Planejamento colaborativo da demanda |
O
processo de planejamento de demanda consiste na análise estatística de dados
históricos (vendas passadas, eventos específicos) e da interpretação gerencial
das informações de mercado (conjuntura econômica, informações sobre níveis de
estoques dos clientes, informações dos concorrentes, decisões sobre promoções),
que dão então origem a uma previsão de demanda futura.
Este
processo é determinante para o sucesso de uma organização, pois dela são
geradas informações essenciais para atender as necessidades dos consumidores,
que desejam que haja uma pronta entrega, e dos acionistas, que desejam menores
investimentos em
estoques. Planejar a demanda nem sempre é fácil, pois as
incertezas em relação a demanda vem aumentando sensivelmente pois, atualmente
temos:
Ø Menor ciclo de vida dos produtos – isto faz com
que os dados históricos em relação a demanda dos mesmos passem a contemplar
períodos cada vez menores;
Ø
Proliferação de produtos concorrentes – a grande
quantidade de produtos faz com que os consumidores tenham uma gama maior de
alternativas e minimiza o conceito de fidelidade a um determinado produto. A
estes fatos, acrescentamos ainda que o desafio no tratamento estatístico dos
dados históricos (técnicas estatísticas e software utilizado) e na
interpretação das informações de mercado (julgamentos pessoais, integração
entre as áreas funcionais e integração entre os elos da cadeia de suprimentos).
No
que se refere à interpretação de informações de mercado, Julianelli (2006)
ressalta a importância da colaboração interdepartamental e entre empresas que
compõe a cadeia de suprimentos, pois segundo o autor a colaboração tem fator
determinante nas reduções de custos de estoques e na melhoria do nível de
serviço aos clientes. O autor destaca a tendência de buscarmos o Planejamento
Colaborativo de Demanda que pode proporcionar os seguintes benefícios:
Ø Melhoria no julgamento e tomada de decisão no
que se refere a interpretação das informações de mercado, pois várias áreas
discutem e possuem visões diferenciadas sobre o mercado.
Ø Integração entre as áreas funcionais devido a
troca e ao compartilhamento de informações e cooperação entre as mesmas;
Ø
Diminuição do efeito “chicote” que ocasiona
excesso de estoques em alguns momentos e rupturas de fornecimento em outros.
Ø Redução da marginalização dupla que consiste na
incidência de uma margem de lucro sobre a margem de lucro do elo anterior da
cadeia de suprimentos.
Para
Julianelli (2006), o planejamento colaborativo da demanda depende da troca
intensiva de informações e de mudanças organizacionais, estruturais e
tecnológicas. Segundo ele, as iniciativas de planejamento colaborativo da
demanda podem ser divididas em duas modalidades, a saber:
Iniciativas
Internas – quando ocorre entre as áreas funcionais da empresa, como por
exemplo: as reuniões de Sales and Operations Planning (S&OP);
Iniciativas
externas – quando envolve diferentes empresas, destacando-se a filosofia
de Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment (CPFR). O autor ressalta
que o grande objetivo das iniciativas de colaboração neste processo é a de
garantir que as informações (internas e externas) fluam livremente e
possibilitem assim um melhor processo de planejamento de demanda
Fonte: JULIANELLI,
L. Motivadores para implementação de iniciativas de colaboração no processo de
planejamento da demanda. Revista
Tecnologística. Ano 11, n. 124. p.82-84. Março, 2006.
Por Hélio
Meirim
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