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14 de abril de 2012

PREVISÃO DE CRESCIMENTO PARA O TRANSPORTE MARÍTIMO DE CABOTAGEM EM 2012


A Maestra Navegação e Logística, empresa do segmento de cabotagem controlada pela Triunfo Participações, quer que seus quatro navios de transporte de contêineres atinjam uma ocupação média de 66% neste ano, com uma movimentação total de 85 mil TEUs (contêineres com tamanho equivalente a 20 pés). Em março, as embarações já atingiram o patamar de 48% de ocupação.

A empresa, que quer encerrar o ano com uma participação de mercado no segmento entre 10% e 12%, está investindo na regionalização das operações nos cinco portos brasileiros onde atua. Isso significa que questões como atendimento ao cliente e multimodalidade serão resolvidos diretamente em Navegantes (SC), Santos (SP), Salvador (BA), Suape (PE) e Manaus (AM), os cinco locais onde os navios atracam semanalmente.

"A regionalização é uma demanda que a gente tem sentido", explica o presidente da Maestra, Fernando Real. De acordo com o executivo, em Manaus, Navegantes e Santos, a nova estrutura já está montada, enquanto em Salvador e Suape estão em fase de implantação.

Atualmente, a empresa, que detém 12 mil contêineres próprios mas também transporta os de outras empresas do setor, possui uma parceira com a japonesa Nippon Yusen Kabushiki (NYK) em que até 25% dos contêineres transportados pelos navios correspondam a importações. A NYK detém 10% do capital social da Maestra.

Dos quatro navios da Maestra, dois são próprios - o Maestra Atlântico e o Maestra Mediterrâneo - e dois são afretados - Maestra Pacífico e Caribe. A companhia recebeu seu quarto navio em 27 de fevereiro. Existem planos de elevar a frota da empresa, mas Real alerta para o fato de que navios de cabotagem precisam ter bandeira nacional, ou seja, terem quase a totalidade de seus componentes produzidos localmente.

"Isso é um limitador por conta da baixa oferta de fabricantes de navios brasileiros... hoje os estaleiros estão mais focados na demanda do pré-sal", afirmou.

Real afirma que o segmento de cabotagem - transporte de produtos entre portos de um mesmo país - está crescendo e sendo incentivado pelo governo. "A matriz no Brasil é o segmento rodoviário, mas estamos sentindo trabalhos do governo querendo fomentar a cabotagem... É assim que as coisas funcionam: incentivo do governo e investimento privado."

De acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a movimentação da cabotagem no Brasil cresceu de 137 milhões de t em 2002 para 193,5 milhões de t no ano passado. Entre 2010 e 2011 houve um crescimento de 3%.

ENTRAVES
De acordo com o presidente da Maestra, o setor de cabotagem enfrenta dois grandes problemas que interferem no seu crescimento. "O principal entrave é o bunker (combustível utilizado pelos navios). Não faz sentido armadores estrangeiros abastecerem no Brasil sem pagar imposto, enquanto os brasileiros pagam", disse Real.

De acordo com o executivo, as empresas brasileiras de cabotagem pagam PIS/Cofins de 9,25% além de ICMS, que varia de acordo com o Estado.

O segundo problema, de acordo com Real, diz respeito à mão de obra. "Há a necessidade de abrir novas escolas para formação de mão de obra marítima", afirmou o presidente. De acordo com ele, a Maestra conseguiu atrair mão de obra qualificada quando adotou o sistema 30/30, ou seja: 30 dias consecutivos de trabalho e 30 de folga. Geralmente o setor adota uma escala de 60 dias trabalhados para 30 de folga.

Fonte: Portal Terra
Reuters News

Iniciativas como a da Maestra Navegação e Logística são importantes para impulsionar o transporte marítimo de cabotagem que além econômico se apresenta como uma alternativa sustentável. Empresas como LG e Unilever utilizam este modo de transporte de carga para tornarem-se mais competitivas, reduzindo seus custos com fretes.

Localização dos portos no litoral brasileiro.
O litoral brasileiro, com seus 8.511 km de extensão, é beneficiado pelas condições favoráveis de navegação durante o ano inteiro, conta com 33 portos ao longo da costa atingindo todos os estados litorâneos do país o que torna este modo de transporte de carga bastante atrativo.

É inconcebível pensar que um país com dimensões continentais como o Brasil não tenha um transporte marítimo de cabotagem tão eficiente quanto o de outras nações desenvolvidas. Com um crescimento de apenas 42% nos últimos 10 anos (como visto na reportagem acima) percebe-se o quanto ainda poderá ser investido neste meio de transporte de carga.

Prof. Geraldo Cesar Meneghello

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