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17 de setembro de 2012

MRP – MATERIAL REQUIREMENT PLANNING OU PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS


Originalmente o conceito MRP – Material Requirement Planning, utilizado nos anos 60, se referia ao planejamento das necessidades de materiais para manufatura. Atualmente o conceito MRP (MRPII) está focado na gestão de operações como um sistema corporativo que apóia o planejamento de todas as necessidades de recursos do negócio. Normalmente, o MRP é usado em empresas de manufatura, embora já haja alguns exemplos de aplicação na área de serviços.

O que é um MRP?

O MRP é um sistema computadorizado de controle de inventário e produção que assiste a otimização da gestão de forma a minimizar os custos, mas mantendo os níveis de material adequados e necessários para os processos produtivos da empresa.

Este sistema possibilita às empresas calcularem os materiais dos diversos tipos que são necessários e em que momento, assegurando os mesmo que sejam providenciados no tempo certo, de modo a que se possa executar os processos de produção. O MRP utiliza como informação de input os pedidos em carteira, assim como a previsão das vendas que provêm da área comercial da empresa.

O que é necessário para um MRP funcionar?

O MRP é um sistema computadorizado que utiliza o Programa Mestre de Produção. Ele requer que a empresa mantenha certos dados em arquivos de computador, os quais, quando o programa MRP é executado, os quais verifica e atualiza.

Quais são os objetivos do MRP?

Em geral, as empresas adotam o MRP na área de produção com os objetivos abaixo:

Ø      Melhorar o serviço ao cliente;
Ø      Reduzir investimentos em estoque;
Ø      Melhorar a eficiência operacional da fábrica.

O MRP controla melhor a quantidade e os tempos de entrega de matérias-primas, peças, sub-montagens e montagens para as operações de produção, os materiais certos são entregues à produção na hora certa. O recebimento de materiais pode ser desacelerado ou acelerado em resposta as mudanças nos programas de produção, reduzindo os custos de mão-de-obra, materiais e gastos indiretos.

Componentes de um MRP

Ø      Sistema computadorizado;
Ø      Sistema informativo de produção;
Ø      Inventário de produção;
Ø      Calendário de produção;
Ø      Sistema de gestão de 'inputs' (entrada) para produção;
Ø      Sistema de previsão de falhas produtivas.

Parâmetros Fundamentais

Os parâmetros fundamentais em que um sistema MRP apresenta são:

Ø      Políticas e dimensão do lote:
  • política de lotes mínimos;
  • política de lotes máximos;
  • política de períodos firmes.
Ø      Estoque de Segurança;
Ø      Lead time;
Ø      Unidade de medida.

Dados de Entrada do MRP

Os dados utilizados num sistema MRP provêm do Plano Diretor de Produção (PDP):

Ø      O plano diretor de produção permite-nos saber:
  • O que produzir;
  • Quando produzir;
  • O plano de produção alcançado através de previsões de vendas e encomendas firmes;
  • A dimensão suficiente do horizonte temporal de planejamento de modo a englobar os (lead-times) de todos os componentes integrantes nos produtos finais.

Inventário geral:

Ø      O inventário geral contém informações sobre:
  • As existências disponíveis em armazém;
  • Necessidades brutas;
  • Recepções programadas;
  • Início das encomendas/ordens de fabricação dos produtos;
  • Tamanho dos lotes;
  • Lead-times;
  • Níveis de estoques de segurança;
  • Níveis limite de produtos defeituosos;
  • Alterações diárias. 
Estrutura dos produtos

Todos os produtos da linha de produção devem ser "expandidos" ao nível dos seus componentes, sub-componentes e peças. A estrutura dos produtos possui:

Ø      Dados sobre cada componente ou grupo necessário para a produção de produtos finais, discriminando:
§         Referência;
§         Descrição;
§         Quantidades.
§         Definir a partir da necessidade do produto, as necessidades dos componentes.

