Muito se tem falado sobre a falta de
infraestrutura logística no Brasil. A saturação das estradas e portos fará com
que os exportadores brasileiros percam bilhões de dólares. Na costa de Santos,
dezenas de navios aguardam dias para atracar, ao custo de 25 mil dólares por
dia cada um. A rodovia de acesso ao porto recebe, aproximadamente, 4.500 caminhões
por dia e nesta última semana o congestionamento chegou a mais de 30 quilômetros .
Os exportadores brasileiros conseguiram, com
muito esforço, igualar o custo de produção da soja com a dos produtores norte americanos,
só que estes gastam muito menos com transporte para escoar sua produção e por
tanto lucram mais. Não basta apenas ganhar produtividade no
campo se não houver um trabalho sério para resolver os gargalos logísticos.
O texto a seguir, apresenta um resumo das
notícias sobre o assunto veiculadas na imprensa durante esta semana e que nos
leva a refletir sobre os problemas logísticos do país. Entra ano e sai ano, mudam-se os partidos
políticos no poder e os problemas são sempre os mesmos. Até quando conviveremos
com esta ineficiência?
Boa leitura!
Prof. Geraldo Cesar Meneghello
O escoamento da supersafra de grãos do
país já causa problemas de congestionamento no Porto de Santos. Filas de
caminhões ocupam grande parte das vias no entorno do terminal. A situação
também é crítica nas rodovias que levam ao porto.
De acordo com a Ecovias, concessionária
que administra o Sistema Anchieta Imigrantes, os congestionamentos na Rodovia
Cônego Domênico Rangoni, principal via de ligação portuária para chegar à
margem esquerda do terminal, tem apresentado congestionamentos constantes, na
média de 20
quilômetros .
“Há um estrangulamento da movimentação de
carga já há bastante tempo porque o porto não consegue dar vazão [demanda], e
isso tem gerado o cancelamento de alguns contratos”, disse o vice-presidente da
Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso [Aprosoja], Ricardo
Tomczyk.
Segundo o líder rural, a atual safra é
10% maior do que a anterior, devendo atingir entre 23 a 24 milhões de toneladas,
sendo que em torno de 60% são para a exportação. Ele não enxerga uma solução no
curto prazo e acredita que novos problemas de saturação ocorram na colheita do
milho, no segundo semestre.
O presidente da Associação Nacional dos
Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, justificou o fato de o porto
ficar lotado de caminhões, em razão da supersafra de milho, das chuvas e do
atraso na colheita da soja, somando aos entraves nas vias terrestres. Segundo
ele, o tempo de atracação dos navios e dos embarques tem demorado 30 dias que
implica perda, no caso da soja, de US$ 98 por tonelada.
Por causa dos congestionamentos no
entorno do Porto de Santos, o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) tem feito
reuniões extraordinárias para discutir o problema com os vários segmentos
envolvidos a fim de adotar medidas que amenizem os efeitos.
“Estamos tentando equacionar um momento
muito complexo por causa do aumento de grãos e a carência de infraestrutura nas
vias terrestres. Problemas que afetam não só o sistema portuário como a vida da
população na Baixada Santista”, declarou o presidente do CAP de Santos, Bechara
Abdalla Pestana Neves.
Ele informou que entre as medidas que
serão adotadas está a exigência de cumprimento de regras na movimentação de
caminhões e contêineres, a partir das 8 horas deste domingo (24). Os veículos
só poderão chegar ao terminal sob o agendamento programado. Caberá à Companhia
Docas do Estado de São Paulo (Codesp) fazer a fiscalização.
Fonte Agência Brasil
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