Na
década de 70 a
Vimave, concessionária de veículos VW do Grupo Sílvio Santos, produziu um
comercial interessante, no qual um cara empurrava um carro muito velho, e todos
que passavam por ele falavam “pois é”! Depois disso, “pois é” virou
sinônimo de carro velho. Esse comercial ficou imortalizado na voz do
comentarista Ary Toledo, e muitas pessoas repetiram essa expressão por centenas
ou milhares de vezes.
Bem,
mas o que isso tem a ver com a logística e transportes?
Você
já reparou que muitas daquelas grandes empresas do setor, que foram ícones do
segmento e que inspiraram diversos outros empresários, já não existem mais?
Você se lembra de Tresmaiense, Dom Vital, Transportadora Volta Redonda, Di
Gregório, Rodoviário Michelon, Coral, Tresmaiense, Tamoyo, Itapemirim,
Kwikasair, ITD, Etsul, Ultra-Rápido, Interbrasil, etc.? Muitos
profissionais com mais de 40 anos de idade se recordarão dessas empresas, e
lembrarão da importância e poder dessas Transportadoras.
Das
10 maiores transportadoras do Brasil em 1.975, simplesmente NOVE delas
desapareceram. Daquela lista, apenas a Atlas Logística e Transportes sobreviveu!
Elas
foram superadas por outras empresas, mais ágeis, flexíveis e rápidas, que
passaram por elas, e ao vê-las no retrovisor, gritaram “Pois É”!.
Onde
erraram essas empresas? Erraram em três fatores fundamentalmente: na sucessão,
na incorreta interpretação dos fatores macroeconômicos e em falhas no seu
planejamento estratégico (a maioria não tinha um claro direcionamento
estratégico).
A
questão da sucessão é imprescindível na sobrevivência e perpetuação da empresa.
Sobrenome não basta! Hoje, para conduzir uma empresa de logística e
transportes, é muito importante dispor de conhecimento e experiência em
diversas frentes, que envolvem temas comerciais, marketing, finanças,
operações, tecnologia da informação e gestão de pessoal. Além disso, é necessário
contar com habilidades pessoais como liderança, comunicação, capacidade de
negociação, presença em campo e colocar as “mãos na massa”. E além de tudo
isso, é preciso PAIXÃO!
A
má interpretação dos fatores macroeconômicos também contribuiu para a derrocada
dessas empresas. É importante saber o que está acontecendo e entender como isso
afeta o seu negócio e as suas decisões futuras. O mundo globalizado é cheio de
armadilhas e é importante entender essa dinâmica.
A
falta de planejamento estratégico é, com certeza, o fator preponderante. A
música de Zeca Pagodinho “deixa a vida me levar...vida leva eu” pode ser boa
para o boêmio, mas péssima para uma empresa. O planejamento estratégico, se bem
feito, é um importante exercício do futuro. Infelizmente, poucas empresas
tratam isso com a devida importância. Acham que basta reunir o pessoal-chave da
empresa em um final de semana num belo hotel, fazer uma sessão de brainstorming e sair dali com uma extensa lista de
medidas. Questione: daquela longa lista, quantas foram, efetivamente,
implantadas?
Bem,
se você não assistiu ao comercial da Vimave, paciência.... mas por favor, não
presencie o falecimento da sua empresa!
Artigo
escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog
Consultoria e Treinamento em
Logística Ltda
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