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11 de outubro de 2012

CROSS DOCKING


INTRODUÇÃO AO CROSS DOCKING

As constantes mudanças no mercado levaram a um redirecionamento do foco empresarial para o consumidor final. Assim, as formas tradicionais de distribuição que “empurravam” a produção para o mercado, passaram a ser substituídas por novas formas onde o abastecimento é “puxado” pela necessidade de mercado.

Surge então, com o objetivo de reduzir o nível dos estoques e realizar entregas frequentes em pequenas quantidades, e com custo operacional reduzido, o sistema de distribuição cross docking. A aplicação deste sistema busca reduzir ou eliminar a estocagem e o picking, diminuindo as operações de manuseio.

O cross docking trabalha com pedidos de ordens dos clientes em menores quantidades, entregues em ritmo mais frequente, mantendo o nível de serviço ao cliente.

HISTÓRIA DO CROSS DOCKING

Segundo Jones (2001), o cross docking apresenta suas origens no final do século XIX, quando o Serviço Postal Americano passou a responder ao aumento do envio de correspondências, transferindo parte das encomendas para suas estações de retransmissão.

Nos dias atuais, essas estações de retransmissão evoluíram e podem ser caracterizados como estações modelo de operações seus docking.

FINALIDADE DO CROSS DOCKING

A finalidade do cross docking é minimizar as operações de movimentação e eliminar a  estocagem diminuindo assim os custos com armazenagem movimentação e transportes.

Outra finalidade do cross docking oferecer reduções significativas nos custos de distribuição e manter o nível de serviço aos clientes, além de promover a agilização da atividade de transportes e a otimização da capacidade de transporte de veículos de carga, através da consolidação de cargas.

Em geral as operações de cross docking têm em comum os reduzidos tempos de espera e estocagem menores que 24 horas. Isto é possível por já estar definido o destino do item antes mesmo de ele ser recebido, evitando a sua estocagem. Outro requisito para que esse sistema funcione a plena capacidade são áreas de consolidação de cargas e também áreas para se expedir os volumes sem interferir com os produtos estocados.

TIPOS DE CROSS DOCKING E SUA FINALIDADE

Ø      Cross docking de produção – Recebe e consolida as cargas que são destinadas à produção (just-in-time).

Ø  Cross docking de distribuição – Consolida produtos recebidos de diversos fornecedores em áreas ou paletes. Esses produtos são movimentados para suas respectivas áreas de expedição a partir da chegada do último produto a ser expedido.

Ø      Cross docking de transporte – Consolida e embarca cargas incompletas vindas de diferentes clientes e de indústrias, fazendo o trabalho de embalar, otimizar e expedir para ganhar produtividade pela economia de escala.

Ø      Cross docking de varejo – Recebe vários produtos de múltiplos fornecedores consolida estas cargas, direciona e distribui para várias lojas.

CROSS DOCKING: COMO FUNCIONA

Carretas completas chegam de múltiplos fornecedores e então se inicia um processo de separação dos pedidos, com a movimentação das cargas da área de recebimento para a área de expedição.

Em sistemas de cross docking automatizados são utilizados leitores de códigos de barras que identificam a origem e o destino de cada palete. Desta forma, os palete são automaticamente direcionados para as respectivas docas através de correias transportadoras e carregados nos veículos que farão a entrega local. Estes partem com uma carga completa, formada por produtos de vários fornecedores.

IMPLEMENTAÇÃO DO CROSS DOCKING

Para o sucesso desta técnica, é necessário:

Parceria
Todos os membros da cadeia de abastecimentos devem ser capazes de suportar as operações do cross docking.

Confiança na qualidade
A qualidade deve ser construída e não inspecionada, ou seja, a responsabilidade da qualidade está na produção.

Comunicação entre os membros da cadeia de abastecimento
Dados sobre vendas, pedidos, previsão de chegada, entre outros dados, devem ser compartilhados de forma a facilitar o planejamento de cada elo da cadeia de abastecimento.

Comunicação e controle das operações
Informações como o tipo de produto e quando será recebido, em que quantidade e com que destino, são essenciais para o planejamento das operações dentro das instalações

Mão de obra, equipamentos e instalações
Deve haver espaço suficiente e mão de obra e equipamentos especializados para a realização das tarefas necessárias (separação de pedidos, quebra de cargas, etc.).

Gestão estratégica
Requer certo nível de gestão de trabalho, isto porque, quando ocorrem problemas, recursos e mão de obra devem ser reorganizados de forma a normalizar a situação sem que ocorram perdas.

Deve-se utilizá-lo  na movimentação de produtos cujo custo unitário associado à falta do mesmo em estoque seja o mais baixo possível.

Custos baixos permite que na eventualidade de ocorrer uma falta de produto, o impacto seja menor.

A seleção dos produtos é fundamental e contribui para o bom funcionamento desta técnica.

Torna-se de maior simplicidade de aplicação em produtos cuja procura ou movimentações sejam mais regulares ou estáveis.

