No
Brasil predomina o transporte terrestre como modal rodoviário mais utilizado
pelas transportadoras, com mais de 60% das mercadorias que circulam no país são
via transporte rodoviário segundo dados da Confederação Nacional dos
Transportes – CNT. Uma das principais dificuldades desse modal são os crimes
praticados nas rodovias do Brasil aos quais citaremos alguns, a saber: roubo de
carga, fraudes nos postos fiscais, corrupção policial, descaminhos, etc.
Tais
características fazem com que essa atividade seja acompanhada com mais
efetividade pela equipe de segurança e gestão de risco, principalmente pelo
valor agregado nas operações de transporte de carga rodoviário. Estima-se que
no ano de 2009 o Brasil teve um prejuízo aproximado de R$ 1 bilhão de reais com
o roubo de cargas nas rodovias brasileiras, houve cerca de 13.500 ocorrências
segundo dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC &
Logística). Entretanto, a realidade é ainda bem pior, pois se evidencia um
crescimento em torno de 7% nos roubos de carga no Brasil ano a pós ano.
Esta
prática criminosa tem impacto direto nos preços das mercadorias que circulam em
todo o Brasil, uma vez que para proteger este tipo de transporte é necessário
incrementos em tecnologia de segurança eletrônica, gerenciadoras de risco e
seguradoras.
“O
roubo de carga no Brasil é um problema de segurança pública que se arrasta ao
longo de três décadas, causando a morte de motoristas e vigilantes, milhões de
reais em perdas financeiras e grandes intranqüilidades no ambiente de negócios
de logística em nosso país. Em razão desse cenário, outros milhões de reais são
gastos com proteção de cargas armazenadas ou embarcadas para distribuição, envolvendo
direta ou indiretamente centenas de empresas como seguradoras, corretoras de
seguros, gerenciadoras de riscos, tecnologias de rastreamento, escolta armada e
vigilância patrimonial, entre outras” (FARIAS, 2010, P. 16).
Os
prejuízos vão além de R$1 bilhão, uma vez que é grande o número de casos que
não são notificados. Isso acaba sendo arcado pelas empresas e seguradoras, antes
de ser repassado aos consumidores.
De
acordo com a estatística da NTC, 81,38% dos roubos de cargas registrados no
Brasil ocorrem na Região Sudeste, isso corresponde a quase 11 mil, das 13.500
ações criminosas praticadas no país. Em valores, são cerca de R$ 660 milhões em
prejuízo apenas no Sudeste. A região Nordeste consta um percentil de 7,12% com
prejuízo de R$ 85,8 milhões.
Entre
as mercadorias mais visadas pelos criminosos destacam-se gêneros alimentícios, eletroeletrônicas,
fármacos, cigarros, têxteis, autopeças, combustíveis, além de produtos
metalúrgicos e químicos.
Em
face deste cenário não muito favorável, é de vital importância que os gestores
tenham conhecimento a respeito da gestão de riscos, qual a sua importância para
a prevenção e proteção no transporte de carga rodoviário e seu impacto caso o
aconteça. Sendo assim a gestão de riscos visa propiciar aos gestores uma melhor
tomada de decisão, além de definir onde os recursos financeiros poderão ser
aplicados nos transporte de carga com eficiência e eficácia, facilitando assim
a mitigação dos risco, minimização das perdas e maximização do ativo organizacional. Por:
Sérgio Leônidas Dias Calda
ANÁLISE SINTÉTICA COMPARATIVA
Ocorrências
Ano
2010:
-
Total: 7294
-
Média Mensal: 607,83 ocorrências
Ano
2011:
-
Total: 6.958
-
Média Mensal: 579,83 ocorrências
Redução/
Ocorrências = 4,61%
Valores Subtraídos
Ano
2010:
-
Total: R$ 279,756 milhões
-
Média Mensal: R$ 23,313 milhões
Ano
2011:
-
Total: R$ 295,756 milhões
-
Média Mensal: R$ 24,655 milhões
Aumento/
Prejuízos = 5,75 %
Conclusões analíticas relativas ao período de Jan a Dez/ 11
No
período, registrou-se uma REDUÇÃO em ocorrências (4,61%) e um AUMENTO em
prejuízos (5,75%), em relação ao ano anterior.
Quanto
à localização das ocorrências, o roubo de cargas está altamente concentrado (81,65%)
na Capital e demais Municípios da Região Metropolitana, incluindo-se as
rodovias que cortam a região.
Quanto
a valores subtraídos, no período:
38,42%
dos roubos (2673 ocorrências) correspondem a valores inferiores a R$3.000,00;
40,03%
dos roubos (2785 ocorrências) correspondem a valores entre R$3.001,00 e R$30.000,00;
14,33%
dos roubos (997 ocorrências) correspondem a valores entre R$30.001,00 e R$100.000,00;
e
7,22%
dos roubos (503 ocorrências) correspondem a valores superiores a R$100.000,00.
Fonte:
SSP/SP e FETCESP/SETCESP
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