A armazenagem ainda é o caminho mais eficiente para consolidar as
linhas de fornecedores e dividir o volume para servir às lojas de varejo. É, em
geral, o único caminho viável para colocar quantidades de peças (oposto ao palete
ou caixa), nas lojas. São necessários projetos de armazéns especiais para
movimentar os volumes, analisando a instalação de dispositivos de separação
rápida ou “alimentadores por gravidade”, adequadamente integrados aos
procedimentos diários.
A automação do armazém foi um experimento realizado no início da
década de 1960. Embora o custo de automação do armazém e o número de falhas
possam ter feito muitos operadores de armazéns procurarem por inovações, o
principal motivo foi a síndrome do pioneirismo. Um
armazém bem projetado que possa movimentar o fluxo de entrada em paletes e
caixas e o fluxo de saída em qualquer quantidade, elimina a necessidade de
centro de redistribuição para dividir o volume. E não se esqueça que o conceito
de armazém é o de propiciar estoque-pulmão onde necessário.
No cenário acima, ignoramos a propriedade e, portanto, fomos
capazes de colocar estoques de mercadorias em qualquer parte da cadeia de
abastecimento. O raciocínio foi baseado na suposição de que as fábricas
manteriam todo o estoque-pulmão e seriam capazes de expedir direto para os
centros de redistribuição ou atacadistas.
Fabricantes e varejistas continuarão independentes. Então, os
fabricantes precisarão reportar resultados aceitáveis a seus acionistas. Tais
números são definidos por banqueiros, outros "mágicos" das finanças e
analistas da bolsa de valores.
É provável que os fabricantes, no meio do papel de otimização da
cadeia de abastecimento, prefiram minimizar seus estoques de produtos acabados
e o atacadista pode ser a saída para essa redução. Os fabricantes oferecerão
descontos por quantidade, descontos por palete, para veículos cheios, para o
pedido total e preço especial, tudo forçando quantidades maiores que o
necessário na cadeia de abastecimento.
Raramente faz sentido deixar tudo isso seguir até as prateleiras
do varejo. Se acabam no centro de abastecimento, então ele é, na verdade, um
armazém oferecendo uma das muitas funções do atacado.
Talvez não exista nada novo além do foco. No início dos anos de 1960,
um “novo” conceito chamado “slim” varreu o mundo do varejo. Dizia-se que os
produtos que ficassem no fundo da loja não venderiam. Assim, a coisa a fazer
era remodelar as lojas, ampliar o espaço de varejo e eliminar os fundos.
Todos os conceitos novos tendem a ser exagerados, mal-entendidos e
propensos a falha. Após alguns anos, sacodem e oferecem benefícios adequados.
Alguns itens precisam de espaço no fundo, outros não. O slim não era um
conceito novo em 1960. Algumas cadeias simplesmente eram menos progressistas do
que outras.
Agora, no meio da cadeia de abastecimento, a história se repete.
Algumas cadeias balançaram sua confiança nos armazéns, centros de
redistribuição e distribuição direta, outras não. Quando mudam alguma coisa,
para melhor ou pior, dizem que estão promovendo a reestruturação de suas
empresas.
Temos visto o progresso realizado, aqui e ali, em toda parte da
cadeia de abastecimento ao longo dos anos. Louis Pasteur descobriu como
melhorar a cadeia de abastecimento para o leite. A Brothers Rausing melhorou a
cadeia de abastecimento novamente introduzindo o Tetra Park. O supermercado
substituiu o estoque geral. Temos hipermercados e lojas de conveniência.
Pioneirismo, antes de toda reestruturação comprovada tiver sido
empregada, é irresponsável. Esta pode ser a mensagem mais importante a ser
passada, por dois motivos:
1. Pioneirismo é caro. Novas técnicas e procedimentos
raramente funcionam da primeira vez que são tentados. Fazer um protótipo é
obrigatório. Os responsáveis pela logística recorrem ao custo da indecisão
quando exercem o papel de Cristovão Colombo, em vez de estudar, aprender e
avaliar soluções conhecidas e depois explicar à alta administração para
aprovação.
2. Muitas das histórias de sucesso de reengenharia falam de
empresas que ainda não aplicaram e dominaram ferramentas e técnicas já em
utilização por outros negócios.
O resultado mais positivo do atual movimento de reestruturação é
que a alta administração está se envolvendo. A reestruturação se aplica a todos
os departamentos, mas apenas a alta administração pode tomar as decisões
necessárias.
Talvez os responsáveis pela logística tenham uma missão mais
exigente e importante do que a geralmente entendida – estudar, aprender e
avaliar soluções conhecidas, depois explicá-las, sem tendências, à alta
administração, para aprovação final.
Artigo escrito por José
Maurício Banzato, Diretor
e instrutor da IMAM Consultoria Ltda, empresa especializada na solução de
problemas relacionados à logística e engenharia industrial, movimentação e
armazenagem de materiais, técnicas modernas de administração da manufatura e
estratégias de produtividade.
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