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29 de abril de 2012

O EFEITO CHICOTE NA CADEIA DE SUPRIMENTOS


Uma cadeia de suprimentos que não realiza uma gestão adequada da demanda não se mantém estável. A variabilidade da demanda aumenta à medida que se sobe na cadeia, ou seja, vai de encontro aos fornecedores na outra extremidade da cadeia de suprimentos longe, portanto, do cliente de varejo.

Pequenas mudanças na demanda dos consumidores podem resultar em grandes variações nos pedidos colocados a montante. Como cada organização na cadeia de abastecimento procura resolver o problema de sua própria perspectiva, eventualmente, a rede pode oscilar em ondas muito grandes.

Este fenômeno é conhecido como o efeito chicote e tem sido observado na maioria das empresas, resultando em custos maiores e baixo nível de serviço ao cliente.

Dinâmica do Efeito Chicote

Causas do efeito chicote

A variabilidade da demanda pode surgir por diversas causas, tais como: problemas de qualidade, greves, incêndios de plantas, entre outros. Acrescentam-se também problemas de origem operacional, como: atrasos na transmissão de informações na cadeia de suprimentos e no tempo de fabricação e transporte de mercadorias, criando assim o efeito chicote!

A seguir, como todos os membros da cadeia de suprimentos contribuem para potencializar o efeito chicote:

Ø      Reação exagerada aos atrasos de produtos;

Ø      Desprezar a estratégia de redução dos estoques;

Ø      Pouca ou nenhuma comunicação circulando de cima a baixo na cadeia de suprimentos;

Ø      Falta de entendimento do fenômeno na cadeia de abastecimento;

Ø      Atrasos de informação e no fluxo de materiais;

Ø  Emissões de pedidos maiores para reduzir os custos de encomenda e para garantir economia no transporte visando otimizar as cargas nos caminhões;

Ø     Incentivos comerciais, tais como: promoções e redução de preços aumentam as vendas como também os estoques intermediários de membros da cadeia;

Ø      Cria-se na cadeia de suprimentos “o jogo da escassez” onde os clientes realizam pedidos maiores que o normal durante período de pouca oferta, esperando que os embarques parciais sejam suficientes para atender suas necessidades imediatas;

Ø      A imprecisão da previsão de vendas de todos os membros da cadeia de abastecimento acrescentam uma porcentagem maior em suas previsões resultando em uma falsa demanda prejudicando a visibilidade;

Ø      Políticas permissivas de devolução.

Medidas para reduzir o efeito chicote

O efeito chicote é um problema comum para muitas empresas líderes de mercado e elas têm sido capazes de aplicar contramedidas para superá-lo. A seguir estão algumas das soluções recomendadas:

Ø    Implantação do EDI e controle dos pedidos de forma sistêmica, evitando-se aumentar o custo com grandes encomendas;

Ø  Terceirização da logística, utilizando-se frota diversificada de veículos (de diversas capacidades) evitando-se a política de plena carga;

Ø      Composição de cargas com entregas regulares;

Ø   Aumentar a freqüência de entregas em lotes menores. As empresas que encomendam com regularidade não sentirão a alteração, mas, os demais membros da mesma cadeia acima sim.

Ø     Proporcionar as entregas baseadas no histórico das vendas. A dificuldade em realizar a gestão da demanda melhora com a capacidade de partilhar informações entre os membros da cadeia de suprimentos.

Ø     Reduzir a flexibilidade no tamanho dos lotes, implantando a reserva de capacidade em um horizonte firme de planejamento de modo que a soma das quantidades planejadas sejam iguais as da quantidade reservada.

Ø   Negociar contratos de fornecimento para sincronizar melhor as entregas dos produtos comprados evitando a oscilação dos preços e assim poder praticar preços mais baixos a cada dia.

Ø    Utilizar ferramentas como o VMI – Vendor Managed Inventory que possibilita acessar os pontos de venda e assim poder realizar o reabastecimento adequado evitando trabalhar apenas com previsões de demandas exageradas.

Ø    Reduzir os longos tempos de espera desde que seja economicamente vantajoso para a empresa.

Ø   Negociar as políticas de devolução de produtos evitando esta prática ou limitando-a a níveis economicamente interessantes para a empresa.

Adaptado de Lee et al (2004)



Prof. Geraldo Cesar Meneghello


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