Durante muitos anos a grande maioria das
decisões relacionadas a Transporte, Movimentação e Armazenagem de Materiais e
Gestão de Estoques foram tratadas de forma pouco técnica, sem uma abordagem
científica, muitas vezes na modalidade tentativa-e-erro. Isso levou as empresas
a uma série de deformidades e custos adicionais, que hoje se tornam cruciais
para a sobrevivência das empresas, dado o alto grau de competitividade no
mercado. Muitas empresas falharam no redesenho de sua malha logística, na
revisão do layout operacional, na implantação de
novas tecnologias, na contratação de parceiros logísticos, etc.
Nunca se falou tanto em logística. Não
apenas em função dos gargalos de nossa infraestrutura e do custo Brasil, mas também devido
aos problemas que as empresas têm enfrentado em sua dolorosa rotina diária,
principalmente aquela relacionada ao atendimento dos clientes. Custa caro a
pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos. Custa caro produzir. Também
custa caro vender e entregar. Custa mais caro não entregar e ainda mais caro
ter que processar uma devolução ou arcar com custos relacionados a recalls, garantias, consertos
ou reposição de um novo produto, fora as penalidades financeiras decorrentes do
péssimo serviço realizado.
Apenas com as não
conformidades em transportes, as empresas estão tendo sobre custos ao redor de
10 por cento a 15 por cento das despesas normais com fretes. São custos
adicionais com reentregas, devoluções, avarias em mercadorias, transporte na
modalidade de carga rodoviária expressa ou frete aéreo, penalidades pelo não
atendimento do prazo acordado, multa por excesso de peso, entre outros.
Nos armazéns também
nos deparamos com diversos custos adicionais. Um deles é o efeito colméia, resultado do
mau aproveitamento cúbico do espaço disponível que normalmente se situa ao
redor de 25 por cento do espaço total, sem considerar os corredores.
Avarias, furtos e roubos geram prejuízos de até 6 por cento da receita
operacional líquida de uma empresa, daí a importância da área de gestão e prevenção
a perdas e de uma sistemática de inventário rotativo. Falhas no dimensionamento
de recursos, como mão de obra e equipamentos de movimentação, acarretam em
custos superiores de até 15 por cento em um Centro de Distribuição. Problemas com o layout operacional e o fluxo de materiais
levam à duplicidade de movimentações ou na necessidade de percorrer maiores
distâncias e consequentemente, na necessidade de novos recursos. Problemas com
o endereçamento de materiais levam à perda de produtos no estoque e inversões no
momento do picking e expedição.
A má gestão de
estoques produz diversos efeitos indesejáveis. Pode significar um aumento do
número de itens obsoletos e no montante de produtos vencidos. Também poderá
impactar no aumento do volume total dos estoques que implicará numa maior
necessidade de área e recursos operacionais, além de gerar perdas de vendas e até de Clientes pela não disponibilidade imediata dos
produtos.
Como podemos ver, a
logística precisa atuar no planejamento, gestão e monitoramento das atividades
sob sua responsabilidade. Não basta apenas focar na competência operacional, em
detrimento das atividades estratégica e táticas. Trabalhando apenas a esfera
operacional atuaremos como verdadeiros bombeiros, apagando incêndios, que num interminável
ciclo vicioso, continuarão ocorrendo e se repetindo.
É necessário
desenvolver uma mão de obra pensante, capaz de desenvolver e liderar projetos
de melhoria contínua em todos os níveis de decisão. Faltam profissionais
capacitados tecnicamente, e que dominem assuntos diversos, relacionados à
tomada de decisão, como custos e análise de investimentos, estatística,
pesquisa operacional, informática, entre outros.
Por que não termos
uma formação específica para a área de Logística, mesclando conhecimentos de
Economia, Administração de Empresas, Comércio Exterior, Matemática e
Estatística e Engenharia. Estamos falando da Engenharia Logística Por que ainda
não temos um curso voltado exclusivamente à formação desses profissionais,
carentes nas Indústrias, Atacadistas, Varejistas, Operadores Logísticos e
Transportadores.
Um profissional desse
tem um valor inestimável. Pode até custar mensalmente algo entre 5.000,00 a 10.000,00 mil
reais, mas o retorno proporcionado, diante das inúmeras opções existentes, é
muito maior do que se pode imaginar.
Diante dessas
diversas possibilidades, a logística não poderá, nunca, se contentar com o status quo adquirido e nem se curvar à rotina. A
essência da logística é a melhoria contínua, portanto precisará se capacitar
para proporcionar às empresas os benefícios possíveis com a otimização da
operação.
Logística ainda não é para
a grande maioria das empresas um diferencial competitivo, mas será para TODAS
num futuro próximo E o caminho mais curto para isso será a ENGENHARIA LOGÍSTICA
Portanto, forme e retenha o seu ENGENHEIRO LOGÍSTICO
Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves,
Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda.
Parabéns Professor pelo artigo. Este artigo é de grande valia para definição e formação de novos profssionai que ainda estão em dúvida em pós graduação.
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