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7 de junho de 2012

LOGÍSTICA PRÓPRIA OU TERCEIRIZADA? MOTIVOS E CRITÉRIOS PARA A DECISÃO


Apesar da tendência atual para terceirização das atividades logísticas, verificamos muitas situações nas quais o processo foi mal conduzido, os resultados positivos demoraram a serem obtidos ou redundaram num verdadeiro fracasso.
Com o forte aumento da competitividade, a terceirização passa a envolver uma grande gama de atividades logísticas, além do transporte rodoviário de cargas que inicialmente era a função mais terceirizada.
Para desenvolver um processo de terceirização recomendamos a utilização das seguintes dicas:
1. Motivos para terceirizar – como a terceirização não é um caminho obrigatório temos que avaliar os motivos para a decisão:
Ø    Na cadeia de abastecimento da qual uma empresa faz parte, a terceirização poderá gerar impacto quanto ao nível de serviço?
Ø      Dedicação ao próprio negócio (“core business”) poderá fazer a diferença?
Ø      É relevante para evitar investimentos e substituir custos fixos por variáveis?
Ø      Melhorar o controle dos custos logísticos e absorver “expertise” é importante?

2. A empresa está preparada?  O processo não deve ser iniciado sem que os responsáveis pela empresa estejam realmente preparados para a mudança:
Ø      Há consciência da necessidade de parceria e um ótimo relacionamento?
Ø      E o domínio das operações, custos, procedimentos e indicadores a partir dos quais o terceiro será avaliado?
Ø   A empresa está preparada para transferir e compartilhar parte das atividades com “estranhos”?
Ø  Há consciência das dificuldades desde a transição e o apoio e monitoramento ininterrupto das operações?

3. Definição dos objetivos – existem muitos motivos que levam à terceirização, porém as empresas devem definir claramente:
Ø      Logística e nível de serviço são diferenciais para manter ou conquistar clientes?
Ø      Redução de custos (movimentação, armazenagem, transportes, etc) é o foco?
Ø      Possibilidade de melhorar alguma operação se esta for terceirizada?

4. Os preparativos – após avaliar os motivos, os questionamentos internos e os objetivos, a empresa deve se preparar para o inicio efetivo do processo de terceirização:
Ø      Estão definidas as atividades a terceirizar?
Ø      Existem empresas prestadoras de serviços disponíveis e habilitadas?
Ø  Todas as instâncias de decisão da empresa estão convencidas claramente com objetivos e interesses alinhados?
Ø      Pois bem, estão vamos dar a partida!

5. Caracterização da empresa contratante – é importante que o prestador de serviços tenha todas as informações sobre o contratante e as atividades a executar:
Ø      Descrição da empresa (formação, capital, porte), localização (matriz, filiais CD’s, etc), posição no mercado, etc;
Ø      Descrição dos processos produtivos e dos principais materiais e produtos;
Ø      Canais de distribuição (direto, atacado, varejo, etc), destinos;
Ø      Detalhes das operações que serão terceirizadas (processos, indicadores, etc);
Ø      Objetivos e critérios de como será desenvolvido o processo de seleção.

6. Pré-qualificação – após a empresa ter decidido e se preparado, tem início a fase externa da terceirização. Verificar se existe interesse, e enviar um questionário de qualificação com os seguintes quesitos:
Ø Instalações e equipamentos disponíveis (locais, áreas, parceiros, lista de equipamentos, etc); equipe gerencial e operacional;
Ø   Capacitação em operações similares, organização, otimização da armazenagem e transporte, etc;
Ø      Competência administrativa e fiscal;
Ø  Sistemas de TI disponíveis (ERP, WMS, roteirizador, etc) e equipe de suporte (interfaces, adaptações e customizações);
Ø      Equipes de projeto e treinamento;
Ø    Disponibilidade de instalações que possam ser compartilhadas (rateio de custos fixos);
Ø  Aceitar pagamento por atividade operacional - “cost-driver” (movimentação, estocagem, embalagem, etc);
Ø      Relação dos principais clientes, locais e serviços prestados;
Ø      Referências financeiras;

Após o recebimento das informações deverá ser elaborada uma classificação, eliminando as empresas não adequadas.

7. Concorrência – é o início da fase de seleção, com as seguintes atividades:
Ø      Comprovação das informações prestadas na fase anterior;
Ø    Convite para visita às operações que serão terceirizadas e detalhadas as informações;
Ø      Solicitação de um projeto logístico específico com críticas e sugestões;
Ø      Envio do escopo para o desenvolvimento da proposta técnica e comercial;
Ø      Esclarecimentos e retransmissão de informações para todos os participantes
Ø      Recebimento das propostas.

8. Avaliação e seleção final – esta fase é crítica para o sucesso da terceirização:
Ø      Avaliar as propostas e esclarecer dúvidas;
Ø      Avaliar cada proposta e simular o custo total para diversos cenários;
Ø      Equalizar as propostas técnicas e solicitar nova proposta comercial;
Ø      Classificar no máximo três empresas;
Ø      Negociar (após a equalização);
Ø      Como a decisão muitas vezes envolve aspectos intangíveis (confiança, indicação, etc) deve ter a participação da diretoria.

9. Contrato, o início e o fim – é um documento que além dos aspectos legais deve conter algumas premissas sobre o conteúdo técnico:
Ø      Clara definição do escopo dos serviços e responsabilidade das partes;
Ø   Definição de equipes e canais de comunicação para acompanhamento rotineiro e solução de e conflitos;
Ø      Metas e objetivos comuns (mensuráveis / indicadores) que devem ser alcançados;
Ø  A quebra do contrato deve ser prevista para não prejudicar a continuidade da operação, além de garantir a separação ou ressarcimento dos recursos utilizados (materiais e humanos).

10. Sucesso ou fracasso da terceirização – depende do acompanhamento da operação:
Ø      Planejamento cuidadoso da transição;
Ø      Estrutura organizacional com os responsáveis por cada atividade;
Ø Divulgação dos indicadores e metas definidos em contrato e reuniões de acompanhamento;
Ø      Envolvimento de todo o grupo e todos os níveis;
Ø      Não deixar nenhum problema sem solução.

Conclusão

Contrato Assinado, não se iluda: o “jogo” apenas começou.

Por Antonio Carlos da Silva Rezende Gerente da IMAM Consultoria.

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