APLICAÇÃO DO CROSS DOCKING

O cross docking é uma técnica que pode ser aplicada onde se objetiva agilizar a operação e atender de maneira eficiente as necessidades dos clientes. Existem diferentes casos onde pode ser aplicado:

Produtos com destinos definidos
Quando os produtos a serem recebidos já têm seus destinos definidos fica muito mais fácil direcionar as cargas e otimizar o processo.

Produtos de curta validade e alto índice de giro
Mercadorias que tem necessidade de maior agilidade na entrega e prazos de validade curtos dispensam a estocagem e logo são expostos nos pontos de venda.

Entregas em centros urbanos
A execução de entregas, principalmente em centros urbanos utilizando veículos de grande porte, sofre restrições de espaço e peso, podendo assim dificultar as entregas.

Intermodalidade
A carga transportada utiliza diferentes modais de transporte e necessita de agilidade no transbordo entre um modal e outro.

VANTAGENS E DESVANTAGENS

O cross docking trabalha com pedidos de ordens dos clientes em menores quantidades sendo entregues com maior frequência procurando a qualidade e satisfação do cliente. As vantagens são mútuas para cliente e fornecedor donde se destacam as seguintes:

Ø  Redução de custos: todos os custos associados com o excesso de estoque e com distribuição são reduzidos, já que o transporte é feito em FTL e de forma mais frequente.

Ø      Redução da área física necessária no CD: com a redução ou eliminação do estoque, a área necessária no centro de distribuição é reduzida.

Ø  Redução da falta de estoque nas lojas dos varejistas: devido ao ressuprimento contínuo, em quantidades menores e mais frequentes.

Ø    Redução do número de estoques em toda a cadeia de suprimentos: o produto passa a fluir pela cadeia de suprimentos, não sendo estocado.

Ø  Redução da complexidade das entregas nas lojas: é realizada uma única entrega formada com toda a variedade de produtos dos seus diversos fornecedores, em um único caminhão.

Ø     Aumento do turn-over no CD: a rotatividade dentro do centro de distribuição aumenta, já que o sistema opera com entregas em menores quantidades e com maior frequência.

Ø   Aumento da shelf-life do produto: o tempo de vida que a mercadoria “perderia” no estoque, ela “ganha” na prateleira à venda.

Ø      Aumento da disponibilidade do produto: devido ao ressuprimento contínuo ao varejo.

Ø      Suaviza o fluxo de bens: torna-se constante devido às encomendas frequentes.

Ø      Redução do nível de estoque: mercadoria não para em estoque.

A desvantagem que se pode identificar, segundo Schaffer (1998), estaria nos custos e esforços que os outros membros da cadeia de suprimentos teriam que absorver para que o sistema cross docking alcance o sucesso. Esses esforços estariam voltados para a implementação de melhorias em seus sistemas com o objetivo de fornecer a base necessária para o funcionamento efetivo do cross docking. Entretanto, convencer os membros da cadeia a absorver estes custos e esforços não é uma tarefa fácil, pois se deve ter em mente a cooperação entre todos dentro da cadeia produtiva para atingirem o sucesso.

CONCLUSÃO

O cross docking pode trazer vários benefícios, principalmente a redução de custos, se bem aplicado, mas não podemos generalizar este processo para todos os itens ou armazéns. Mais rápido e com menor custo, temos de avaliar sim a sua viabilidade técnica e econômica, bem como o nível de serviço. Os clientes que recebem estes produtos estão atentos ao nível de serviço e cada produto deve ser encarado com suas peculiaridades e importância.

Deve haver perfeita integração entre todos os recursos, sejam fornecedores ou distribuidores, o que pode ser feito através da tecnologia de informação, que é uma ferramenta importante para agilizar as operações, resultando em menor número de erros e maior confiabilidade nos parceiros. Dessa forma, os objetivos de toda a cadeia serão alcançados com sucesso.

REFERÊNCIAS

Blog do Camilo Ferreira Ordem e Processo, escrito 18 de outubro de 2010.<http://admcamiloferreira.wordpress.com/2010/10/18/cross-docking-%E2%80%93-origem-e-finalidade/>

OLIVEIRA, Patrícia Fernandes de; PIZZOLATO, Nélio Domingues. A eficiência da distribuição através da pratica do cross docking. XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Curitiba 23 a 25 de outubro de 2002.

OLIVEIRA, Patrícia Fernandes de.  A evolução da distribuição: Cross Docking. Disponível em: http://www.logisticadescomplicada.com/a-evolucao-da-distribuicao-cross-docking/. Acesso em: 02/10/2012 às 12h30min.







Este trabalho foi apresentado pelos alunos do 3º ano de Engenharia da Produção da Universidade Eurípedes de Marília – UNIVEM, disciplina: Logística e Cadeia de Suprimentos

Prof. Geraldo Cesar Meneghello

AUTORES

Alex Vieira da Guarda                               
Ana Laura Gazoto Contrera                                  
Ana Paula Bonacina Padilha                    
Ariel Donizeti da Silva                               
João Hugo Gomes                                     
Nivia Togni Cêga dos Santos                   
Nathália Fernanda Porsebon                    



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