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15 de agosto de 2013

A IMPORTÂNCIA DO GANHA-GANHA NA NEGOCIAÇÃO

Qual é sua imagem de um bom negociador? É aquela pessoa que explora o máximo de cada oportunidade e consegue até o último centavo em suas negociações com clientes e fornecedores? Ou aquele que se coloca em uma posição dura, que nunca cede espaço em uma negociação?

Se você pensa que estes exemplos são o retrato de um bom negociador, sugiro que tenha cuidado. Quando não se leva em consideração as necessidades e objetivos da outra parte, corre-se o risco de estar destruindo um bom relacionamento e ter maiores complicações no longo prazo. Uma negociação na qual somente um lado ganha, é uma negociação mal-sucedida. Para ambas partes.

Isto que estou dizendo não é somente no sentido de manter a ética nos negócios. É uma questão de benefícios de longo prazo para a empresa, construção de parcerias e bons relacionamentos, e redução do risco. Aquela pequena porcentagem adicional que se conseguiu apertando um fornecedor até o limite provavelmente será cobrada com altos juros quando você precisar dele.

Pense nos seguintes cenários:

Ø  Você atrasa uma entrega para aquele cliente que teve os preços aumentados recentemente de forma unilateral. O cliente entenderá a situação ou usará todos as vias possíveis para a cobrança de horas paradas e atrasos nos pagamentos?

Ø   Um fornecedor teve problemas em sua fábrica e está com todas as entregas atrasadas. Ele dará preferência para o cliente que aceita negociações regulares em função da realidade do mercado ou para aquele que não aceita nenhum tipo de reajuste há mais de um ano?

Ø     Quando houver qualquer tipo de problema na operação com seu cliente ou fornecedor, se a última negociação foi pesada e estressante, você não acha que a parte “perdedora” exploraria todas as brechas do contrato para tentar dar o troco?

Um bom negociador é aquele que consegue um ótimo resultado para sua empresa, até o limite em que a outra parte também tenha benefícios. Este equilíbrio é a grande dificuldade das negociações. Um grande diferencial para atingir este objetivo é a informação. Quem tem mais dados sobre a situação e as necessidades da outra parte, assim como suas próprias restrições e objetivos, estará em vantagem na negociação.

Antes de negociar, você deve pesquisar o quanto puder sobre o que seu cliente ou fornecedor procura. Pesquise seu mercado, os padrões de preço da concorrência, a situação financeira da empresa e a relação que eles têm com os seus concorrentes. Entenda também o histórico das relações entre as duas empresas, e se há situações políticas com as quais deva ter cuidado.

Ao iniciar a negociação use os primeiros momentos para cobrir as lacunas de sua informação, e para sentir as intenções da outra parte. Isto lhe ajudará a definir a estratégia que aplicará no restante da negociação.

Não tenha medo de perguntar: “O que você gostaria de obter como resultado desta negociação?”. Esta pergunta raramente é feita, mas é muito útil para quebrar uma negociação tensa, e dar um claro sinal ao outro que você está procurando um resultado ganha-ganha.

Esta estratégia é eficiente porque reduz o risco de seu posicionamento (já que está baseado em fatos pesquisados e não “achismo”). Além disso, muitas vezes a negociação pode ficar concentrada em um ponto (por exemplo, preço), enquanto o que seu cliente ou fornecedor realmente quer é outra vantagem (por exemplo, prazo de pagamento). Muitas vezes, sua empresa pode ceder em uma área que o outro deseja para atingir seu objetivo principal na negociação.

Quando você tiver uma posição vantajosa em uma negociação, deve aproveitar a oportunidade não só para obter um bom resultado de curto prazo, mas também para construir relacionamentos e fortalecer parcerias que lhe serão favoráveis no longo prazo.

Pense nisso não somente no sentido nas negociações empresariais, mas também em todas suas negociações na vida profissional e pessoal.


Por Luiz de Paiva

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