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12 de maio de 2013

QUEM NÃO SE LEMBRA DO “POIS É”?


Na década de 70 a Vimave, concessionária de veículos VW do Grupo Sílvio Santos, produziu um comercial interessante, no qual um cara empurrava um carro muito velho, e todos que passavam por ele falavam “pois é”!  Depois disso, “pois é” virou sinônimo de carro velho. Esse comercial ficou imortalizado na voz do comentarista Ary Toledo, e muitas pessoas repetiram essa expressão por centenas ou milhares de vezes.

Bem, mas o que isso tem a ver com a logística e transportes?

Você já reparou que muitas daquelas grandes empresas do setor, que foram ícones do segmento e que inspiraram diversos outros empresários, já não existem mais? Você se lembra de Tresmaiense, Dom Vital, Transportadora Volta Redonda, Di Gregório, Rodoviário Michelon, Coral, Tresmaiense, Tamoyo, Itapemirim, Kwikasair, ITD, Etsul, Ultra-Rápido, Interbrasil, etc.?  Muitos profissionais com mais de 40 anos de idade se recordarão dessas empresas, e lembrarão da importância e poder dessas Transportadoras.

Das 10 maiores transportadoras do Brasil em 1.975, simplesmente NOVE delas desapareceram. Daquela lista, apenas a Atlas Logística e Transportes sobreviveu!

Elas foram superadas por outras empresas, mais ágeis, flexíveis e rápidas, que passaram por elas, e ao vê-las no retrovisor, gritaram “Pois É”!.

Onde erraram essas empresas? Erraram em três fatores fundamentalmente: na sucessão, na incorreta interpretação dos fatores macroeconômicos e em falhas no seu planejamento estratégico (a maioria não tinha um claro direcionamento estratégico).

A questão da sucessão é imprescindível na sobrevivência e perpetuação da empresa. Sobrenome não basta! Hoje, para conduzir uma empresa de logística e transportes, é muito importante dispor de conhecimento e experiência em diversas frentes, que envolvem temas comerciais, marketing, finanças, operações, tecnologia da informação e gestão de pessoal. Além disso, é necessário contar com habilidades pessoais como liderança, comunicação, capacidade de negociação, presença em campo e colocar as “mãos na massa”. E além de tudo isso, é preciso PAIXÃO!

A má interpretação dos fatores macroeconômicos também contribuiu para a derrocada dessas empresas. É importante saber o que está acontecendo e entender como isso afeta o seu negócio e as suas decisões futuras. O mundo globalizado é cheio de armadilhas e é importante entender essa dinâmica.

A falta de planejamento estratégico é, com certeza, o fator preponderante. A música de Zeca Pagodinho “deixa a vida me levar...vida leva eu” pode ser boa para o boêmio, mas péssima para uma empresa. O planejamento estratégico, se bem feito, é um importante exercício do futuro. Infelizmente, poucas empresas tratam isso com a devida importância. Acham que basta reunir o pessoal-chave da empresa em um final de semana num belo hotel, fazer uma sessão de brainstorming e sair dali com uma extensa lista de medidas. Questione: daquela longa lista, quantas foram, efetivamente, implantadas?

Bem, se você não assistiu ao comercial da Vimave, paciência.... mas por favor, não presencie o falecimento da sua empresa!

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

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