Dados de Saída do MRP

Os dados que um sistema MRP tem como output:

Ø      Para o planejamento (Plano Diretor de Produção):
§         Conclusões da simulação de um Plano Diretor de Produção;
§         Informação da ordem de encomendas por satisfazer.
Ø      Para a gestão:
§         Indíces de performance.
Ø      Para o CRP:
§         Dados sobre novas de ordens de fabricação.
Ø      Para Compras e a Produção:
§         Confirmação das ordens.

Quando utilizar o MRP?

Os sistemas MRP são usualmente implementados quando uma ou mais condições citadas abaixo se verificam:

Ø     Quando a utilização de material é descontinua ou altamente instável durante o ciclo normal de operação de uma empresa. Esta situação é tipicamente classificada como produção intermitente ou operação job shop, ao contrário de um processo continuo de produção ou mesmo produção em série;

Ø      Quando a procura de material depende diretamente da produção de produtos acabados ou de outro inventário específico. O MRP pode ser visto como componente primário do planejamento da produção onde, a procura pelos componentes ou materiais depende da procura do produto final;

Ø  Quando o departamento de compras e os seus fornecedores, bem como as próprias unidades de produção da empresa possuem a flexibilidade para satisfazer encomendas e entregas semanalmente.

Vantagens do MRP

Algumas das vantagens de um sistema MRP:

Ø      Diminuição dos estoques;
Ø      Melhor controle da produção e das encomendas;
Ø      Processo hierárquico;
Ø      Integração das várias áreas funcionais (ERP);
Ø      Estrutura formal de dados e procedimentos;
Ø      Simulações.

Desvantagens do MRP

Algumas das desvantagens de um sistema MRP:

Ø       O MRP não tem tendência a otimizar os custos de aquisição dos materiais ;
Ø   Potencial perigo de uma redução ou mesmo parada da produção que pode advir de fatores como problemas de entrega não previstos e escassez de material;
Ø  Utilização de pacotes de software que podem ser difíceis de adaptar a situações específicas de produção de uma determinada empresa.

Aplicação Prática

Numa melhor compreensão da aplicação do MRP a um determinado produto, podemos observar os tópicos relevantes que integram o processamento do produto, nomeadamente:

Ø      Itens pais e itens filhos;
Ø      Estrutura do produto;
Ø      Lista de materiais;
Ø      Detalhe das necessidades brutas dos materiais;
Ø      Previsões das vendas;
Ø      Cálculo de necessidades líquidas de materiais.

Bibliografia

CARR, David K.; LITTMAN, Ian D. - Excelência nos serviços públicos: gestão da qualidade total na década de 90. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1990. ISBN 978-85-85360-31-3
CORRÊA, Henrique L.; GIANESI, Irineu G. N. - Just in time: mrp II e opt - um enfoque estratégico. São Paulo: Atlas, 1993. ISBN 978-85-224-1058-3
CORRÊA, Henrique L.; GIANESI, Irineu G. N.; CAON, M. - Planejamento, programação e controle da produção: MRP II / ERP: conceitos, uso e implantação. São Paulo: Atlas, 2001. ISBN 978-85-224-2782-6
MELO, Denise A. - Discussão sobre a problemática na interface entre as funções marketing e produção. Vol.5, No.1. Produção, 1995.
PINTO, João Paulo - Gestão de operações - na indústria e nos serviços. Lisboa: Edição Portuguesa, 2006. ISBN 978-972-757-432-2

Este trabalho foi apresentado pelos alunos do 4º ano de Engenharia da Produção da Universidade Eurípedes de Marília – UNIVEM, disciplina: Planejamento e Controle da Produção/ 2012.

Prof. Geraldo Cesar Meneghello

Autores

Aline Maranho da Silva
Carlos Henrique Barbato Júnior
Cristiano Leonel Costa
Jéssica Cristina
Greice Kelly Fernet Messias
Victor Hugo Rodrigues

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