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2 de março de 2014

11 DICAS SOBRE GESTÃO DE ESTOQUES

Uma boa gestão dos estoques faz muita diferença no resultado das empresas.

De tempos em tempos surgem novas técnicas ou tecnologias relacionadas à gestão que prometem ser o novo diferencial de competitividade. Muitas dessas novidades aparecem sob a forma de siglas ou pomposos nomes em inglês. Algumas poucas resistem ao tempo como verdadeiras inovações. A grande maioria não passa de um tipo de modismo do universo corporativo, modismo que por sinal é bastante útil para venda de livros e consultoria.
Nesse artigo prefiro falar sobre a boa e velha gestão dos estoques, atividade sem glamour e muitas vezes deixada em segundo plano pelas empresas. Não tenho aqui a pretensão nem o espaço para escrever um tratado sobre estoques. Mas me dou por satisfeito se a leitura desse artigo gerar uma boa reflexão sobre o assunto.
1.  Estoque é para os craques: Estoque é dinheiro, e para muitas empresas é muito dinheiro e em constante movimentação. Erros nos estoques causam perdas de venda, paradas de produção, atrasos, erros de programação, etc. Bons profissionais de estoques são metódicos, rigorosos, detalhistas, confiáveis...  Estoque não é lugar para cabeça de bagre.
2.  Padronize itens e descrições: Quem nunca descobriu um mesmo item cadastrado duas vezes em códigos diferentes? Isso gera excesso de estoque e erros. Crie descrições padronizadas e elimine as redundantes. E consolide o saldo dos itens nas descrições corretas. Fazer só isso já é um bom começo...
3.  Programa de acuracidade dos estoques: Esqueça os inventários gerais. São caros, trabalhosos, tomam tempo e não nos ajudam na melhoria dos processos. O inventário rotativo feito pela própria equipe do almoxarifado permite a medição diária da acuracidade dos estoques e a investigação e correção dos erros e suas causas. O programa de acuracidade dos estoques é um processo de melhoria contínua.
4.  Zoneamento: Se possível, defina pessoas fixas por cada área do estoque. Cada um cuida da sua área, dos seus itens, do seu inventário rotativo. Na prática, uma área com vários donos não tem dono nenhum.
5.  Gestão da demanda: Esse é um dos itens mais negligenciados pelas empresas. A análise periódica das demandas vai permitir o recálculo dos parâmetros de planejamento: Médias de consumo, ponto de pedido, estoque de segurança, etc.
6.  Pense em cobertura: Não pense em quantidade, pense em cobertura. De que importa saber que o saldo do item A é 1.000 e o do item B é 5.000. Melhor saber que o item A tem 10 dias de estoque e o item B tem 2 dias de estoque. Cobertura é igual a saldo dividido por demanda (em consumo por dia). Não sabe a demanda? Volte para o item 5... Depois de fazer os cálculos, ordene os itens da menor para a maior cobertura. Se preocupe com os extremos da tabela, ou seja, os itens sem cobertura ou os itens com cobertura excessiva.
7.  Nível de serviço: Como anda o atendimento do estoque? Para responder tem que medir. A medição clássica é o número de solicitações atendidas dividido pelo número total de solicitações x 100%. Uma forma rápida e simplificada é dividir o número de itens com saldo (saldo > 0) pelo número de itens totais x 100%. A medição do nível de serviço vai direcionar a revisão dos parâmetros de planejamento.
8.  Organize o almoxarifado levando em conta a movimentação: Multiplique o custo dos itens pela média de consumo mensal (não sabe o consumo? Volte para o item 5...). Ordene do maior para o menor e identifique quem é importante e quem é irrelevante. Organize fisicamente o almoxarifado para facilitar a movimentação dos itens mais importantes – próximos da entrada/saída, na parte baixa das prateleiras, etc.
9.  Localização e separação em ondas: Um bom controle de localização dos itens vai permitir a otimização do processo de picking (separação) com a técnica de separação em ondas. Essa técnica consiste no agrupamento dos itens dos pedidos para geração de uma listagem otimizada de separação, ordenada pelos endereços. A separação assim é mais produtiva e os pedidos são agrupados depois na área de packing (embalagem dos pedidos).
10.  Automação: Se os itens e os endereços tem códigos de barras, já é possível ter todo o comando do processo de armazenagem, separação, movimentações internas e inventários comandado por coletores ou micro-terminais. Isso reduz tempo e erros. Em grandes armazéns esse processo pode ser ainda mais otimizado com sistemas WMS – Warehouse Management System. Ops... é uma sigla... mas essa é uma das que deu certo!
11.  Saneamento dos estoques: De tempos em tempos separe os materiais obsoletos, inservíveis ou sem movimentação nos últimos meses ou anos. Faça uma promoção, feirinha para funcionários, recicle, venda como sucata, jogue fora, enfim... dê um destino. Muitas vezes a gente se surpreende com o espaço liberado e os valores apurados num saneamento de estoques. 
Por Waldyr Neto

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