O conflito de interesses é um caso interessante de
análise em gestão de projetos. Os profissionais que participam da equipe formada para este fim, têm acesso a uma série de
informações privilegiadas que podem ser usada para influenciar outras decisões
ou pessoas da própria empresa ou até mesmo fora dela.
Os gestores de projeto devem ter absoluto controle sobre esse ponto, uma vez que trabalham para outras áreas da empresa, colocar interesses pessoais a frente de sua obrigação é sem dúvida uma questão ética e que, infelizmente, tem se tornado comum no dia a dia das empresas.
No seu próximo projeto inclua a gestão de ética no
portfólio de gestão de projetos, pense nisso!
Boa Leitura
Prof. Geraldo Cesar Meneghello
ÉTICA: VALORES ESSENCIAIS A UM GERENTE DE PROJETOS
Vivemos um período de
eleições. Notícias e escândalos sempre vem à tona em uma época em que, na minha
visão pessoal, o mais importante seria exaltar as qualidades e valores de cada
candidato, assim como seu plano de governo. O Brasil não é um país onde a ética
seja seguida ou discutida com exatidão, pois há barreiras culturais enraizadas
tão profundamente que fica difícil identificar as atitudes não éticas. Tendo
isso em vista, faço duas perguntas:
Como
Gerente de Projetos, quais são os seus valores?
Você
é um Gerente de Projetos ético?
O dicionário Michaelis
define “Ética” como um “Conjunto de princípios morais que se devem observar no
exercício de uma profissão”. O PMP - Project Management Professional, talvez a instituição de maior prestígio atualmente em gerenciamento de projetos, define os principais valores em seu
Código de Ética e Conduta Profissional: Responsabilidade, Respeito, Equidade e
Honestidade.
Responsabilidade é
ter ciência e responder por suas decisões. Saber do que somos capazes e sermos
idôneos quanto às nossas habilidades. Um Gerente de Projetos deve ter
habilidades suficientes para gerir qualquer tipo de projeto, mas um Gerente de
Projetos de TI saberia atuar num projeto de pesquisa de medicamentos? Talvez.
Cabe ao profissional saber suas limitações e ser idôneo quanto a elas. Proteger
informações sigilosas, cumprir compromissos que foram assumidos, não participar
de ações ou procedimentos ilegais também fazem parte da nossa responsabilidade.
Respeito é o
nosso dever de demonstrar uma elevada consideração por nós mesmos, por outras
pessoas e pelos recursos confiados a nós, sendo esses recursos: humanos,
financeiros ou de qualquer outro tipo. Agir de forma profissional com todos,
entender o ponto de vista dos stakeholders e resolver conflitos diretamente com
as partes envolvidas neles, também são questões de respeito. Agir em desacordo
com a cultura dos envolvidos em um projeto também pode ser considerado
desrespeito, mesmo que em outras culturas essa ação não seja vista como tal.
Chamar um Indiano Hindu para uma churrascaria para comemorar o sucesso de uma
entrega, por exemplo, não seria de bom tom.
Equidade é o
nosso dever de tomar decisões e agir de forma imparcial e objetiva. Equidade é
manter a nossa neutralidade nas questões, sempre mantendo um senso de justiça,
agindo sem favoritismos, nepotismo ou discriminação. É também tomar decisões
levando em conta os interesses de todas as partes interessadas, sabendo dosar
com imparcialidade e objetividade e chegar a um denominador comum. Evitar
conflitos de interesses, fiscalizar para que não ocorram e, caso existam, ser
proativo e ajudar a resolvê-los também são questões éticas. Prover de forma
clara e objetiva as informações sobre o projeto a todos que tem autorização para
essas informações, inclusive durante contratações, não favorecendo nenhum dos
concorrentes durante um processo de licitação também são regidas por esse
princípio.
Honestidade é o
nosso dever com verdade e com agir de maneira verdadeira tanto em nossas comunicações
como em nossa conduta. Informar as partes interessadas sobre os detalhes do
projeto de maneira clara e objetiva, com números reais e métricas confiáveis.
Aos olhos de muitos, dizer que um projeto está atrasado poderia ser um “tiro no
pé”, mas o nosso dever quanto à ética é o de informar as partes interessadas
sobre o atraso, assim como as ações corretivas que serão tomadas, junto com um
novo prazo correto e coerente, dando insumos suficientes para as decisões que
necessitam da aprovação do conjunto. Qualquer comportamento, declaração ou
informação (falsa, incorreta ou incompleta) que tenha como objetivo enganar
outras pessoas está em desacordo com a honestidade.
Em muitos aspectos esses
valores se confundem e em muitas questões não saberemos a quais deles estaremos
nos sujeitando, mas o que importa é que temos uma base a seguir, na qual
podemos confiar e formar nosso caráter como profissionais e pessoas. Não se
deixe levar pelo chamado “jeitinho brasileiro” ou “mas todo mundo faz assim”. É
possível participar de projetos bem sucedidos sem artifícios ou maquiagem, de
maneira ética e correta.
Por
Emmanuel Carvalho
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