O programa mestre de produção (MPS - Master Program Schedule) define a quantidade de cada item final a ser concluída em cada semana do horizonte de planejamento de curto prazo. Itens finais são produtos acabados, ou peças que são embarcadas como itens finais. Itens finais podem ser embarcados para os clientes ou colocados em estoque.
O MPS é uma tradução do planejamento de vendas e operações em bens produzíveis com suas quantidades e momentos determinados. O papel principal do MPS é especificar o mix e o volume de produção.
Diariamente, o MPS fornece a informação com base na quais vendas e produções são coordenadas. O MPS mostra quando os produtos estarão disponíveis no futuro, por isso fornece as bases para o setor de vendas prometerem a entrega aos clientes.
Os gerentes de operações se reúnem semanalmente para revisar previsões de mercado, pedidos dos clientes, níveis de estoque, carga de instalações e informações sobre a capacidade, afim de que programas mestres de produção possam ser desenvolvidos.
Os objetivos do programa mestre de produção são duplos, sendo:
1. Programar itens finais para serem concluídos prontamente e quando prometido aos clientes.
2. Evitar sobrecarregar ou gerar ociosidades na produção, a fim de que a capacidade de produção seja utilizada eficientemente e resulte em baixos custos de produção.
Os programas mestres de produção podem ser vistos como divididos em quatro seções, cada uma separada por um ponto no tempo chamado período de congelamento. As respectivas quatro seções são:
Ø Congelada;
Ø Firme;
Ø Cheia;
Ø Aberta.
Seção Congelada
Corresponde a primeira parte do MPS, não pode ser modificada, a não ser sob circunstâncias extraordinárias e somente com autorização dos mais altos níveis da organização.
Seção Firme
Podem ocorrer mudanças nessa seção do programa, mas somente em situações excepcionais.
Seção Cheia
Toda a capacidade de produção disponível foi alocada aos pedidos. Mudanças podem ser feitas, os custos de produção serão apenas ligeiramente afetados, mas o efeito sobre a satisfação do cliente é incerto.
Seção Aberta
Nem toda a capacidade de produção foi alocada, e é nessa seção do programa que novos pedidos comumente são encaixados.
O ambiente de negócios, como se relaciona com o programa mestre de produção, engloba a abordagem de produção utilizada, a variedade de produtos manufaturados e os mercados servidos pela empresa.
Três ambientes básicos de produção foram identificados: produção para estoque, produção sob pedido e montagem sob pedido.
A empresa de produção para estoque produz em lotes, mantendo estoques de produtos acabados para a maioria dos produtos finais, se não todos. O MPS é a declaração de quando e quanto cada item final será produzido. As firmas que produzem para estoque estão freqüentemente produzindo produtos de consumo, em vez de bens industriais, mas muitos bens industriais, como itens de suprimento, são também produzidos para estoque.
A empresa de produção sob pedido (ou de projeto sob pedido), em geral, não mantém estoques de produtos acabados e monta cada pedido de cliente conforme necessário. Essa forma de produção freqüentemente é usada quando há um número muito grande de configurações possíveis de produção e, por isso, uma pequena possibilidade de antecipar as necessidades exatas dos clientes.
A firma de montagem sob pedido é caracterizada por um número quase ilimitado de configurações de itens finais, todos feitos de combinações de componentes básicos e submontagens. Os requisitos de tempo de entrega dos clientes são freqüentemente mais curtos do que os lead times totais de produção, portanto, a produção precisa ser iniciada em antecipação aos pedidos dos clientes.
Um grande número de possibilidades de produtos finais faz com que a previsão exata das configurações de itens finais seja extremamente difícil e com que o estoque dos itens finais seja muito arriscado.
Uma empresa de montagem sob pedido tenta manter flexibilidade, colocar componentes básicos e submontagens em produção, mas geralmente não iniciar a montagem final até que um pedido de clientes seja recebido.
