Um bem sucedido redesenho e redimensionamento da malha logística permite às empresas minimizar custos com estoques, movimentação e armazenagem de materiais e transportes, ao mesmo tempo em que amplia o nível de satisfação dos Clientes, em requerimentos de prazo e qualidade.
Muitas empresas sequer realizaram um estudo detalhado de sua malha logística, enquanto que algumas (poucas) têm o costume de realizar revisões a cada 5 a 10 anos.
Diversos fatores têm forçado as empresas a reverem sua malha logística em prazos cada vez menores. Incentivos fiscais, restrições ao trânsito de veículos e congestionamento nas grandes cidades, criação de novas praças de pedágio, cobrança de taxas adicionais no transporte (TDE, TDA, TRT), aumento dos índices de roubo e furto de mercadorias, variação no preço dos combustíveis e de outros insumos produtivos, mudança na localização de Clientes ou Fornecedores, alterações no mix de produtos, “gargalos” na infra-estrutura de transportes, possibilidade de utilização de modais alternativos, etc., desempenham um importante papel na “dinâmica” de revisão e redimensionamento da malha logística.
Se você ainda não se deparou com esse desafio, prepare-se, pois em breve você terá que reavaliar a sua malha logística.
Bem, se essa será uma inevitável tarefa a ser executada por você e sua equipe, é importante descobrir como vocês podem então realizá-la de forma segura.
1. Avalie a rede logística atual.
Mapeie a malha logística atual e identifique Fornecedores, Fábricas, Canais de Distribuição, Centros de Serviços Logísticos e Clientes.
Em seguida levante o fluxo de materiais entre os diversos entes da cadeia de abastecimento.
Por fim apure os itens de custos relativos ao transporte, estoques e movimentação e armazenagem de materiais.
2. Organize a base de dados relativa à malha logística.
Esta é uma das etapas mais difíceis em todo processo de redesenho e redimensionamento da malha logística.
A grande dificuldade não está na obtenção dos volumes movimentados entre Fornecedores, Unidades Produtivas, Centros de Serviços Logísticos, Canais de Distribuição e Clientes, mas no cálculo dos custos e na organização dos dados de uma forma adequada e de fácil compreensão e análise.
Superado esse obstáculo, você e sua equipe poderão simular situações alternativas e diferentes opções de malha logística.
3. Crie alternativas para desenho da malha logística.
Redesenhe a sua malha logística considerando alternativas operacionais como Centros de Distribuição Avançados (CDA), utilização de terminais para a consolidação de cargas, uso de Transit-Points (TP), operações no sistema Merge-in-Transit (MIT), realização de entregas direta, oportunidades de transporte colaborativo com outros Embarcadores, uso de modais de alternativos (cabotagem, por exemplo), etc.
Se possível, considere também as diferentes opções sob o ponto de vista dos incentivos fiscais. Para isso, conte com apoio técnico especializado.
4. Análise os custos para as diferentes alternativas de malha logística.
O ideal seria utilizarmos alguma ferramenta informatizada para a realização dos cálculos para os diferentes cenários analisados. Porém, essa alternativa, é, para a maioria das empresas, inacessível, devido ao investimento necessário.
Nesse caso, utilize o bom e velho amigo Microsoft Excel. Se você tem um conhecimento avançado da ferramenta, ficará muito mais fácil. Escolha aqueles cenários que lhe pareçam ser mais apropriados e realize os cálculos necessários.
Aproveite para identificar as variáveis mais importantes na tomada de decisão. Isso servirá para análises futuras.
5. Escolha, implante e monitore os resultados obtidos com o modelo selecionado.
Submeta as alternativas a um grupo multifuncional, envolvendo representantes da área de Vendas, Produção, Administrativo-Financeiro, Fiscal, Recursos Humanos, Jurídico, Tecnologia da Informação, etc. Nesse momento é importante avaliar os diversos cenários sob diferentes pontos de vista.
Além das análises econômico-financeiras, elabore também uma matriz qualitativa, contendo os prós e contras de cada alternativa.
Tomada a decisão, implante as melhorias identificadas e monitore os resultados obtidos. E não se esqueça de monitorar as variáveis-chave identificadas no passo anterior.
Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves - Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda.
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