenário globalizado, a área de suprimentos deixa de ter um perfil estritamente operacional para ocupar uma posição estratégica nos negócios. A gestão de supply chain pode tanto contribuir para elevar o grau de competitividade, quanto para arranhar e comprometer a imagem de uma empresa, dependendo da eficiência como é tocada.

Para manterem-se bem conceituadas junto aos consumidores, as companhias devem assegurar que sua cadeia de suprimentos funcione da forma mais otimizada em todas as etapas, desde o momento em que nasce uma demanda do cliente até a entrega do bem ao final do processo. A área de supply chain requer atenção das companhias, pois é preciso garantir que o produto chegue ao consumidor final considerando os princípios da sustentabilidade, de maneira rápida, observando um bom nível de serviços agregados e, ainda, a um baixo custo.

Nem sempre balancear tudo isso é tão fácil no Brasil, um país de dimensões continentais, com graves problemas e deficiências infraestruturais e um sistema tributário complexo e oneroso, o que certamente resulta em complicações para a operação das empresas.

Para ultrapassar esses entraves geográficos e tributários, é extremamente importante contar com uma comunicação ordenada, integrada e bem clara dentro das organizações. Muitas vezes, várias empresas estão envolvidas na cadeia de suprimentos (incluindo fornecedores ou prestadores de serviços), ou, no mínimo, diversos setores dentro de uma mesma companhia. Manter o diálogo, a integração entre as partes e a clara definição de papéis para cada elo dessa intrincada rede são fatores essenciais ao bom funcionamento dos processos que culminam com a entrega satisfatória dos bens adquiridos pelo consumidor.

Mais uma vez, os conceitos de estratégia, planejamento e organização devem vir à tona como base para que os obstáculos sejam superados. Em épocas de grande fluxo de mercadorias, como a do Natal, datas comemorativas (Dia dos Pais, das Mães, dos Namorados, das Crianças...), na recém-criada “Black Friday Brasil” e em outras eventuais grandes promoções do comércio que ocorram ao longo do ano, as empresas devem estar especialmente preparadas e estruturar adequadamente sua malha logística para atender ao crescimento da demanda.

Não estar preparado para essa realidade equivale a um grave risco à imagem da companhia. Risco esse que se torna muito mais elevado na era da democratização do uso e acesso às tecnologias e às redes sociais em que vivemos, onde grande parte das pessoas com acesso à Internet tem o poder de realizar pesquisas e de conferir a opinião de outros usuários sobre produtos e serviços. As redes sociais desempenham um importante papel no acesso a informações sobre o potencial de compra das pessoas, influenciando inclusive a tomada de decisão do consumidor. Porém essa importante ferramenta pode se tornar um “pesadelo” para empresas que não atendem às expectativas de seus clientes.

A boa gestão de supply chain, associada à qualidade na entrega dos produtos aos clientes, aos serviços agregados oferecidos, ao atendimento nos momentos de venda e de pós-venda e à boa relação custo/benefício são fatores que fortalecem o principal valor de uma organização da área de varejo, que é a sua confiabilidade.

Vale lembrar que, em alguns casos, os custos com logística, somados aos gastos com a aquisição de produtos, correspondem a 75% dos dispêndios totais de uma empresa. Por outro lado, melhorar a cadeia de suprimentos pode trazer diversos benefícios, como a redução de custos logísticos em até 25%; diminuição de custos totais entre 3% e 8%; melhoria do lead time de 15% a 30%; e retorno do capital empregado (ROCE) entre 30% e 40%. Então, qualquer variação, positiva ou negativa no segmento de supply chain tem impacto significativo sobre em toda a companhia. Com relação à entrega, se ela não ocorrer conforme o que foi acertado com o consumidor, a imagem da empresa sai arranhada, o que pode redundar em riscos de perda de participação de mercado e de lucratividade.

Hans Klose e Marcio Ikemori são sócios responsáveis pela área de Logística e Supply Chain da KPMG no Brasil

 Fonte: Portal Administradores

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