A diferença primária entre as firmas de produção para estoque, produção sob pedido e montagem sob pedido está na definição da unidade do MPS. Contudo, muitas técnicas de programação mestre de produção são úteis para qualquer tipo de definição de MPS. Além do mais, a escolha da unidade do MPS é aberta à definição da firma. Algumas firmas podem produzir itens finais que sejam mantidos em estoque, ainda que usem uma abordagem de montagem sob pedido.
Um programa mestre de produção estável traduz-se em programas estáveis dos componentes, que levam a desempenho melhorado nas operações da planta. Muitas mudanças no MPS são caras em termos de produtividade diminuída. Contudo, poucas mudanças podem conduzir a um nível de serviço pobre e estoques aumentados.
O objetivo principal é atingir um equilíbrio em que a estabilidade é monitorada e gerenciada.
As técnicas mais usadas para obter um MPS estável são os tratamentos das quantidades das ordens planejadas firmes do MPS, os períodos congelados do MPS e a janela de tempo para estabelecer orientações claras para os tipos de mudanças que podem ser feitas nos vários períodos.
Uma vez definido o plano agregado, este deve ser desdobrado para elaborar o programa mestre de produção (MPS). Significa que o plano agregado de uma dada família de produtos é transformado em um MPS para cada um dos itens que compõe a referida família. O horizonte de planejamento de um programa mestre de produção cobre, normalmente, 6 a 12 meses de produção, em base semanal.
Esquema: Integração do Plano Mestre de Produção |
Trabalhando a partir dos pedidos dos clientes, previsões, relatórios da situação do estoque e informações sobre a capacidade de produção, os programadores de produção colocam os pedidos mais urgentes no primeiro encaixe aberto disponível do MPS.
Primeiro, os programadores devem estimar a demanda total para os produtos de todas as fontes, designarem pedidos a brechas (slots) de produção, fazer promessas de entrega a clientes e fazer os cálculos detalhados.
Exemplo:
Uma empresa produz dois produtos, A e B, em base de produção para estoque. As demandas para os produtos vêm de muitas fontes. As estimativas de demanda para os dois produtos ao longo das próximas seis semanas serão apresentadas a seguir:
O estoque de segurança é o nível mínimo de estoque planejado. O estoque de segurança para A é 30 e para B é 40. O tamanho de lote fixo (um lote significa um grupo, e um tamanho de lote é produzido quando ocorre a produção do produto) para A é 50 e para B é 60. O estoque inicial para A é 70 e para B é 50. Nesse exemplo, será elaborado um MPS para esses dois produtos.
Estimativa de demanda produto "A" |
Estimativa de demanda produto"B" |
Solução
Para cada produto, devem-se tomar as demandas totais, considerar o estoque inicial, determinar em quais semanas o estoque final cairia abaixo do estoque de segurança (ES), e, dessa forma, exigiria produção, e programar um lote do produto a ser produzido durante essas semanas.
Bibliografia
Plano Mestre de Produção Ajustado |
Ø GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da Produção e Operações. Tradução José Carlos Barbosa dos Santos. Revisão Petrônio Garcia Martins. 8ª edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
Ø MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da Produção. 2ª edição. São Paulo: Saraiva, 2005.
Ø VOLLMANN, T. E.; et al. Sistemas de Planejamento e Controle da Produção para o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Tradução Sandra de Oliveira. 5ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.
Este trabalho foi apresentado pelos alunos do 4º ano de Engenharia da Produção da Universidade Eurípedes de Marília – UNIVEM, disciplina: Planejamento e Controle da Produção.
Prof. Geraldo Cesar Meneghello
Autores:
Ø Anderson Abatti Leal
Ø Cesar Henrique Meneghello
Ø Thales Botelho de Sousa
Ø Thiago Geraldo Hidalgo Fernandes
Obrigado Seu Geraldo.
ResponderExcluirVi lá no site, ficou legal a publicação.
É interessante a sua iniciativa, estimula o prazer pela pesquisa.
Abraços
Thales Botelho de Souza